Com gato
Nenhum dos sucessos resultantes
das políticas de governo instauradas a partir de 2003 será objeto de atenção ou
respeito no curso deste ano eleitoral por aqueles que fazem oposição e buscam
ocupar o centro do poder. Certo que não veremos reações de parcela
significativa da população, mas de minorias encasteladas no controle da
(des)informação. Mas é da natureza do processo eleitoral: oposição é oposição;
situação é situação.
Tanto que mais ouviremos
críticas ao que não esteja funcionando 100%, ainda que funcione como antes não
funcionava. E casos há que nem mesmo existiam. É que não cabe esclarecer, tampouco aplaudir.
A Copa do Mundo aqui sediada –
por aquilo que representa o futebol no imaginário nacional – sofrerá
permanentes ataques. Insistirão nos gastos “desviados” da educação e da saúde,
como se os investimentos para a realização do evento não contribuam de alguma
forma para gerar recursos – imediatos (o turismo da Copa, por exemplo) e
mediatos (o turismo futuro despertado pelo evento) – sem falar na efetivação de
obras (não só os estádios) que somente estão ocorrendo em razão do Mundial.
Singular – para esta análise –
como os humores se alteram. Quando o Brasil disputava poder realizar em seu
território a Copa de 2014 não faltava quem visse na proposta uma missão
impossível (assim como também as Olimpíadas). As chances eram poucas. Seria um
feito para países mais avançados. Ou seja, realizar uma Copa do Mundo era uma
missão grandiosa, difícil – se não impossível – para o Brasil.
Conseguimos. E, apesar dos
senões ora levantados se fazerem presentes desde sempre, não vimos qualquer
discussão em torno deles durante as eleições de 2010.
Por que então em 2014, quando
são anunciados protestos Brasil a fora justamente durante o evento? Para
lembrar o ditado de que quem não tem cão
caça com gato. Como não há meios de desmerecer as múltiplas ações que se
encontram internalizadas no seio da população beneficiada (a mais recente
tentativa, o combate ao Programa Mais Médicos) buscar-se-á, por meios
transversos, atingir o governo utilizando-se da paixão nacional. Na falta de um
discurso até o positivo será alvo.
Nesta contradição tupiniquim,
o que antes sonhávamos (porque difícil) agora criticamos (porque conseguimos).
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