Por explicar
Os que se dispensam em nos ler sabem o quanto de senões temos levantado aos posicionamentos do ministro Joaquim Barbosa, que acaba de antecipar sua renúncia, não somente à função de presidente do STF, mas à própria condição de ministro da mais alta corte judiciária do país, dispensando em torno de futuros 11 anos no colegiado, visto que ainda nem completou 60 anos de vida.
As versões oferecidas à sua decisão não apresentam uma conclusão convincente. De problemas de saúde (incômoda coluna, a de JB) a ameaças que estaria sofrendo, passando – dizem os mais ferinos – por não pretender ver Ricardo Lewandowski presidindo o STF.
Esse último argumento torna-se ridículo, porque a antecipação da renúncia (antes anunciada para novembro) precipita a assunção de Lewandowski para julho. Assim também a da doença, uma vez que Sua Excelência viaja horas e horas sentado, porque em aviões não há encosto ou outro meio que o alivie. Caso tomássemos as ameaças, tornam-se quimera em quem sonha em ser maior do que é. Afinal, dispõe de segurança e não anda perambulando por botecos.
Isto posto, qualquer dessas justificativas não deixa Joaquim Barbosa em situação confortável. Caso não venha a público e exponha a razão por que deixa o Supremo só lhe restará 'aceitar' que está se omitindo das funções a si delegadas, que por juramento aceitou cumprir.
No fundo, mesmo que afastemos todas as violações cometidas no exercício da função fica aquela dimensão de que se apropriou do cargo para assegurar sinecura singular: aposentadoria.
Que pretende ver melhorada, com o apoio que oferta (e nega), em relação à atual remuneração – que beira 30 mil reais – e chegaria aos 40 mil quando balançar na rede. Onde dormirá melhor do que na cadeira de ministro.
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