domingo, 6 de abril de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
_________________

Novamente os EUA intervindo I
Em defesa de interesses (de seus empresários) naturalmente. Várias linhas são o objetivo: inconveniência de uma cabeça de ponte do Brasil no Caribe, com o porto de Mariel, em Cuba; uma refinaria da Petrobras, ainda que pequena, no Texas (escoando pelo Golfo do México) no imediato de bons negócios com derivados. A médio prazo: o domínio do pré-sal e controle do refino, quando as refinarias ora construídas entrarem em operação.

Não duvidemos do grande interesse dos EUA na sangria da Petrobras. Enfraquecida, neste instante, levaria a resultados político-eleitorais (o sonho) e a uma precipitada venda do ativo Pasadena.

Ah! A China começa em breve a abertura de um canal transoceânico na Nicarágua para competir com o do Panamá. Caso não tenha o leitor ainda alcançado o pouco do dito acima analise o mapa abaixo.

Novamente os EUA intervindo I
Passadena é parte do que do Brasil desperta interesse em empresários estadunidenses. Desde que a preço de banana. Ninguém imagina que uma refinaria venha a ser construída com menos de 3 ou 4 bilhões de dólares; imagine adquirir uma por algumas poucas centenas de milhões. Para isso nossa gloriosa imprensa dá sua contribuição. Em contrário, transcrevemos parte do texto de Miguel do Rosário no Cafezinho.



"É incrível que, ao mesmo tempo em que projeta tantos holofotes sobre a refinaria sobre a refinaria de Passadena, no Texas, a nossa imprensa dispense um desprezo solene por qualquer informação concreta sobre o mercado de refinarias nos Estados Unidos.

A repórter da Folha, Isabel Fleck, até que tentou falar no assunto. A enviada especial da Folha à Passadena publicou um artigo em que mencionava o bom momento econômico vivido pela refinaria de Passadena nos dois últimos anos. Mas a ingênua Fleck já foi devidamente bloqueada. Não interessava trazer qualquer notícia positiva sobre o mercado de refinarias e sim cavar escândalos que possam alimentar a oposição no Congresso e desgastar eleitoralmente a presidente. O Datafolha já está na rua tentando detectar declínio de intenção de votos, o que, acho eu, acontecerá fatalmente caso o governo não reaja com transparência e proatividade (que é exatamente o que o governo não está fazendo). é parte do que do Brasil desperta interesse em empresários estadunidenses".
  
Vale tudo real
Não quisemos admitir – não é caso de não acreditar, porque caso pensado não envolve crença – quando lemos na rede, matéria do blog Cidadania veiculada no jornalggn.com.br na quinta 4 a partir de postagem do site Informany da terça 1º, de queDatafolha divulgará pesquisa eleitoral no próximo sábado e promete agitar mercado, sinalizando tendência de queda nas intenções de votos para a presidente Dilma Rousseff.

O detalhe de não querermos admitir residia no fato singular de que a tal pesquisa que agitaria “o mercado” (pré-anunciada, como a anterior queda de popularidade) nem mesmo entrara em campo, já que ocorreria entre os dias 2 e 4 (quarta e sexta).

Matéria do site Muda Mais – reflete a postagem do Cidadania – matou a charada. O Datafolha formulou um extenso questionário para apresentar às suas vítimas, digo, aos seus entrevistados. São 47 perguntas, mas as perguntas sobre intenção de voto são as últimas do questionário”.

O Brasil 47 aprimorou os fatos ao publicar “Datafolha foi feito sob medida contra Dilma”:

Questionário do instituto do grupo Folha, de Otávio Frias Filho, traz uma série de perguntas sobre insegurança, Pasadena e risco de apagão, antes de entrar no que realmente interessa, que é a sucessão presidencial; estrutura das perguntas tende a criar um certo mal-estar no entrevistado e, por isso, deve apontar índices menores da presidente Dilma Rousseff e maiores dos oposicionistas Aécio Neves e Eduardo Campos; resultado sai apenas no sábado, mas a especulação já corre solta na Bovespa, onde as estatais registraram ontem fortes altas

Esta a atuação da valorosa mídia nativa – apoiada nos instrumentos que desenvolve – que repercute na sociedade através dos jornais televisivos como se fosse a verdade factual.

Vale tudo possível
Tanto que nada nos surpreende mais no jogo sujo. Até mesmo lockout – recusa patronal em manter sua atividade, simplesmente chamado de “greve de patrão/empregador” – para atingir o bolso e o imaginário da população carente. Como empresas de ônibus não colocarem seus carros em serviço nos grandes centros sob o argumento de que a tarifa de transporte não está cobrindo seus custos.

Dia desses anunciaram que a Caixa Econômica não pagaria o “Bolsa Família”. Foi um auê. Governo atacado em editoriais, o povo xingando presidente etc.
Imagine a agitação, em ano eleitoral, se um conluio de agentes da CEF – as lotéricas – decidir por não pagar a mesma Bolsa Família no dia em os beneficiários baterem a suas portas no dia do pagamento alegando a baixa remuneração que alegam estar percebendo.

