sexta-feira, 13 de junho de 2014

Quando o sonho vive

Imagine na Copa!
Sempre posta como agravante ao desastre que seria para o país sediar a Copa do Mundo. Tornou-se refrão o “Imagine na Copa!”

Desde a capa da Veja em 2011 afirmando impossibilidade até de dispormos de estádios compatíveis com o evento. E que só os via concluídos em 2038!

A Copa esta aí. Não como a imaginavam alguns. O coro dos pessimistas emudeceu, tantos os desafinados que o compunham. Emudeceu diante da realidade do povo cantando o Hino Nacional no Itaquerão... da homenagem à ciência e aos cientistas brasileiros naquele pontapé inicial na cerimônia de abertura... daquela multidão chegando ao estádio sem brigar... de um Oscar que se tornará o homem da Copa se jogar como jogou na abertura.

Tudo visto/assistido por mais de um bilhão no planeta Terra.

Não sabemos se haverá tempo – até o final da Copa – para reconhecermos a dimensão da importância de realizarmos o evento no Brasil. Talvez o último para esta e as próximas gerações.

No mais, o Brasil dos civicamente brasileiros supera agruras, exibe sua essência de grandiosidade ao Mundo. 

Quando galopamos e levamos o riso a cavalo, o sonho vive e até a morte é coisa pequena, porque “fascinante a tarefa de viver” como o diz Ariano Suassuna, que fala pela imagem:


Ecos da abertura da Copa
O exoesqueleto de Nicolelis não encontrou o tempo e a atenção que merecia de exposição tão grandioso avanço científico. Mas despertou o mundo para o que também realiza o Brasil na Ciência.

Difícil de o estrangeiro entender vaia ao Chefe de uma Nação. Sendo ele o símbolo e a representação (da soberania) de um país vaiá-lo é vaiar o próprio país e seu povo.

Para quem dispõe de outros caminhos ver a Copa na Globo não mais...

O Hino Nacional arrepiou. Não só pela voz uníssona do estádio, mas também pela expressão da seleção interpretando-o. Se legado nenhum da Copa em termos planetários o cantar brasileiro de seu hino já fez história.

Lição interna deixada pela força do Hino: brasileiros contra a Copa são insignificância. Se não tivessem a seu favor a mídia não existiriam. Comprovação de que a campanha – em muito sórdida – contra a realização da Copa não afetou o amor próprio do brasileiro pelo futebol, o sentido de um povo que estava prestes a ser destruído.

O time somente esteve a contento quando pressionou a Croácia na segunda metade do primeiro tempo. No mais não correspondeu à expectativa. Ainda não encontrou o posicionamento para cobrir a subida dos laterais.

Sair perdendo já aconteceu com a seleção brasileira. Esperamos que seja um talismã. Especial por ter se originado de um gol contra. Em duas das anteriores (1970 e 2002) revertemos o resultado e vencemos a competição.

O Brasil começa a ganhar a verdadeira Copa: a da visibilidade do país e de sua gente. Incluindo a de ‘Cabeção”, o oráculo da Praia do Forte.


O pesadelo
A abertura da Copa foi insossa, pasteurizada, estereotipada e descolorida para traduzir a riqueza cultural do Brasil. Um pesadelo para o que somos e representamos culturalmente.

Pudera: determinação da FIFA, que escolheu/impôs um italiano – Franco Dragone – e uma belga – Daphné Cornez, escolhida por Dragone –  para comandar o espetáculo.

A visão do colonizador – que tem dificuldade em entender a “civilização que nasce nos trópicos" (Darcy Ribeiro) – negou-se a valorizar o que temos. Houvesse a FIFA entregue a responsabilidade a qualquer das escolas de samba do Brasil e teríamos dado um show.

Espetáculo chinfrim. Como a música de abertura. Também escolha da FIFA. O país de música, músicos e intérpretes respeitados pelo mundo sucumbiu ao ‘rebolado’ pura e simples.

Gol contra da FIFA. Que até “usou” o Olodum!

Podemos ganhar a Copa. Mas perdemos na abertura: em coreografia e música.
Jennifer Lopez se apresenta com o rapper Pitbull. A alta credibilidade artística da dupla credenciou-os a integrar,<br />
junto à brasileira Cláudia Leitte, o trio de cantores da música oficial da Copa do Mundo

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