Em busca de Mefistófeles
O vazio de lideranças
deixa a eleição presidencial naquele viés de ser a favor da permanência de
Dilma ou de ser contra 'porque não gosto do PT'. Essa a tristeza que acomete o
quadro político atual se trilhamos pelas candidaturas postas, observando-as sob
o prisma das que se destacam, diante das falas recentes anunciando os compromissos que passaram a assumir.
Nomes como os de
Eduardo Campos e de Aécio Neves, que trouxeram em cada instante de
disponibilização a idéia de que representariam algo novo – não pela ótica
revolucionária, mas da proposta de gestões que pudessem se ofertar como
contraponto político (sem romper as políticas sociais) a um período de 13 anos
que – gostem ou não, admitam ou não – está presente no imaginário de parcela
considerável da sociedade em razão das ações que a esta beneficiaram – caíram
na mesmice do poder pelo poder desde o instante em que perceberam, através das
pesquisas, que não traduziam o apelo que imaginavam levar ao convencimento do
eleitorado.
Mais simplesmente, que não tinham ouvintes para o discurso que
imaginavam para eles ensaiado.
Percebe-se a falta de
grandeza política, de compromisso com o país e, por resto, para com o povo.
Típicos peregrinos em busca de Mefistófeles contemporâneo negociam com quem
quer que seja – ofertam-se à sedução, quando se imaginam sedutores – em busca
do retorno à Idade Média, instante em que aquele nasceu.
Oferecem-se (burlados
pelas pesquisas) como o cientista frustrado do Fausto, de Goethe, assegurando retorno
de privilégios (muitos recentemente extirpados da política nacional, quando
menos, em muito reduzidos).
Caso o leitor duvide,
leia Mônica Bérgamo, na Ilustrada da Folha desta quarta 2, “Aécio: estou
preparado para decisões impopulares” http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/159317-monica-bergamo.shtml
Pela mediocridade de
compromisso - além de saciar o próprio bolso daquela platéia extasiada com a fala - se
percebe quão pobres de espírito andam esses candidatos.
Por que não insistimos
com alguma referência a Eduardo Campos e nos debruçamos em Aécio? É que a cara de Aécio é a mesma de
Campos. Afinal seus discursos afinaram-se em busca de seduzir o mesmo público.
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