DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
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Novamente os EUA intervindo I
Em defesa de interesses
(de seus empresários) naturalmente. Várias linhas são o objetivo:
inconveniência de uma cabeça de ponte do Brasil no Caribe, com o porto de Mariel,
em Cuba; uma refinaria da Petrobras, ainda que pequena, no Texas (escoando pelo
Golfo do México) no imediato de bons negócios com derivados. A médio prazo: o
domínio do pré-sal e controle do refino, quando as refinarias ora construídas
entrarem em operação.
Não duvidemos do
grande interesse dos EUA na sangria da Petrobras. Enfraquecida, neste instante,
levaria a resultados político-eleitorais (o sonho) e a uma precipitada venda do
ativo Pasadena.
Ah! A China começa em
breve a abertura de um canal transoceânico na Nicarágua para competir com o do
Panamá. Caso não tenha o leitor ainda alcançado o pouco do dito acima analise o
mapa abaixo.
Novamente os EUA intervindo I
Passadena é parte do
que do Brasil desperta interesse em empresários estadunidenses. Desde que a
preço de banana. Ninguém imagina que uma refinaria venha a ser construída com menos
de 3 ou 4 bilhões de dólares; imagine adquirir uma por algumas poucas centenas
de milhões. Para isso nossa gloriosa imprensa dá sua contribuição. Em
contrário, transcrevemos parte do texto de Miguel do Rosário no Cafezinho.
"É incrível que, ao mesmo tempo em que projeta tantos holofotes sobre a refinaria sobre a refinaria de Passadena, no Texas, a nossa imprensa dispense um desprezo solene por qualquer informação concreta sobre o mercado de refinarias nos Estados Unidos.
A repórter da Folha, Isabel Fleck, até que tentou falar no assunto. A enviada especial da Folha à Passadena publicou um artigo em que mencionava o bom momento econômico vivido pela refinaria de Passadena nos dois últimos anos. Mas a ingênua Fleck já foi devidamente bloqueada. Não interessava trazer qualquer notícia positiva sobre o mercado de refinarias e sim cavar escândalos que possam alimentar a oposição no Congresso e desgastar eleitoralmente a presidente. O Datafolha já está na rua tentando detectar declínio de intenção de votos, o que, acho eu, acontecerá fatalmente caso o governo não reaja com transparência e proatividade (que é exatamente o que o governo não está fazendo). é parte do que do Brasil desperta interesse em empresários estadunidenses".
A repórter da Folha, Isabel Fleck, até que tentou falar no assunto. A enviada especial da Folha à Passadena publicou um artigo em que mencionava o bom momento econômico vivido pela refinaria de Passadena nos dois últimos anos. Mas a ingênua Fleck já foi devidamente bloqueada. Não interessava trazer qualquer notícia positiva sobre o mercado de refinarias e sim cavar escândalos que possam alimentar a oposição no Congresso e desgastar eleitoralmente a presidente. O Datafolha já está na rua tentando detectar declínio de intenção de votos, o que, acho eu, acontecerá fatalmente caso o governo não reaja com transparência e proatividade (que é exatamente o que o governo não está fazendo). é parte do que do Brasil desperta interesse em empresários estadunidenses".
Vale tudo real
Não quisemos admitir –
não é caso de não acreditar, porque
caso pensado não envolve crença – quando lemos na rede, matéria do blog
Cidadania veiculada no jornalggn.com.br na quinta 4 a partir de postagem do
site Informany da terça 1º, de que ““Datafolha divulgará pesquisa eleitoral no próximo sábado e
promete agitar mercado”, sinalizando tendência de queda nas
intenções de votos para a presidente Dilma Rousseff.
O detalhe de não querermos
admitir residia no fato singular de que a tal pesquisa que agitaria “o mercado”
(pré-anunciada, como a anterior queda de popularidade) nem mesmo entrara em
campo, já que ocorreria entre os dias 2 e 4 (quarta e sexta).
