quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Debate

Mar calmo
O debate da TV Cabrália não trouxe nenhuma novidade, tampouco gerará a repercussão que dele se esperava, além de sua ocorrência. Em princípio, pelo formato. Que procurou distribuir tempo e oportunidades aos candidatos como se todos tivessem a mesma densidade eleitoral.

De certo modo frustrou os que esperavam maior debate de convicções e ideias. Estas, apenas visíveis e expostas pelo candidato Zé Roberto (PSTU), dentro da tônica que norteia o partido, de fomentar a propaganda de uma mudança revolucionária. Palavra (revolução) que ocupa a propaganda do candidato Eliodório (PCB) sem, contudo, traduzir a força no discurso que expressa. Zen Costa (PSOL) não tem a verve da companheira Heloisa Helena; transita pela oportunidade como um monge falando para um público em meio a um conflito, onde os ânimos exaltados lhe são motivo para testar as convicções filosóficas, demonstrando poder comprovar sua capacidade de meditar emitir e entoar mantras em plena Cinquentenário em dia de passeata e buzinaço.

Juçara (PT) e Vane (PRB) estiveram, quando a oportunidade se deu através do primeiro, praticamente trocando figurinhas tendo por alvo a administração de Azevedo (DEM), que passou o tempo todo ora elogiando a si e à sua administração, ora cutucando os dois que lhe fazem frente.

Nada mais que o já exaustivamente mostrado nos programas eleitorais. Ou seja, propostas e boas intenções.

Não se viu, entre eles, demonstração de conhecimento pleno do que encontram pela frente. Nenhuma discussão sobre a capacidade financeira, a dívida fundada, a Itabuna para daqui a 50 anos.

Considerando que todos, em especial Juçara e Azevedo, esperam contar (Juçara) e contam (Azevedo) com repasses conveniados com o governo federal, ficamos a imaginar que o município, em si mesmo, não tem qualquer participação concreta ou perspectiva em torno da sua arrecadação própria.

Ao largo as questões urbanísticas mais profundas. Assim, como o aproveitamento da vocação grapiúna diante do que lhe está sendo oferecido pelo complexo intermodal. Da mesma forma o Meio Ambiente, que parece somente existir no e pelo rio Cachoeira isolado.

O jogo bruto não ocorreu
O fato da semana, o conflito de gênero lançado como salvação, a luta entre homem e mulher passou ao largo. Limitou-se - dentro dos limites da repercussão cabível, mais alimentada em esparsas paixões e reações individuais - ao espaço da propaganda eleitoral, onde nasceu e morreu.

Afastado de "novidade" o debate transitou pelo lugar comum. No fundo, no fundo, o formato inviabilizou o debate em si.

E tudo trancorreu em mar calmo com pequenas marolas. Onde o espaço para pescaria já se encontra previamente delimitado. Cada pescador sabendo o cardume e tipo de peixe que vai encontrar.


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