A marcação não arrefece. A presidente Dilma
Rousseff somente se encontra protegida depois que entra no banheiro. E muitos que acompanham de perto seu caminhar perguntariam o que foi fazer por lá, se gasta água em demasia no chuveiro ou na descarga.
Não se exija que
não deva ser acompanhada. Afinal é uma Chefe de Estado que busca reeleição. E como tal, expõe-se. No entanto, atrelar a imagem da presidente às ações do governo para que em detrimento destas (pela crítica desconforme) se atinja aquela leva ao surrealismo de negar o óbvio, de tentar convencer uma criança que o céu não é azul quando ela o vê celeste.
Em intervenções da tribuna ou em apartes a senadora Gleise Hoffmann (PT-PR) tem levantado uma questão: o governo deste país tornou-se – sob o cutelo da mídia e da oposição – um saco de pancadas, sem que 'os avanços' sejam minimamente reconhecidos.
A atuação do ver em tudo que se realiza no Brasil pelo Governo Federal um vazio administrativo leva a que estrangeiros não entendam o que está a acontecer. Dias desses, em relato para a BBC, Wire Davis, depois de entrevistar a presidente Dilma e dela ouvir o que está acontecendo no país, assim concluiu: "Para mim, foram horas valiosas ao lado de uma das líderes mais poderosas, porém menos compreendidas, do mundo".
Não há como não ver o canteiro de obras em curso. Enxergar, no entanto, passa a ser outra história, tornada estória em textos e editoriais da mídia tupiniquim, como se vivêssemos conto da carochinha.
Na próxima quinta-feira o selecionado brasileiro fará o jogo de abertura da Copa do Mundo. O evento que todos querem sediar, no entanto, tornou-se estorvo sob tintas dos que só enxergam no país desgraças.
Ainda que o povo por mais influenciado pelo 'suplício chinês' midiático não demonstre embarcar no apocalipse anunciado ao som de todas as trombetas.
Mas tudo somente pode ser compreendido quando quando lemos o verso da página, escondida de todos: é a política..., é a eleição..., é a fraqueza da oposição... Os atores vários que assumem ostensiva ou laconicamente a reação ao governo prestam-se a tudo para assegurar espaço na peça, ainda que tão só na coxia.
No entanto há coisas que beiram o estapafúrdio no
atual processo eleitoral. Alexandre Padilha, candidato a governador em São
Paulo, teve proibida sua ‘caravana’ de percorrer municípios, conhecer e visitar
eleitores. Autor da proibição: Justiça Eleitoral, a pedido do PSDB.
Na esteira, tudo que a presidente Dilma faz encontra a leitura
de que o faz eleitoralmente. Paulo Henrique Amorim levantou o hilário da
situação: “TSE vai multar a FIFA se a Dilma ganhar a Copa”.
A ironia é
perfeita. Porque tamanho o maniqueísmo que tudo que possa ser usado contra o será.
Desta forma vencendo o Brasil o certame não será mérito da Seleção Brasileira, mas da
presidente. Que fez campanha eleitoral com a Copa do Mundo.
É marcação cerrada! Como seleções estrangeiras farão quando jogarem contra o escrete canarinho.
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