Famoso no anedótico
futebolísitco o fato, talvez lenda, de que Vicente Feola, então técnico da seleção
brasileira de 1958, fazia a preleção antes do jogo com a Rússia, e determinava
a cada um o que devia fazer em campo. Atribuída a Garrincha e sua ingenuidade a
pergunta: “‘Seu’ Feola, o senhor já combinou com os russos?”
Registramos ontem no
DE RODAPÉS E DE ACHADOS (“Vale tudo real”) o fato de que antes mesmo que a
pesquisa Datafolha entrasse em campo (entre os dias 2 e 4) já havia sido publicado
por um tal Informany na terça (1º) que o instituto divulgaria “pesquisa eleitoral no próximo sábado e promete agitar o mercado”. Flagrante a antevisão
do resultado. Ou seja, não havia como dar errado.
Mais foi expressado no
rodapé, a partir de outras leituras:
a entrevista “cansaria” o entrevistado com 47 perguntas sobre temas que vêm saturando o telespectador e ouvinte – Petrobras,
Passadena, inflação, violência, saúde etc. Até que, devidamente lavado, respondesse sobre
as intenções de voto para presidente da República, as últimas indagações.
O método é por demais
conhecido. E já chegou a ser alvo da então Procuradora-Eleitoral Sandra Cureau,
em 2010, em relação ao Sensus, que se utilizara do mesmo processo em pesquisa
de intenção de voto.
Nada estranho que o
faça o Datafolha, instituto que responde aos interesses do Grupo Folha, em nada
comprometidos com a verdade factual, mas em se utilizar dos meios de que
disponha para fazer a sua política e defender os seus candidatos, ainda que se
diga imbuído da mais pura isenção.
No entanto, quando os
resultados (ainda que manipulados pela ‘lavagem’) chegam a público trazem a
realidade escondida, a verdade não manipulável. Claro que o objetivo maior foi
alcançado: “agitar o mercado”, amparado na queda das intenções de voto em Dilma
Rousseff.
Ocorre que, tantos
foram os pontos perdidos – seis, que representam em torno de 14% sobre os 44%
que Dilma detinha em pesquisa anterior do mesmo instituto – que de imediato leva
o observador a buscar quem (qual ou quais) dos candidatos se beneficiou da
redução. Verifica, então, que nenhum dos postos em campo foi beneficiado, tanto
que a Presidente se reelegeria ainda no primeiro turno. Não posta como
candidata neste instante, no entanto, se levada à candidatura no lugar de
Campos, Marina Silva conquistaria parte da perda de Dilma.
Sinal claro: somente Marina
conquista votos tirados de Dilma Rousseff. Então nos vem o pulo do gato, se não
estamos enganado. Quem levaria a eleição a um segundo turno? Marina Silva, se
candidata no lugar de Eduardo Campos.
Como fundamental para
a oposição e seus acólitos (entre eles parte considerável da imprensa, com
destaque para Folha, Estadão, Globo, Estado de Minas e quejandos) é que venha a
ocorrer um segundo turno como tábua de salvação fica um cheiro no ar de que a “lavagem”
que enseja a ‘manipulação’ do resultado esteja voltada para que o PSB tenha
Marina Silva como cabeça de chapa.
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