Imagine na Copa!
Sempre posta como agravante ao desastre que seria
para o país sediar a Copa do Mundo. Tornou-se refrão o “Imagine na Copa!”
Desde a capa da Veja em 2011 afirmando impossibilidade até
de dispormos de estádios compatíveis com o evento. E que só os via concluídos em 2038!
A Copa esta aí. Não como a imaginavam alguns. O coro dos pessimistas emudeceu, tantos os
desafinados que o compunham. Emudeceu diante da realidade do povo cantando o
Hino Nacional no Itaquerão... da homenagem à ciência e aos cientistas
brasileiros naquele pontapé inicial na cerimônia de abertura... daquela
multidão chegando ao estádio sem brigar... de um Oscar que se tornará o
homem da Copa se jogar como jogou na abertura.
Tudo visto/assistido por mais de um bilhão no planeta
Terra.
Não sabemos se haverá tempo – até o final da Copa –
para reconhecermos a dimensão da importância de realizarmos o evento no Brasil.
Talvez o último para esta e as próximas gerações.
Quando galopamos e
levamos o riso a cavalo, o sonho vive e até a morte é coisa pequena, porque “fascinante
a tarefa de viver” como o diz Ariano Suassuna, que fala pela imagem:
Ecos da abertura da Copa
O exoesqueleto de Nicolelis não encontrou o tempo e a
atenção que merecia de exposição tão grandioso avanço científico. Mas despertou o mundo para o que também realiza o Brasil na Ciência.
Difícil de o estrangeiro entender vaia
ao Chefe de uma Nação. Sendo ele o símbolo e a representação (da soberania) de um
país vaiá-lo é vaiar o próprio país e seu povo.
Para quem dispõe de outros caminhos ver a Copa na
Globo não mais...
O Hino Nacional arrepiou. Não só pela voz uníssona
do estádio, mas também pela expressão da seleção interpretando-o. Se legado nenhum da Copa em
termos planetários o cantar brasileiro de seu hino já fez história.
Lição interna deixada pela força do Hino: brasileiros contra a Copa são insignificância. Se não tivessem a seu
favor a mídia não existiriam. Comprovação de que a campanha – em muito sórdida –
contra a realização da Copa não afetou o amor próprio do brasileiro pelo futebol,
o sentido de um povo que estava prestes a ser destruído.
O time somente esteve a contento quando pressionou a
Croácia na segunda metade do primeiro tempo. No mais não correspondeu à
expectativa. Ainda não encontrou o posicionamento para cobrir a subida dos
laterais.
Sair perdendo já aconteceu com a seleção brasileira.
Esperamos que seja um talismã. Especial por ter se originado de um gol contra. Em duas das anteriores (1970 e 2002) revertemos o resultado e vencemos a
competição.
O Brasil começa a ganhar a verdadeira Copa: a da visibilidade do país e de sua gente. Incluindo a de ‘Cabeção”, o oráculo da
Praia do Forte.
O pesadelo
A abertura da Copa foi insossa, pasteurizada, estereotipada e descolorida
para traduzir a riqueza cultural do Brasil. Um pesadelo para o que somos e representamos culturalmente.
Pudera: determinação da FIFA, que
escolheu/impôs um italiano – Franco Dragone – e uma belga – Daphné Cornez, escolhida por Dragone – para comandar o espetáculo.
A visão do colonizador – que tem dificuldade em entender
a “civilização que nasce nos trópicos" (Darcy Ribeiro) – negou-se a valorizar o
que temos. Houvesse a FIFA entregue a responsabilidade a qualquer das escolas
de samba do Brasil e teríamos dado um show.
Espetáculo chinfrim. Como a música de abertura.
Também escolha da FIFA. O país de música, músicos e intérpretes respeitados
pelo mundo sucumbiu ao ‘rebolado’ pura e simples.
Gol contra da FIFA. Que até “usou” o Olodum!
Podemos ganhar a Copa. Mas perdemos na abertura: em
coreografia e música.
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