As lições
O que poderia ser posto em dúvida não mais se sustenta. Pelo menos antes se sustentava. A sociedade não mais tem o golpe civil/militar – ressalvados os eternos golpistas – como o fenômeno de importância capital para a história brasileira.

Não é um fato que permanece como o suicídio de Getúlio Vargas e as razões que o levaram ao ato extremo. As mesmas razões que conduziram à deposição do presidente João Goulart, que evitou o confronto para não levar o país a um conflito que, como temia, lavaria de sangue o território pátrio.

A atuação de alguns canais de televisão aberta em editoriais efetivamente constituiu a demonstração de que a extrema-unção na moribunda ‘redentora’ – como adjetivado o golpe que desaguou na ditadura militar – tardou 50 anos, mas começa a se consumar.

Cuida o país de remover os escombros para encontrar mortos e desaparecidos e responsabilizar os agentes do Estado que, no exercício da função, cometeram tortura e morte nos porões do regime. Incluindo os integrantes da sociedade civil que os legitimava e com eles contribuía financeiramente.

Constrói-se a maior lição: que o fato não se repita. Porque os que não tem a Nação como sua fonte existencial permanecem em busca da oportunidade que estão a criar cotidianamente. Utilizando-se dos mesmos meios (revistas, rádios e televisão) onde atualmente execram aquele que alimentaram.

Joaquim Barbosa desnudado I
Particularmente nunca entendemos o porquê de o ministro Joaquim Barbosa exercitar violações a regras jurídicas – assumindo, inclusive, uma postura autoritária – para assegurar algumas condenações no julgamento da AP 470, quando acusados os denominados integrantes do núcleo político. Mentiu e defendeu mentiras. A ponto de defender, quando questionado no curso do julgamento, que Martinez morrera em dezembro de 2002 quando o fora em outubro. Tudo para assegurar a aplicação de lei posterior ao falecimento que assegurava punição maior para o crime de corrupção ativa e passiva.

Em mais de uma oportunidade registramos em texto que somente entendíamos a postura de Barbosa sob viés psicanalítico: de que não perdoava o PT por havê-lo indicado por ser negro e não por seus méritos jurídicos.

Afirmamos, também, que suas inconsequentes atitudes – secundadas pela maioria que então dominava a Corte (5 x4) – estavam a desmoralizar o STF como instituição.

O segundo caso vai, a cada dia, mais se escancarando. O castelo construído por Barbosa nem mesmo foi de pedras sobre areia, mas de papel sobre um pântano. Assim que umedecido se desmancha.

Faltava-nos algo em torno da personalidade complexada de Joaquim Barbosa por sua condição de negro. E nos vem um texto de Nirlando Beirão (Carta Capital n. 793, p. 76), analisando a entrevista concedida pelo ministro na reestréia do programa Roberto D’Ávila, agora no Globo News, na virada do sábado 23 para o domingo 24 de março.

“D’Ávila, com luvas de pelica, jogava a isca e Barbosa, encouraçado em sua arrogância, nem sequer percebia. D’Ávila indicava, na delicadeza das perguntas, saída lisonjeira para a resposta:”O senhor lê muito, não é? Balzac?” Barbosa estufou o ego: “É, Balzac”. E mais não disse. “O que o senhor escuta?” “Tudo.” “Beatles ou Rolling Stones? “Os dois”.

O único momento em que Barbosa demonstrou alguma emoção foi ao falar de racismo. Daquele jeito. O rancor pauta a vida dele. Deve ter sido mesmo muito humilhado, Sugeriu até que Lula nomeou-o para o STF de olho na cota, não em reconhecimento por seu currículo, brilhante, comopolita”.

Joaquim Barbosa desnudado II
Confissões de Joaquim. Infância rígida, pai “bastante rígido” (talvez a fonte do desequilíbrio psíquico não superado pela academia). ‘Um pouco rebelde’ apesar ‘de extremamente tímido’. Fato palpável: apresenta dificuldade em fixar os olhos do entrevistador.

Responde o mínimo em relação à pergunta, um mínimo vazio no mais das vezes; completa respostas com pergunta complementar do entrevistador. Nada acresce de substancial. Roberto d´Ávila massacra Joaquim Barbosa quando deixa-o falar; salva-o quando o interrompe. O riso contido do entrevistador é um relatório mudo do que acontece.

Definimos a circunstância de típica melancolia intelectual a que levado o telespectador que assistiu Joaquim Barbosa. Não chega a ser uma ‘mente indigente tirada a inteligente’ – como diria Stanislaw Ponte Preta – mas não é a mente supimpa que pintaram dele. Também não o afirmemos um detento de ‘cultura de almanaque’. Talvez apenas um poliglota de quatro idiomas apenas.

Joaquim Barbosa desnudado II
Certamente Joaquim Barbosa pode ter sido aconselhado a não se meter na política, principalmente onde tenha que debater. Não há equipe que o salve num debate eleitoral.

