Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
Adylson Machado
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É o fim, irmãos!
A organização religiosa que oferta o Museu da Criação, a Answers in Genesis, no estado de Kentucky, impõe a confusão entre as camadas geológicas do Jurássico e do Cretáceo – centenas de milhões de anos entre uma e outra – aos 750 mil que o visitaram, desde sua “criação”, há dois anos.
Como não há informação de que os tenha convencido há quem aconselhe mudança de nome para o museu: em vez “da Criação” para “da Confusão”.
Fica a ironia através de uma pergunta a ser feita ao Dr. Terry Mortenson, palestrante e pesquisador da instituição: por que Noé não salvou os dinossauros? Bastava ampliar a arca!
Ressalva 1: para a turma do museu alguns dinossauros estiveram na arca de Noé e vieram a desaparecer no curso dos anos seguintes.
Ressalva 2: o museu cobra entrada, que dá direito a uma refeição. Não sabemos se do tempo do dilúvio.
Até a OEA
Relatório recente do órgão, fruto de estudo, divulgado na sexta 17, na Colômbia, sugere a possibilidade de legalização da maconha no continente americano. (Da BBC).
O destaque fica não em razão de mais uma sugestão para legalização da cannabis mas por ser recomendação/sugestão de um órgão multilateral. A OEA reúne 35 estados independentes, ao Norte, Centro e Sul da América.
Freud explica!
De nossa parte cremos que será difícil a mudança do comportamento nativo até que o NYT o faça. Coisa assim de teoria da dependência, para lembrar o guru FHC. O que só Freud explica.
Ave, Joaquim!
Mas não custa tentar!
Jabuticaba
A semana transcorreu sem transtornos. Afinal, base aliada dividida na Câmara dos Deputados faz parte do cotidiano. No entanto um tema se tornou interessante e seria inusitado não fosse trazer à baila a visão que nasce da lavra do valoroso intérprete da Constituição, ministro Gilmar Mendes.
O augusto – de imperador, não de adjetivação – Gilmar Mendes deu de interpretar dispositivo constitucional negando-lhe validade. Ou seja, caminhamos – sob o iluminado – para não mais o STF interpretar a Constituição mas para desconsiderar o que nela pôs o constituinte.
A oportunidade de descobrirmos a pérola interpretativa – que não duvidamos venha a se tornar “pétrea” em nível de STF – ocorreu no instante em que entrou em pauta a Reclamação 4335, promovida pela Defensoria Pública da União, que tem como tese a função desempenhada pelo STF e pelo Senado Federal no controle difuso incidental de constitucionalidade das leis, arguida diante da declaração de inconstitucionalidade da lei dos Crimes Hediondos, que negava direito à progressividade da pena prevista no art. 2º parágrafo 1º da Lei 8.072/90, o que exige interpretação em torno do Inciso X do art. 52 da Carta.
É que a disposição afirma competir privativamente ao Senado “suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal”. A retomada do julgamento, onde cinco ministros já votaram, deixou patente o desencontro entre a interpretação dada ao dispositivo: para o ministro Ricardo Lewandowski, não pode ser possível “reduzir o papel do Senado a mero órgão de divulgação das decisões do Supremo, o que “vulneraria o sistema de separação entre os poderes”; para o ministro Gilmar Mendes “Não é mais a decisão do Senado que confere eficácia geral ao julgamento do Supremo. A própria decisão da Corte (STF) contém essa eficácia normativa”.
Em palavras simples: a prerrogativa reservada pela Constituição ao Senado Federal, posta no Inciso X do art. 52 da Carta, que vem sendo reiterada em todas as Constituições a partir da de 1934, passa a ser letra morta para Gilmar Mendes. E o STF passa a ter caráter normativo, usurpando competência legiferante.
Considerando ser a jabuticaba coisa exclusiva do Brasil, ficamos com a exclusividade observada por Bessinha em relação a Sua Excelência:
Armas em riste
Os erros cometidos no julgamento da AP 470 estão vindo à tona, escancaradamente, ainda que os que alimentaram o espetáculo midiático aparentem havê-lo esquecido.
Com os embargos de declaração – e a expectativa de infringentes – começam a reavivar a caça às bruxas. As revistas Época e Veja (naturalmente elas) voltam suas baterias sobre o ministro Teori Zavascki, que não participou do julgamento mas participará dos lances em andamento. As naturais alterações no resultado do julgamento, mormente em relação ao núcleo político, não são admitidas pela imprensa carrasca. “Seria escandaloso” qualquer alteração – chega a afirmar a Veja.
A postura das revistas é nada sutil. O tom de cada uma é de ameaça. Não sabemos se o ministro as aceitará.
Não tarda a mandioca
Inegavelmente o jornalismo econômico mais conservador – em linhas neoliberais – tem uma referência: O Globo e a Globo. O escarcéu com o tomate, por exemplo, tornou chinfrim a fama do chuchu nos anos 70, quando a piada do dia era culpá-lo por tudo que acontecesse.
Quando a turma descobrir o preço da farinha em nossa região!
I Encontro de Cinema de Itajuípe
O evento aconteceu nos dias 15, 16 e 17 de maio, promovido pela AFAI – Associação dos Filhos e Amigos de Itajuípe – dentro da programação da 11ª Semana Nacional de Museus, ação vinculada ao Instituto Brasileiro de Museus-IBRAM.
Foram desenvolvidas oficinas, exposição fotográfica e exibição de longas e curtas baianos, com destaque para a produção regional.
Cineclube
Na quinta16 – como anunciamos em nosso blogue – aconteceu a projeção de dois documentários no Cine Teatro Zélia Lessa, iniciativa do Cineclube Grapiúna Mário Gusmão.
Itororó
Lacraram o matadouro local.
Ainda Vanzolini
Aqui Adauto Santos, não só cantor mas também compositor, violonista e violeiro, apoiado no samba de Vanzolini, “Juízo Final”.
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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum
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