terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Público

Cativo
A postura do ministro Joaquim Barbosa – que parece específica para um dos casos que julga, acusa e executa, o denominado “mensalão” petista – somente encontra respaldo entre os que aplaudem a vingança de opinião como instrumento de Justiça. Para esta “escola” – sustentada no estando eu contrariado os outros são culpados – condenar não basta, é preciso humilhar e esquartejar, ainda que para isso sejam violados princípios basilares do Direito.

No entanto, o ‘salvador da pátria’ tende a esgotar-se em si mesmo, a isolar-se no biombo de suas ações. Matéria de Severino Mota para a Folha de São Paulo na quinta 9 (“Ações de Barbosa criam mal-estar no STF”) mostra que as críticas ao ‘salvador’ não estão limitadas a petistas, juristas e quejandos. Até alguns pares – de todos os que foram ouvidos – não resistem às diatribes de Sua Excelência:

“A Folha ouviu 3 dos 11 ministros, que reclamaram de três pontos da atuação de Barbosa nas prisões:

1. Nem todos os sentenciados tiveram seus mandados de prisão expedidos no mesmo dia em que seus processos foram encerrados, como ocorreu com a primeira leva dos detidos do mensalão;

2. somente um dos dois condenados com problema de saúde já está cumprindo pena. José Genoino está em prisão domiciliar, enquanto o delator do caso, Roberto Jefferson, segue solto no Rio; e

3. o envio a Brasília dos primeiros presos do processo, e posterior permissão para que um deles (Rogério Tolentino) se entregasse e ficasse em seu Estado (Minas Gerais)

Um dos ministros ouvidos pela Folha disse que o mensalão é um processo delicado, por isso, qualquer ação que crie confusão ou turbulência no caso é prejudicial.

Outro reclamou que as incertezas de procedimento geram desconforto psicológico desnecessário aos presos.

Um terceiro ministro, por sua vez, fez críticas duras a Barbosa. Para ele, que como os colegas pediu anonimato, apenas a exposição midiática do caso justifica a demora para a expedição de mandados de prisão."

Mas tenha certeza o leitor que o ministro Joaquim Barbosa tem público específico e para ele faz texto e cena.

Tem público cativo dentre os que atingem o orgasmo com o estupro do Direito e das instituições às quais cabe proteger.


Nenhum comentário:

Postar um comentário