quarta-feira, 8 de maio de 2013

Estudo desmente

Lugar comum
Tornou-se 'axiomático' para detratores de programas sociais - o que não é novo, tanto que utilizam o "melhor dar o anzol que o peixe" - afirmar que o Bolsa Família acomoda o beneficiário tornando-o um pária da sociedade às custas do erário.

Nunca aceitamos tal 'axioma", partindo da lógica de que a ambição humana não admite acomodações. Tal ocorre pela ausência de oportunidades. Quando estas acontecem a saga do homem se expressa. Daí porque imaginar que alguém se dê por satisfeito com parcelas quando pode ter o todo nos cheira a algo natural em quem deseja a permanência do estado de coisas, como aquele que sempre beneficou elites neste país.

Poucos destacam, por exemplo, a história de uma senhora paraibana que foi ao prefeito, depois de alguns anos recebendo o Bolsa Família, para devolver o cartão. Ao ser indagada sobre o porquê de fazê-lo disse que não mais precisava, razão por que desejava que outra pessoa se beneficiasse como, como ela se beneficiara. E justificou: reservara de cada parcela que recebia um pouco e comprava alguns pintinhos e, afirmava que naquele instante, já dispunha de 600 galinhas poedeiras que lhe asseguravam renda considerável.

Histórias como essa são comuns. Não divulgadas, no entanto. Melhor afirmar que o brasileiro miserável é preguiçoso e indolente.

Para Rafael Moreira, um dos pesquisadores do IPEA envolvido no estudo divulgado pelo órgão nesta terça 7 sobre o avanço de pequenos empreendedores e da oferta de mão de obra, publicado no Radar: "O Bolsa Família não produz o chamado efeito preguiça ou da acomodação. Prova disso é que boa parte dos beneficiados é empreendedora e está formalizada". E taxativo: " Em geral, o Bolsa Família não diminui a oferta de mão de obra". (Agência Brasil).

O Rafael está certo, como certo o estudo. Errados estão os que pensam que "dar uma esmola" os faz maiores aos olhos de Deus.


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