quarta-feira, 16 de abril de 2014

Entender

Quem há?
O pobre mortal que pretenda compreender o país a partir da visão e interpretações postas por economistas e seus critérios avaliatórios já vive dificuldades, tantos os humores. Muitos deles amparados em defesa de interesses que em nada não estão vinculados aos do cidadão.

Quem há de entender a indústria automobilística tupiniquim? Em janeiro alardeava o avanço de 9,9% na produção de veículos em 2013 em comparação com 2012 - o melhor desempenho da história do setor - e um crescimento de 46% nas exportações, que saltaram de 3,72 bilhões de dólares em 2012 para 5,46 bilhões em 2013.

Mal finda março - passados três meses do anunciado sucesso - e as montadoras anunciam férias coletivas e demissões incentivadas, alegando pátios com estoque além do que dizem ser tolerável.

O país vivendo um estágio de quase pleno emprego, a indústria empregando mais 1,9%, crédito farto etc. etc. Naturalmente algo não condiz com a lógica do observador comum.

É que não explicam os senhores da indústria automobilística que vendem o carro mais caro, quando comparado com o preço do que produzem e vendem lá fora, que seu lucro no Brasil ultrapassa os limites do bom senso e - isso não dizem nem sob tortura - que seus lucros têm alimentado nestes anos todos - e mais acentuadamente nestes últimos de crise internacional - os cofres de suas matrizes.

Ah! Uma coisinha a mais, também nunca revelada: aqueles incentivos que o Governo Federal dá para que vendam mais barato seus carros - sacrificando Estados e Municípios - não são repassados in totum para o preço. Ajudam a formar o lucro que mandam para o exterior.

Naturalmente aí a pressão: para que o Governo Federal não lhes retire o bem bom.

Quem há de entender? Naturalmente quem perceba que o saco do usurário não enche nunca. E, mais que isso, é insaciável, se lhe damos a vida que é do dono.

Como está ocorrendo com a turma que vende ovo de páscoa. Que deu de reduzir o tamanho e o peso do produto. Sem perder a ternura... de aumentar o preço.

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