Louve-se a educação e a gentileza do entrevistador Roberto D’Ávila e teria destruído completamente a biografia de Joaquim Barbosa. Bastava aprofundar em torno das contradições e das omissões levantadas por Barbosa durante a entrevista.

Detalhe aos 15 minutos da entrevista e as contradições a partir dos 38.

Caso tenha o estimado leitor a paciência necessária – até para contraditar o editado por Nirlando Beirão – acesse o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=081Zh1LZxXo

Findou-se o prazo
E finou-se a oportunidade de Joaquim Barbosa sair candidato a presidente e de que viesse a assegurar um segundo turno para a eleição presidencial. Os fatos recentes contribuíram para isso, com o despencar da imagem de Joaquim Barbosa e a importância que exerceu quando tutor da AP 470.

A falência do material se consumou. O malabarismo não deu certo.

Fortalecendo
Novamente nas mãos de Joaquim Barbosa a destino de José Dirceu no que diz respeito ao direito de trabalhar, assegurado em lei. Permanece a exceção como regra.

José Dirceu sairá da prisão – se Joaquim deixar – em novembro de 2014. Mais forte politicamente do que quando entrou.

Fortalecido/vitimizado a cada perseguição de Barbosa.

Pirâmide na rede
Com míseros R$ 2,00 depositados “alegremente para cada uma das sete pessoas de lista abaixo” o maravilhado ‘vencedor’ convoca o caro leitor a participar de um ‘programa de auto-ajuda financeira’ que em torno de três meses traouxeram para a sua conta (dele) um total que supera 598 mil reais.

Que maravilha!

Quem quiser que entre.

Quosque tandem I
A força do PCdoB na administração municipal é fato notório. Partido que se juntou ao do atual prefeito nos primeiros instantes teria, inclusive, contribuído para a arrecadação de recursos financeiros que custearam a campanha vencedora, chegando mesmo alguns a afirmarem que ele sozinho (leia-se, Davidson Magalhães e Bahiagás) capitaneou a quase totalidade das contribuições.

Tal força tem sido vista – ainda que partido de quadros limitados quantitativamente – na composição de escalões do governo municipal. Sua expressão é tal que o vice-prefeito aparece em nível de representação do Executivo como nenhum outro na história político-administrativa itabunense.
A Secretaria de Saúde do município parece ser sua menina-dos-olhos. Teria sido exigida ‘de cabo a rabo” como dote de campanha, o que ainda não está consumado por não deter absoluto controle sobre algumas áreas.

Sua força é tal que apesar de existir na administração municipal um dos mais competentes administradores de saúde –  o ex-secretário Paulo Bicalho – não foi possível ocupar a secretaria, limitada a sua atuação à gestão do Hospital de Base.

Quaosque tandem II
Veiculado na rede (Pimenta) que o partido pretende substituir um coordenador administrativo do Samu (que é enfermeiro) por um ex-candidato da sigla a vereador (não sabemos se também enfermeiro, ou médico) a pedido do próprio secretário de saúde. Também alvo dos comunistas a direção do Hospital de Base.

Os próximos dias dirão sobre as pretensões do PCdoB.

O que a sociedade sabe (pode não querer dizer) é que os recursos destinados à saúde despertam o interesse de políticos. Ainda que entendam – pelo que dizem – ser um ‘problema’.

A saúde como ‘problema’ atrai o PCdoB. Que ainda não o resolveu em nível de Itabuna depois de 14 meses de gestão.

Talvez – quem sabe? – porque não dispõe do controle dos recursos financeiros do Samu e do Hospital de Base.

História
Quosque tandem (até quando) – diria Marcus Tulio Cicero ao Catalina grapiúna – abutere patientia nostra (abusará da nossa paciência?).

Catilina pretendeu derrubar a República. Afastou-se do Senado e montou um exército para consumar o intento. O discurso de Cícero, proferido no Senado e para o povo fragilizou a ação de Catilina. Que morreu no campo de batalha, um ano depois da insurreição.

Deixamos ao leitor a identificação do Catilina grapiúna. Que pode – caetanicamente – ser ou não ser.

Cicero acusando Catilina no senado (Afresco de Cesare Maccari, século XIX)

Venezuela
Apraz-nos falar da Venezuela. Pelo que tem feito as administrações Hugo Chaves nos diferentes campos. Inclusive o cultural. Hoje existem mais de 300 mil crianças e jovens em milhares de filarmônicas e orquestras sinfônicas pelo país. Certamente ajudando-os a sair dos guetos sociais em que viviam. E correndo o mundo em apresentações. Onde aplaudidas de pé. Nada disso mostra a nossa imprensa quando escreve sobre a Venezuela.

Convidamos o leitor não a ouvir, necessariamente, mas a ver o vídeo abaixo, de exibição em Salzburgo-Áustria, da Orquestra Sinfônica Infantil Nacional da Venezuela, regida por Simón Rattler (Diretor da Filarmônica de Berlim). Depois de Rattler, rege-a por uns instantes o jovem Jesús Parra.

Imagine-se no lugar dos pais dessas crianças. E a dimensão de autoestima de todos.


_________________
* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário