DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
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Da turma de Davos
Um empresário canadense, em
televisivo local, exultou diante da informação de que 3,5 bilhões de pessoas
vivem na pobreza, enquanto 1% de terráqueos detém 50% dela. A sua alegria
reside no fato de ser “o 1%” magnífico exemplo: “É uma grande coisa, porque
isso inspira todo o mundo. Faz com que as pessoas olhem para o 1% e diga –
quero fazer parte desta turma – passe a trabalhar duro para chegar ao topo”. (Da
BBC Brasil).
Apenas esqueceu de falar em
reduzir os ganhos do 1% para distribuição (com trabalho, educação etc.) com os
miseráveis que ele deseja ver “chegar ao topo”. Muito menos conhece conceitos para
‘mais valia’ e ‘lucro’.
Claro que o ilustre fala de
comércio. Não de Humanidade. Justamente por não explicar: 1. Por que não
oferece trabalho aos miseráveis; 2. Como um faminto terá forças para trabalhar.
O Brasil chegou antes
Enquanto os Estados respondem por nevascas, em Bruxelas, na Bélgica, os 28 membros da União Europeia
iniciam processo de degelo em relação a Cuba. A partir de fevereiro iniciam
conversas para efetivação de um acordo bilateral que pode já vigorar a partir
de 2015. Negócios são negócios. Giram em torno de interesses.
O Brasil chegou bem antes.
Desde que o visionário Lula iniciou a descoberta da África, da América Latina e
do Caribe (Cuba como cabeça de ponte).
Preocupante
Empresários e banqueiros
mostraram-se satisfeitos com o discurso da presidente Dilma Rousseff em Davos,
na Suíça. Perante a banca disse Dilma o que eles gostaram/esperavam ouvir.
Caso não tenha falado para inglês ver – para conter arroubos
do sistema financeiro na próxima campanha presidencial – quem fica com a pulga
atrás da orelha é a brazucada.
Afinal, todos sabemos que o que
agrada banqueiro não agrada ao povo.
Deu no Diário do Centro do Mundo
“Em
2005, o ministério público do Estado de São Paulo enviou à prefeitura 147
requerimentos de informação, em média 12 a cada mês. De janeiro a setembro do
ano passado – nove meses, portanto –, os promotores do Estado trabalharam bem
mais nos assuntos relacionados à prefeitura paulistana. Foram 658
requerimentos, média mensal de 73 ofícios.
Uma
diferença de 608%.
Em
2005, o prefeito era José Serra, do PSDB. Em 2013, Fernando Haddad, do PT.”
Não precisa explicar o que
está sobejamente explicado. E tem gente que duvida de politização no Ministério
Público no Brasil.
Não fora esse raciocínio, o
MP de São Paulo prevaricou no tempo de Serra.
Recado
A considerar as declarações
de Joaquim Barbosa em Paris, afirmando que se sentia incomodado com a exposição
alimentada pelas transmissões da TV Justiça, razão por que – disse Sua
Excelência – a superexposição contamina os julgamentos da corte.
O recado é claro: como
brevemente estará na pauta do STF o mensalão do PSDB preparemo-nos para
proteger o tucanato.
Mais petróleo
Fernando Brito, do Tijolaço,
traz a informação de que a Petrobras pretende concentrar esforços em pesquisas
no campo de Carcará, que sinaliza com a possibilidade de um mega reservatório
com 470 metros de espessura e que pode render 40 mil barris diários de óleo de
excelente qualidade por poço perfurado.
A espessura do Carcará é
cerca de 50% maior que o de Libra.
Justifica-se o interesse da
Petrobras: a exploração dá a empresa 76% do obtido. O restante está dividido
entre a Petrogal, portuguesa em sociedade com chineses (14%) e a Queiroz Galvão
(10%).
Pode ser o pimpolho!
Registramos em postagem neste
sábado 25 no http://adylsonmachado.blogspot.com que o ministro Ricardo Lewandovski concedeu a advogados de réus
condenados na AP 470 acesso ao inquérito 2474 que o ministro Joaquim Barbosa
escondia nos escaninhos do STF sob o condão do segredo de justiça.
