A postura do ministro Joaquim Barbosa – que parece específica para um dos
casos que julga, acusa e executa, o
denominado “mensalão” petista – somente encontra respaldo entre os que aplaudem
a vingança de opinião como instrumento de Justiça. Para esta “escola” –
sustentada no estando eu contrariado os outros são culpados – condenar não
basta, é preciso humilhar e esquartejar, ainda que para isso sejam violados
princípios basilares do Direito.
No entanto, o ‘salvador da pátria’ tende a esgotar-se em si mesmo, a
isolar-se no biombo de suas ações. Matéria de Severino Mota para a Folha de São
Paulo na quinta 9 (“Ações de Barbosa criam mal-estar no STF”) mostra que as
críticas ao ‘salvador’ não estão limitadas a petistas, juristas e quejandos.
Até alguns pares – de todos os que foram ouvidos – não resistem às diatribes de
Sua Excelência:
“A Folha ouviu 3 dos 11
ministros, que reclamaram de três pontos da atuação de Barbosa nas prisões:
1. Nem todos os sentenciados
tiveram seus mandados de prisão expedidos no mesmo dia em que seus processos
foram encerrados, como ocorreu com a primeira leva dos detidos do mensalão;
2. somente um dos dois
condenados com problema de saúde já está cumprindo pena. José Genoino está em
prisão domiciliar, enquanto o delator do caso, Roberto Jefferson, segue solto
no Rio; e
3. o envio a Brasília dos
primeiros presos do processo, e posterior permissão para que um deles (Rogério
Tolentino) se entregasse e ficasse em seu Estado (Minas Gerais)
Um dos ministros ouvidos pela
Folha disse que o mensalão é um processo delicado, por isso, qualquer ação que
crie confusão ou turbulência no caso é prejudicial.
Outro reclamou que as
incertezas de procedimento geram desconforto psicológico desnecessário aos
presos.
Um terceiro ministro, por sua
vez, fez críticas duras a Barbosa. Para ele, que como os colegas pediu
anonimato, apenas a exposição midiática do caso justifica a demora para a
expedição de mandados de prisão."
Mas tenha certeza o leitor
que o ministro Joaquim Barbosa tem público específico e para ele faz texto e cena.
Tem público cativo dentre os que atingem o orgasmo com o estupro do Direito e das instituições às quais cabe proteger.
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