E reler
Vimos neste domingo 19, na TV Senado, um documentário sobre Darcy Ribeiro. Donde emerge sua quase ressurreição para concluir a obra que diz ele ser ápice de sua pesquisa: "O Povo Brasileiro - a formação e o sentido do Brasil" (1995).
A defesa deste torrão encontrou poucos como Darcy Ribeiro. Que bebeu no sergipano Manoel Bonfim (1868-1932), de "O Brasil Nação" (citado à sobeja em "Os Donos do Poder", de Raymundo Faoro), que para Darcy era o pensador "mais original da América Latina".
Ler "O Povo Brasileiro" exige buscar Manoel Bonfim de "O Brasil Nação" (1931), "O Brasil na História" (1930) e de "O Brasil na América" (1929). Heréticos, um e outro, em seu tempo.
O visionário Manoel Bonfim, que Darcy Ribeiro sempre reverenciou, a ponto de tê-lo como fundador de uma Antropologia do Brasil e dos brasileiros, não dissociava o país do contexto sulamericano, basta que saibamos haver escrito ele, em 1905, "América Latina: males de origem", o que temos como antecipação do "As Veias Abertas da América Latina", de Eduardo Galeano.
Em um país cuja elite resiste ao pensamento nacionalista, Manoel Bonfim e Darcy Ribeiro foram condenados, assim como Anísio Teixeira, Getúlio Vargas, Leonel Brizola etc.
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