Não descansará em paz
Prestes a deixar a função de Procurador-Geral da República o quase ex, Roberto Gurgel, nunca imaginaria que a caminho da aposentadoria viesse a ser defrontado. Todo poderoso - assim se apresentava - tantas as posturas diante de fatos idênticos por ele apreciados e julgados como se detivesse virtudes teologais. A mais expressa, a onipotência.
Considerando a denúncia trazida pelo senador Fernando Collor, da tribuna do Senado na quinta 8 (http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2013/08/09/collor-suspeita-de-arapongagem-de-gurgel/) tendemos a imaginar que Roberto Gurgel buscava reunir outras duas virtudes inerentes à Divindade (onipresença e onisciência) aos limites do mundo material - pobre mortal que é - no instante em que buscou valer-se do equipamento chamado 'sistema guardião', destinado ao monitoramento e interceptação telefônica e de dados, o que remete à existência de um sistema de arapongagem a serviço do ainda Procurador-Geral da República.
A suspeita se confirma quando 16.432 telefones e 9.558 pessoas encontram-se monitoradas sem autorização judicial, até o momento, pelo Ministério Público. Por sua gravidade, a arapongagem de Gurgel está sob investigação do Conselho Nacional do Ministério Público - afirma o senador alagoano.
Para quem se imaginou de certa forma um deus - e agiu como tal em relação a muitos destinos, como o dos petistas do núcleo político da AP 470 - 'descansar em paz' regado à água de coco na rede da aposentadoria parece não ser o destino que espera Roberto Gurgel quando deixar o planalto e se fixar na planície.
Para piorar, com o senador Fernando Collor de Mello no seu encalço.
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