Como desejar um ano novo feliz?
A propósito do rodapé "Pedagogia da desgraça", publicado no último fim de semana, um leitor, em conversa conosco, lembrou de como o dia a dia televisivo pode nos tornar piores. E- dizia ele - insistimos em vivenciar o suicídio constante de nossos valores e existência humana.
Para evitar a busca, reproduzimos as razões do comentário, que circulou na rede:
“Tem uma novela em rede nacional... seu nome é ‘Amor à vida’... mas muita coisa estranha acontece no ar... em horário nobre... filho roubando pai... marido traindo esposa e vice-versa... amante de sobrinha matando e esta enterrando a tia... tio tentando matar sobrinha recém nascida... ensinamentos de como traficar drogas... esposa dosando medicamentos para cegar marido, como vingança e para obter vantagem financeira. Alguém pode me dizer como manter as famílias estruturadas com esses ensinamentos? Ou alguém pode me explicar que amor à vida é esse?”
E proclamamos 'feliz ano novo' quando velhas práticas - como assistir a certos folhetins - nos tornam infelizes.
Até quando não enxergará?
Na mesma esteira do quanto aqui veiculado, relembramos outro rodapé - "Vê, mas não enxerga" (publicado no 15 de dezembro), sobre uso que consideramos impróprio ou indevido para recursos públicos, ora reproduzido:
"Um deputado doa ambulância para uma instituição itabunense. Até aí tudo bem. Louvável, inclusive. No entanto, fixa seu nome no veículo, que por onde roda leva a propaganda de Sua Excelência.
Permanente publicidade com dinheiro público. Afinal, o dinheiro da ambulância não saiu do bolso do deputado e sim do Estado.
O Ministério Público não percebe. Ou não quer enxergar. A não ser que não haja lei para coibir o procedimento parlamentar".
Reiteramos a observação, agora em nível de indagação, diante de duas matérias publicadas: uma, no A TARDE, de 30 de dezembro, tratando do aumento de gastos em sede orçamentária da Assembleia Legislativa da Bahia para 2014, que corresponderá a 18,4% além do estabelecido para o exercício findo;, outra, do A REGIÃO, há duas semanas: "Deputados sulbaianos torraram R$ 1,4 milhões".
Dinheiro público gira a lusitana roda. Todos enxergamos. Mas a outros cabe enxergar mais - por dever de ofício.
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