“Matéria do site Muda Mais – reflete a postagem do Cidadania – matou a charada. O
Datafolha formulou um extenso questionário para apresentar às suas vítimas,
digo, aos seus entrevistados. São 47 perguntas, mas as perguntas sobre intenção
de voto são as últimas do questionário”.
O Brasil 47 aprimorou
os fatos ao publicar “Datafolha foi feito sob medida contra Dilma”:
“Questionário
do instituto do grupo Folha, de Otávio Frias Filho, traz uma série de perguntas
sobre insegurança, Pasadena e risco de apagão, antes de entrar no que realmente
interessa, que é a sucessão presidencial; estrutura das perguntas tende a criar
um certo mal-estar no entrevistado e, por isso, deve apontar índices menores da
presidente Dilma Rousseff e maiores dos oposicionistas Aécio Neves e Eduardo
Campos; resultado sai apenas no sábado, mas a especulação já corre solta na
Bovespa, onde as estatais registraram ontem fortes altas”
Esta a atuação da
valorosa mídia nativa – apoiada nos instrumentos que desenvolve – que repercute
na sociedade através dos jornais televisivos como se fosse a verdade factual.
Vale tudo possível
Tanto que nada nos surpreende
mais no jogo sujo. Até mesmo lockout – recusa patronal em manter sua atividade,
simplesmente chamado de “greve de patrão/empregador” – para atingir o bolso e o
imaginário da população carente. Como empresas de ônibus não colocarem seus
carros em serviço nos grandes centros sob o argumento de que a tarifa de
transporte não está cobrindo seus custos.
Dia desses anunciaram
que a Caixa Econômica não pagaria o “Bolsa Família”. Foi um auê. Governo
atacado em editoriais, o povo xingando presidente etc.
Imagine a agitação, em
ano eleitoral, se um conluio de agentes da CEF – as lotéricas – decidir por não
pagar a mesma Bolsa Família no dia em os beneficiários baterem a suas portas no
dia do pagamento alegando a baixa remuneração que alegam estar percebendo.
As lições
O que poderia ser
posto em dúvida não mais se sustenta. Pelo menos antes se sustentava. A
sociedade não mais tem o golpe civil/militar – ressalvados os eternos golpistas
– como o fenômeno de importância capital para a história brasileira.
Não é um fato que
permanece como o suicídio de Getúlio Vargas e as razões que o levaram ao ato
extremo. As mesmas razões que conduziram à deposição do presidente João
Goulart, que evitou o confronto para não levar o país a um conflito que, como
temia, lavaria de sangue o território pátrio.
A atuação de alguns
canais de televisão aberta em editoriais efetivamente constituiu a demonstração
de que a extrema-unção na moribunda ‘redentora’ – como adjetivado o golpe que
desaguou na ditadura militar – tardou 50 anos, mas começa a se consumar.
Cuida o país de
remover os escombros para encontrar mortos e desaparecidos e responsabilizar os
agentes do Estado que, no exercício da função, cometeram tortura e morte nos
porões do regime. Incluindo os integrantes da sociedade civil que os legitimava
e com eles contribuía financeiramente.
Constrói-se a maior
lição: que o fato não se repita. Porque os que não tem a Nação como sua fonte
existencial permanecem em busca da oportunidade que estão a criar
cotidianamente. Utilizando-se dos mesmos meios (revistas, rádios e televisão)
onde atualmente execram aquele que alimentaram.
Joaquim Barbosa desnudado I
Particularmente nunca
entendemos o porquê de o ministro Joaquim Barbosa exercitar violações a regras
jurídicas – assumindo, inclusive, uma postura autoritária – para assegurar
algumas condenações no julgamento da AP 470, quando acusados os denominados
integrantes do núcleo político. Mentiu e defendeu mentiras. A ponto de defender,
quando questionado no curso do julgamento, que Martinez morrera em dezembro de
2002 quando o fora em outubro. Tudo para assegurar a aplicação de lei posterior
ao falecimento que assegurava punição maior para o crime de corrupção ativa e
passiva.
Em mais de uma
oportunidade registramos em texto que somente entendíamos a postura de Barbosa
sob viés psicanalítico: de que não perdoava o PT por havê-lo indicado por ser
negro e não por seus méritos jurídicos.
