domingo, 13 de abril de 2014

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Quem diria!
Não há de ser negada a competência de empresas/empresários dos Estados Unidos para vender de tudo por este mundo do Deus 'lhe dará'! Em meio aos produtos a fórmula de comercializá-los. Em alguns casos chegam a criar típico processo de dependência no consumidor – não química – para que a ‘corrente’ nunca se quebre e os cofres permaneçam recebendo o dinheirinho que não faz mal a ninguém.

Deu no GGN, reproduzindo matéria do Financial Times: no início do ano a Comissão Federal de Comércio dos EUA – entidade antitruste e de proteção ao consumidor estadunidense – instaurou um inquérito contra a Herbalife, depois de monitorar seu negócios por mais de um ano, estando a empresa acusada de um esquema marketing multi-nível, vulgarmente conhecido como “pirâmide”. 

Entraram em campo, com investigação criminal,  o Departamento de Justiça e o FBI.

Denúncias têm pipocado contra a Herbalife, o que forçou a apuração instaurada. Em defesa da empresa figuras como George Soros, acionista por coincidência.


Charge O Tempo 12/04
Alerta!
Risco de chegada ao Brasil de uma doença transmitida por um vírus, o chikungunia, semelhante à dengue. O alerta é da Fiocruz.

Detalhe: o trasmissor é também o aedes aegipty

Que começa um processo de típica diversificação de sua atividade originária.

Petrobras
Do Jornal do Brasil – Aumento da produção de petróleo eleva em 12% arrecadação de royalties, em decorrência da entrada em funcionamento de novas plataformas de extração de óleo em diferentes bacias do pré-sal, fazendo aquela arrecadação superar os 4,6 bilhões de reais somente no primeiro trimestre de 2014 para União, Estados e Municípios.

Nove foram as plataformas concluídas pela Petrobras em 2013 (fato inédito), parte já produzindo.

No entanto – para o senador Álvaro Dias – a estatal (o que resta dela) está em frangalhos. Melhor – não o disse, mas o quis – que seja vendida a preço de banana ao capital privado, estrangeiro de preferência, como a Vale, a CSN, Embratel etc.

Aguarda-se que a presidente Graça Forster mostre aos congressistas tais números, porque o que mostra o noticiário é o caos.

Sorites I
No plano do raciocínio lógico denomina-se sorites ao “silogismo composto ou polissilogismo, no qual a conclusão do silogismo que precede é adotada como premissa do silogismo subsequente, até se chegar a relacionar o antecedente ao primeiro silogismo com a consequência do último” (Dicionário de Filosofia, de Nicola Abagnano). 

Ou seja, um  processo de raciocínio composto de uma série de proposições ligadas entre si de maneira que o predicado de um torna-se o sujeito da seguinte, e assim até a conclusão, que tem como sujeito o sujeito da primeira e como predicado o predicado da última proposição anterior à conclusão.

Por mais que pareça complicado ao leitor não afeito ao universo da Filosofia, podemos traduzir em nossa realidade o acima posto, na construção desenvolvida pela imprensa para tornar verdade absoluta o fato que ela manipula: a notícia é inventada (tratamos aqui daquelas que são mentiras, como o clássico 'grampo sem áudio, de Gilmar Mendes, Demóstenes Torres, veiculado pela Veja, dentre outros) e publicada no jornal ou revista; a televisão a repercute; entra em campo parlamentares da oposição que discute o lido e o visto e ouvido, que volta a ser divulgado e comentado pelo jornal e pela revista... 

Este o ciclo. Que vai crescendo, crescendo, como bola de neve.

Sorites II
Ainda que denunciado, o estrago causado por um boato é devastador. É um mecanismo de psicologia coletiva, difícil de ser reparado, ainda que desmentido. Deixa sequelas profundas.

Nesse processo de propaganda – largamente utilizado pela oposição e seus veículos de apoio – a verdade é secundária. Ainda que desmascaradas, as mentiras tendem a ser devastadoras. 
Lembremos – no plano histórico – que nunca se provou intervenção de familiares de Getúlio no atentado da Toneleros, mas quando veio a ser comprovada a mentira de Carlos Lacerda Getúlio já dera um tiro no peito.

Está aí a Petrobras e a compra da refinaria de Passadena (ora produzindo no limite de sua capacidade, recuperando seu valor de compra depois da crise de 2008) confundido o negócio com desmandos deste ou daquele dirigente (fatos em apuração).

