quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Barbosa

Descartado
Encantou o país durante pelo menos um ano. Tornou-se referência no combate à corrupção, assim o entendeu parcela significativa da população que o aplaudiu a partir da visibilidade dada pela mídia quando assumiu punir muitos – se não todos os possíveis – ainda que faltassem provas contra alguns. Para tanto pouco importava a existência de violações à lei ou a princípios universais do direito.

Na catarse nacional – sempre carente de um Dom Sebastião redivivo de Alcacequibir –, da qual viveu, vive e (sobre)viverá a classe dominante, passava a encarnar a esperança de regeneração de uma sociedade que, através dele, se encontraria escapada do domínio do mal sob o condão de um legítimo ‘salvador da pátria’.

Fernando Henrique Cardoso jogou a pá de cal nas pretensões de Joaquim Barbosa – se as tinha, como o demonstrava – de candidatar-se ao cargo maior da Nação. É dito por Ricardo Chapola, do Estado de São Paulo:

“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ‘não tem traquejo’ para ocupar a Presidência da República na hipótese de o ministro decidir se candidatar ao Planalto. Para FHC, Barbosa não possui as características necessárias para liderar o País e sugeriu que seria ‘mais positivo’ se ele eventualmente se candidatasse ao Senado ou à Vice-Presidência.

Ao senado, sonha o PSDB do Rio de Janeiro; à vice, o PSDB de Aécio Neves.

Tudo caminhava para um final feliz. Uma candidatura a presidente, quem sabe? O sonho – para não desmoronar – lhe reserva apenas um papel de coadjuvante. De vela, como se dizia no interior para quem apoiava ou acobertava namoro alheio proibido.


Barbosa está descartado. Não pelo prazo de validade, mas de utilidade.

De sua cruzada fica apenas o papel de carrasco.


Nenhum comentário:

Postar um comentário