A dúvida levantada em torno
das razões por que Joaquim Barbosa escondeu a peça pode não se limitar tão
somente à presença de Daniel Dantas e de outras figuras (tucanas, inclusive) no
imbróglio, mas, talvez – e bem possível que principalmente – ao fato de que os
recursos da Visanet (alegados como públicos) também irrigaram uma empresa (a
Tombrasil) onde trabalhava um filho de Joaquim Barbosa.
Caso confirmado tal fato – e
seja essa uma possível razão para Joaquim Barbosa ter escondido a peça – o ministro relator/acusador
pode ser desnudado, ainda que não no altar em que o incensam.
Ex-homem
Famosa a expressão
“ex-mulher”, como metáfora, para definir o que representa de radicalidade numa
pessoa diante do que foi anteriormente. “Isso é pior do que ex-mulher”.
Pincelamos o presente rodapé
a partir de um acontecido em Goiânia – que levaria Stanislaw Ponte preta a
frouxos de risos e de textos, depois de confabular com Tia Zulmira – onde
“Thiago virou Laura e vai assumir a Delegacia da Mulher”, como noticiado no
Diário da Manhã.
Tudo normal e natural neste
mundo de Deus, amparado inclusive no discurso pela tolerância do papa
Francisco. Exercitando o seu direito à personalidade e ao gênero um delegado
(que já foi casado e tem dois filhos) fez cirurgia para mudança de sexo,
alterou seu nome civil e, amparado na nova condição/circunstância, assumirá a
Delegacia da Mulher.
Na função que exercerá, em
razão da competência funcional – apurar crimes contra a mulher – ficamos a
imaginar como serão tratados os homens que ali respondam por agressões ao sexo
frágil.
É que – a partir da expressão
‘pior que ex-mulher’ – nos fica a inovadora “pior do que ex-homem”.
Miruna
A multa de Genoíno já foi
paga. Junto com ela a visibilidade alcançando Miruna, filha do ex-deputado. Que
pode levá-la a ocupar vaga na Câmara dos Deputados.
Tucanato na muda
O maior vexame da Copa do
Mundo está para acontecer: a transferência dos jogos que seriam realizados na
‘Arena da Baixada’, em Curitiba, no Paraná, pelo atraso – e dificuldades, quase
impossibilidade – de conclusão do estádio a tempo da realização da Copa.
O fato tem ocupado o
noticiário. Não se tem ouvido, no entanto, no mesmo noticiário, quem é o
governador do Paraná, responsável por parte das despesas – quando nada da
gestão do empreendimento.
Como posta a mensagem
televisiva parece que o ônus recairá sobre o Governo Federal, quando parcela
considerável da responsabilidade é do governo do Estado.
Como o noticiário das grandes
redes tem natureza política entende-se porque não se fala do governo do Paraná:
o governador é Beto Richa, do PSDB.
Isto dito e posto, de
compreender por que o tucanato pode entrar na muda quando o tema for Copa do
Mundo.
Mais tucanato paranaense
Não bastasse, a OAB-PR
denunciou o uso pelo Governo de Beto Richa dos recursos depositados em contas
judiciais. Ainda que autorizado para sacar depósitos em demandas tributárias, o
Beto atacou com voracidade de fazer inveja ao Leão do imposto de Renda, as
contas não-tributárias – inclusive alimentares – o que é vedado em lei.
No fundo o governo de lá
afanou os depósitos.
Para rir
Para os que assistiram a
entrevista de Luiza Trajano, da rede Magazine Luiza, ao Manhattan Connection,
sabem da calça justa em que ficou Diogo Mainardi, diante dos argumentos da
entrevistada, a ponto de desafiá-lo com o futuro envio de dados por e-mail que
demonstrariam (o que veio a ser confirmado, quanto à inadimplência) com dados
oficiais amplamente divulgados pela imprensa nacional. E que registra a “década
do varejo” (últimos 10 anos, depois de 30 perdidos – segundo declara).
