Futura
Artigo publicado por
Fernando Henrique Cardoso em jornais no último domingo (O Globo, O Estado de
São Paulo e Zero Hora) pode ser olhado como a bíblia para elaboração do
programa do PSDB para as próximas eleições presidenciais. Nada de novo, para
ser coerente. Como não poderia deixar de ser, no plano interno defende receitas
postas em prática pelos tucanos como gestão pública e o papel do estado na
economia. (Nesse particular, obviamente o Estado mínimo).
Cumpre seu papel de ideólogo vinculado
aos interesses estadunidenses quando enumera o que pensa sobre a política
externa brasileira. De imediato fica claro o retorno ao realinhamento
automático com os EUA e a Europa, razão por que é fundamental (para ele) o
ingresso do Brasil na ultra-liberal Aliança do Pacífico – comandada pelos
Estados Unidos, como sabido – o que implica reduzir o espaço da China e
distanciamento dos governos sul-americanos mais à esquerda, realçando o México
como potência emergente (hoje em estágio lamentável depois de haver aderido ao
Nafta).
De ressaltar, ainda que possa
parecer proposição imediata, que a manifestação de FHC, em que pese nada
inovadora, não parece possível de ser traduzida em projeto para o PSDB em 2014,
que vai ocupando uma posição de coadjuvante no processo sucessório, ainda que
apoiado por Eduardo Campos.
A polarização PSDB-PT –
transformada em PT-PSDB nos últimos 12 anos – tende a não se manter, a ponto de
analistas políticos prenunciarem um insosso terceiro lugar para Aécio Neves.
Não bastasse, o PT busca
ampliar seu leque de alianças à direita, ou à centro-direita, começando por São
Paulo, onde pretende liderança do agronegócio como vice na chapa de Padilha
para governador. Ou seja, o PT começa a invadir território antes restrito ao
PSDB.
Assim, pensamos que a mensagem
de FHC visa atrair discípulos – no imediato de 2014 – como Eduardo Campos, para
realização do que ele PSDB não poderá (o que significa reconhecer dificuldades
concretas nas próximas presidenciais) e retomar o caminho para tentar o poder
em instante mais distante – em 2018.
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