Afirmamos, também, que
suas inconsequentes atitudes – secundadas pela maioria que então dominava a
Corte (5 x4) – estavam a desmoralizar o STF como instituição.
O segundo caso vai, a
cada dia, mais se escancarando. O castelo construído por Barbosa nem mesmo foi
de pedras sobre areia, mas de papel sobre um pântano. Assim que umedecido se
desmancha.
Faltava-nos algo em
torno da personalidade complexada de Joaquim Barbosa por sua condição de negro.
E nos vem um texto de Nirlando Beirão (Carta Capital n. 793, p. 76), analisando
a entrevista concedida pelo ministro na reestréia do programa Roberto D’Ávila,
agora no Globo News, na virada do sábado 23 para o domingo 24 de março.
“D’Ávila, com luvas de
pelica, jogava a isca e Barbosa, encouraçado em sua arrogância, nem sequer percebia.
D’Ávila indicava, na delicadeza das perguntas, saída lisonjeira para a
resposta:”O senhor lê muito, não é? Balzac?” Barbosa estufou o ego: “É, Balzac”.
E mais não disse. “O que o senhor escuta?” “Tudo.” “Beatles ou Rolling Stones? “Os
dois”.
O único momento em que
Barbosa demonstrou alguma emoção foi ao falar de racismo. Daquele jeito. O
rancor pauta a vida dele. Deve ter sido mesmo muito humilhado, Sugeriu até que
Lula nomeou-o para o STF de olho na cota, não em reconhecimento por seu currículo,
brilhante, comopolita”.
Joaquim Barbosa desnudado II
Confissões de Joaquim.
Infância rígida, pai “bastante rígido” (talvez a fonte do desequilíbrio psíquico
não superado pela academia). ‘Um pouco rebelde’ apesar ‘de extremamente tímido’.
Fato palpável: apresenta dificuldade em fixar os olhos do entrevistador.
Responde o mínimo em
relação à pergunta, um mínimo vazio no mais das vezes; completa respostas com
pergunta complementar do entrevistador. Nada acresce de substancial. Roberto d´Ávila
massacra Joaquim Barbosa quando deixa-o falar; salva-o quando o interrompe. O
riso contido do entrevistador é um relatório mudo do que acontece.
Definimos a
circunstância de típica melancolia intelectual a que levado o telespectador que
assistiu Joaquim Barbosa. Não chega a ser uma ‘mente indigente tirada a
inteligente’ – como diria Stanislaw Ponte Preta – mas não é a mente supimpa que
pintaram dele. Também não o afirmemos um detento de ‘cultura de almanaque’. Talvez
apenas um poliglota de quatro idiomas apenas.
Joaquim Barbosa desnudado II
Certamente Joaquim Barbosa
pode ter sido aconselhado a não se meter na política, principalmente onde tenha
que debater. Não há equipe que o salve num debate eleitoral.
Louve-se a educação e
a gentileza do entrevistador Roberto D’Ávila e teria destruído completamente a
biografia de Joaquim Barbosa. Bastava aprofundar em torno das contradições e
das omissões levantadas por Barbosa durante a entrevista.
Detalhe aos 15 minutos
da entrevista e as contradições a partir dos 38.
Caso tenha o estimado
leitor a paciência necessária – até para contraditar o editado por Nirlando Beirão
– acesse o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=081Zh1LZxXo
Findou-se o prazo
E finou-se a
oportunidade de Joaquim Barbosa sair candidato a presidente e de que viesse a
assegurar um segundo turno para a eleição presidencial. Os fatos recentes
contribuíram para isso, com o despencar da imagem de Joaquim Barbosa e a
importância que exerceu quando tutor da AP 470.
A falência do material
se consumou. O malabarismo não deu certo.
Fortalecendo
Novamente nas mãos de
Joaquim Barbosa a destino de José Dirceu no que diz respeito ao direito de
trabalhar, assegurado em lei. Permanece a exceção como regra.
José Dirceu sairá da
prisão – se Joaquim deixar – em novembro de 2014. Mais forte politicamente do
que quando entrou.