Para quem não assistiu, assista
através de http://www.youtube.com/watch?v=oA2r3-VDhAw
destacando a partir dos 4 minutos do vídeo.
Quem pariu Mateus que o embale
De Paris – sob diárias pagas
por nós, na ordem de 14 mil reais – Joaquim Barbosa esculhamba (a palavra não
pode ser outra) e esculacha os pares que não assinaram o que competia a ele.
Caso lhe faltava tempo, deixasse para depois. Mas pretendia os louros, tanto
que deixou que fosse anunciada a sua iniciativa.
Conta outra Joaquim.
De lá clama pela existência de um
STF como colegiado, mas aqui se calou quando a imprensa o incensou personalizando-o
como STF. Antes trazia para si toda a responsabilidade – de acusador e de
julgador, de manipulador de prova (como em relação à data da morte de Martinez,
sem falar que engavetou o inquérito 2474) – maltratava e agredia quem ousasse
questionar uma só alegação sua. Simplesmente personalizou o STF em si
tornando-se arauto e salvador da pátria, caçador de corruptos.
Pensou que todos teriam
obrigação de cumprir o que decidiu, transferindo a eles os trâmites
burocráticos. Ouvir-se-ia – da imprensa cândida e encantada – que Joaquim
Barbosa assinara a prisão e os ‘colegas’ cumpriram
a ordem de Joaquim. Subordinação.
Por aqui é possível que a
caneta usada por Barbosa estivesse suja demais a ponto de enojar os plantonistas.
Que não se sentem como subordinados de Joaquim Barbosa.
E simplesmente puseram em
prática o famoso ‘quem pariu Mateus que o embale”.
Endoidou
Dia desses o PSDB entrou com
representação junto ao TSE contra a fala da presidente Dilma Rousseff no final
de 2014. Causou espécie a inovação conceitual de considerar fala presidencial
como propaganda eleitoral antecipada.
Mas não ficou nisso. Revela
Gerson Camaroti em seu blog que o PSDB vai denunciar reforma ministerial como
crime eleitoral. Partindo da premissa de que a informação tem procedência – de
tão absurda que é – estamos vivendo a esculhambação plena da atuação junto ao
Judiciário.
Das duas uma: ou o PSDB endoidou de
vez (pela falta de discurso) ou conta com o Poder Judiciário para um golpe
branco.
Tempos outros...
Quando nos entendemos por
gente exercendo função municipal aprendemos – ouvindo do setor de finanças –
que gastos com festejos eram investimentos (Carnaval, Natal, São João, Dia da
Cidade). Dizia-nos, por exemplo, João Manuel Afonso, que para cada real
investido retornavam quatro aos cofres públicos.
No caso local havia uma
proposta privada de quase total custeio do carnaval. Assim, o município
conseguiria receita sem haver investido. De certa forma, um presente, uma
receita extraordinária!
O que precisa ocorrer – afirmava
João Manuel – é planejamento, para que desperdícios não venham constituir redução nos ingressos.
O que parece faltar ao
município de Itabuna.
... melhor para Ilhéus
Pela lógica do expressado
pelo senhor Secretário de Indústria, Comércio e Turismo é melhor que o itabunense não tenha renda em Itabuna e, junto com o folião, gaste seu dinheirinho e vá gerar trabalho, impostos e renda na praieira Ilhéus.
Que agradece, comovida, à
postura itabunense!
Para não faltar nada
Considerando as explicações
do Secretário de Indústria e Comércio de Itabuna para “analisar” a viabilidade
de evento de caráter momesco por iniciativa privada, como difundido em O
Trombone, vem-nos a ironia de que não tarda a administração municipal decretar
festa sem povo.
Ne me quite pas
Não sabemos a que nos
emociona mais: se a interpretação de Édith Piaf ou esta de Maysa. Que ouça o
leitor. Destacamos a brasileira, em vídeo, mas disponibilizamos a de Piaff em http://www.youtube.com/watch?v=slHjkszSAKs
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* Coluna publicada aos domingos em www.otrombone.com.br
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