O grande eleitor I
Em que pese dois
momentos significativos da história político-administrativa recente do país
somente um deles tem sido explorado em pesquisas. Ainda que a disputa de idéias
se apresente polarizada entre PSDB e PT, quando referido um representante dos
respectivos ‘pensamentos’ somente o ex-presidente Lula tem integrado as
planilhas de pesquisas eleitorais.
As conclusões
imediatas podem advir do fato de que Fernando Henrique Cardoso não recuperou a
imagem que deteve em instantes de seus governos; o contrário de Luís Inácio
Lula da Silva, que a mantém.
Isso considerado uma conclusão se impõe: FHC tira
votos; Lula, soma. Talvez essa a razão por que os institutos de pesquisa não
põem em confronto FHC x Lula em suas enquetes.
Claro fica,
escancaradamente – e vemos como de importância singular – que o guru de Aécio
Neves – FHC – em nenhum momento é posto sob consulta como ocorre com Lula. O
que há no ar além dos aviões de carreira: o tão alardeado governo tucano não
motiva nenhum chamado tipo ‘volta, FHC’, dentro do PSDB, como ocorre com o
‘volta, Lula’ em setores do PT.
Resta – para abalar os efeitos do grande eleitor – gerar a desconfiança que
interessa à oposição (a quem serve parte da imprensa): um conflito entre Dilma
e Lula, instigado sempre sob o domínio de números que a ele assegurariam
vitória certa.
Jogo psicológico, teste de nervos.
O grande eleitor II
Partindo da premissa
da existência de manipulação através do levantamento aventamos ontem ("Falta combinar com alguém") a
circunstância efetiva do porquê da queda de Dilma em pesquisa da Datafolha, considerando
o fato concreto de que nenhum dos demais candidatos postos como cabeça de chapa
haverem dela se beneficiado.
E mais: de que nela estaria embutido um claro
sinal de substituição do nome de Eduardo Campos por Marina Silva, aquela que,
segundo o levantamento, seria capaz de assegurar um segundo turno.
No entanto, outro dado
presente na pesquisa fora omitido da divulgação (com objetivo de “agitar o
mercado”): o que representa aquele Lula ‘eleitor’ no processo eleitoral.
Tais
dados foram divulgados à solerte na calada da noite, 24 horas depois, na noite
de domingo, pela Folha de São Paulo, sem a visibilidade que exigia sua
importância: o peso de Lula na sucessão leva-o a ordenar e a hierarquizar a
definição de – compreenda o leitor o porquê de a Folha não divulgar o
dado pesquisado no sábado – 60% do eleitorado. 37% ‘votariam com certeza’ no indicado
por Lula. Ou seja: considerável parcela do eleitorado votará em quem Lula recomendar.
Para ampliarmos a
dimensão do fato negado no primeiro instante pela Folha: 41% rejeitariam
indicação de Marina Silva e 57%, a de Fernando Henrique Cardoso (somente 23%
admitem sufragar uma sua indicação).
Elementar conclusão: quase o mesmo
percentual que admite votar em quem for indicado por Lula (60%) rejeita
indicado por FHC (57%).
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