Fortalecido/vitimizado
a cada perseguição de Barbosa.
Pirâmide na rede
Com míseros R$ 2,00
depositados “alegremente para cada uma das sete pessoas de lista abaixo” o
maravilhado ‘vencedor’ convoca o caro leitor a participar de um ‘programa de
auto-ajuda financeira’ que em torno de três meses traouxeram para a sua conta (dele)
um total que supera 598 mil reais.
Que maravilha!
Quem quiser que entre.
Quosque tandem I
A força do PCdoB na
administração municipal é fato notório. Partido que se juntou ao do atual
prefeito nos primeiros instantes teria, inclusive, contribuído para a
arrecadação de recursos financeiros que custearam a campanha vencedora,
chegando mesmo alguns a afirmarem que ele sozinho (leia-se, Davidson Magalhães
e Bahiagás) capitaneou a quase totalidade das contribuições.
Tal força tem sido
vista – ainda que partido de quadros limitados quantitativamente – na
composição de escalões do governo municipal. Sua expressão é tal que o
vice-prefeito aparece em nível de representação do Executivo como nenhum outro
na história político-administrativa itabunense.
A Secretaria de Saúde
do município parece ser sua menina-dos-olhos. Teria sido exigida ‘de cabo a
rabo” como dote de campanha, o que ainda não está consumado por não deter
absoluto controle sobre algumas áreas.
Sua força é tal que
apesar de existir na administração municipal um dos mais competentes
administradores de saúde – o
ex-secretário Paulo Bicalho – não foi possível ocupar a secretaria, limitada a
sua atuação à gestão do Hospital de Base.
Quaosque tandem II
Veiculado na rede
(Pimenta) que o partido pretende substituir um coordenador administrativo do
Samu (que é enfermeiro) por um ex-candidato da sigla a vereador (não sabemos se
também enfermeiro, ou médico) a pedido do próprio secretário de saúde. Também
alvo dos comunistas a direção do Hospital de Base.
Os próximos dias dirão
sobre as pretensões do PCdoB.
O que a sociedade sabe
(pode não querer dizer) é que os recursos destinados à saúde despertam o
interesse de políticos. Ainda que entendam – pelo que dizem – ser um
‘problema’.
A saúde como
‘problema’ atrai o PCdoB. Que ainda não o resolveu em nível de Itabuna depois
de 14 meses de gestão.
Talvez – quem sabe? – porque
não dispõe do controle dos recursos financeiros do Samu e do Hospital de Base.
História
Quosque tandem (até quando) – diria Marcus Tulio Cicero ao
Catalina grapiúna – abutere patientia
nostra (abusará da nossa paciência?).
Catilina pretendeu
derrubar a República. Afastou-se do Senado e montou um exército para consumar o
intento. O discurso de Cícero, proferido no Senado e para o povo fragilizou a
ação de Catilina. Que morreu no campo de batalha, um ano depois da insurreição.
Deixamos ao leitor a
identificação do Catilina grapiúna. Que pode – caetanicamente – ser ou não ser.
Venezuela
Apraz-nos falar da Venezuela.
Pelo que tem feito as administrações Hugo Chaves nos diferentes campos. Inclusive
o cultural. Hoje existem mais de 300 mil crianças e jovens em milhares de
filarmônicas e orquestras sinfônicas pelo país. Certamente ajudando-os a sair
dos guetos sociais em que viviam. E correndo o mundo em apresentações. Onde
aplaudidas de pé. Nada disso mostra a nossa imprensa quando escreve sobre a
Venezuela.
Convidamos o leitor
não a ouvir, necessariamente, mas a ver o vídeo abaixo, de exibição em
Salzburgo-Áustria, da Orquestra Sinfônica Infantil Nacional da Venezuela,
regida por Simón Rattler (Diretor da Filarmônica de Berlim). Depois de Rattler, rege-a por uns instantes o jovem Jesús Parra.
Imagine-se no lugar dos pais dessas crianças. E a dimensão de autoestima de todos.
* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br
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