Não sabemos os desdobramentos político-eleitorais (até este instante de nenhum efeito concreto), mas que a mancha pega, isso pega! 


É a lógica do raciocínio elaborado. Só superável pela realidade fática, não pela argumentação em contrário.

Geopolítica
Mauro Santayana, no Jornal do Brasil, denuncia que suinocultores brasileiros entraram com pedido junto ao Ministério da Agricultura (que ainda estuda o assunto, não sabemos até quando) para que seja suspensa a importação de plasma, material genético e animais reprodutores dos Estados Unidos.

Por lá estão enfrentando uma epidemia do vírus da DES-Diarreia Epidêmica Suína que já se espalhou pelo México, Canadá, República Dominicana, Colômbia e Peru.

O material questionada é utilizado como ração suína. No que diz respeito ao plasma e a sua ração nem mesmo os EUA o utilizam como complemento alimentar. Muitos entendem que nenhuma necessidade há da utilização dos produtos questionados.

Os problemas, dizem técnicos, se assemelham ao que ficou famoso como ‘vaca louca’.
De nossa parte – sempre duvidando do que exportam os Estados Unidos – ficamos a vislumbrar o risco iminente de um problema na produção de carne suína e a inviabilização de sua exportação.

Justamente nesse instante em que as portas mais se abrem para nosso produto na Rússia, depois que os EUA perderam espaço na exportação de carne suína para a Rússia por causa da Crimeia.

A CPI e o fim do mundo I
Quando instalada a denominada CPI do Cachoeira de logo recebeu a adjetivação de ‘cpi do fim do mundo’ tantas as vertentes a que se propunha e terminou em fracasso e desgaste para o Congresso.

A caminho de idêntico fim esta outra CPI do fim do mundo, encabeçada por apurar fatos relativos a Petrobras e, na esteira, da Alston e porto de Suape.

Descobrem os analistas que nem mesmo a oposição pretendia a instalação da CPI da Petrobras. Teria imaginado ficar com a aura de paladina da moralidade e da luta contra a corrupção e que não encontraria assinaturas necessárias.

A preocupação faz sentido: ultrapassado o fator político-eleitoral – já alcançado pela reverberação das “denúncias” na mídia, suficiente para causar os danos que tenha de causar ao Governo – dentro de 60 dias começa a Copa do Mundo e já em julho o processo eleitoral.

Para quem precisa estar em campo garimpando dinheiro para a campanha – porque sem a reforma política e sem o financiamento público de campanha não se consegue votos sem 'ajuda' – trabalhar nas comissões é um tiro no pé de qualquer reeleição.

Não fora isso, iniciativas como a de Forster de ir ao Senado dar explicações vai esvaziando o conteúdo das apurações. Furando o balão da oposição.

A CPI e o fim do mundo II
Não havíamos recebido a Carta Capital desta semana. Para surpresa - se é que nesse Brasil de singulares políticos há surpresa - o 'santo guerreiro' da oposição e da mídia, o doleiro Yousseff, nela está escancarado como doleiro de Ricardo Sérgio - ilustre tesoureiro do PSDB em campanhas de Fernando Henrique e José Serra - que através dele (doleiro) transferiu para o exterior a bagatela de 56 milhões de dólares.

Caso o Yousseff resolva falar o que sabe (sobre tudo e sobre todos) imagine o leitor a razão por que a oposição já se acha 'arrependida' por pretender a CPI da Petrobras.
Novo conceito
Fernando Henrique Cardoso - segundo a Folha - durante encontro com intelectuais no Museu de Arte do Rio de Janeiro, produziu risos quando afirmou: "Hoje, se disser que sou de esquerda, as pessoas não vão acreditar. Embora seja verdade. É verdade!”

FHC afirma-se de esquerda, o que “ninguém acredita”. Para quem, no exercício do poder, se tornou expoente do liberalismo em sua expressão mais nefasta – o neoliberalismo – por entender que o Brasil se achava no seio do universo dos que somente se desenvolvem sob dependência ao capital financeiro externo, como defendeu em sua ‘teoria da dependência’, não deixa de antever uma típica reformulação conceitual do que seja ‘esquerda’.

O problema reside em nós outros: acreditar que permaneça depois de dizer que 'esquecessem' o que havia dito e escrito.
Dois calos I
O PSDB, sempre amparado na confiável grande imprensa - incumbida pelo sistema e autoassumida na defesa dos seus - começa a viver vazamentos no barco que singrava em águas calmas. 

Em ano eleitoral e vivenciando escândalos em governos geridos por tucanos (São Paulo e Minas Gerais), viu-se no olho do furacão – escapado durante anos – quando Eduardo Azeredo estava prestes a ser julgado pelo STF em seara idêntica à que vitimou os petistas da AP 470.

A melhor solução política – porque como jurídica foi perfeita – recomendou afastamento de Azeredo do cenário e da visibilidade assegurados pelo STF, encontrando na renúncia o caminho de retorno à instância inferior e do esquecimento pela média parceira.

Dois calos II
Elevado à categoria de perfeito exemplar tucano e paradigma de gestor, outro tucano, Pimenta da Veiga, fora escolhido a dedo como solução para o governo de Minas em 2014. Currículo ideal.

Esqueceram de perguntar à Polícia Federal, que o indiciou por malfeitos não tão recentes, apenas antes esquecidos em alguns escaninhos.

Dois calos III
E deixou Aécio com uma batata quente nas mãos: a de defender o recém indiciado Pimenta da Veiga.

Tem cuidado de fazê-lo acusando a inoportunidade do indiciamento, ocorrido depois de o tucano ter sido lançado com pompa e circunstância candidato a governador. 

Como memória de político é convenientemente curta, falta lembrar a Aécio que o seu raciocínio também o foi do PT, quando Joaquim Barbosa esqueceu o mensalão do PSDB (de Minas Gerais), mais antigo, e preferiu o do PT... às vésperas de processo eleitoral.

Não sabemos como se sairá Aécio Neves como 'podólogo' depois que o candidato ideal do PSDB em Minas se tornou mala sem alça, já causando estrago.

Geddel I
Participávamos de um programa radiofônico em rádio local onde entrevistado ao vivo Geddel Vieira Lima. Anunciava o político o projeto que denominava “Pé na Estrada”, que objetivava manter-se em permanente contato com a sociedade baiana em todos os seus recantos. Entendemos que ali se iniciava sua campanha para governador nas eleições 2014. O “Pé na Estrada” fora anunciado naquele 10 de novembro de 2012, dois anos antes do ano das majoritárias a se consumar neste 2014.

De lá para cá, uma vez lançado o seu nome, Geddel defendeu a si mesmo como o nome ideal para aglutinar a oposição ao governo Wagner e ao PT baiano. Custeando seu projeto manteve cargo na Caixa Econômica Federal.

Muita água rolou por baixo da ponte. De um instante para outro Geddel tornou-se candidato ao senado, renunciando ao projeto “Pé na Estrada”.

De ator principal a coadjuvante. Ou o “Pé na Estrada” não era projeto. Ou, se se o era, afundou.

Geddel II
Havia dado um xeque-mate naqueles que não cumpriam o acertado com ele. Tinha a faca e o queijo na mão. Renunciou a tudo. Abandonou o projeto e o tabuleiro. 

Coisa daquelas ‘nuvens’ de que falava Magalhães Pinto para tentar definir a política – aí entendida nas ações dos políticos – para quem num instante você olha e está de um jeito, quando retorna o olhar já é outro.

Geddel trocou a autonomia de seu projeto político por uma candidatura a vice-prefeitura de Salvador em 2016. Prêmio que somente o futuro poderá explicar. Se conseguir.

Geddel III
Pode ter reconhecido que não tinha caminho ou futuro próprio. Precisa recomeçar. Como se indispôs com o PT baiano e estendeu essa indisposição ao nacional, busca no imediato formar novo grupo.

Manteve unida a oposição na Bahia.

Pode – especulação – ser o canal para futura junção dos frangalhos de DEM e do PSDB em torno de seu nome como liderança regional do PMDB.

No momento, divide, para tanto, o PMDB. Alguns históricos aliados não admitirão a convivência com o carlismo.
Homenagem singela
Diante da grandeza de sua atitude depois de levantar heroísmos em liderados, a conclusão a que chegou Geddel cobra de nós uma homenagem musical. 

Ei-la - extraída do "Acabou Chorare" (1972) - composta por Galvão-Pepeu-Moraes Moreira.
40 anos depois a música é lembrada (e louvada) pelo projeto que representou a gravação histórica. Não sabemos - o tempo dirá! - se o homenageado será lembrado.
http://www.youtube.com/watch?v=sGA9KaP9eus 

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Estando fora do ar por problemas técnicos, a coluna está sendo postada somente neste espaço, até que retorne O Trombone 


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