Ao largo
Apesar de posto em prática o programa Braços Abertos - da prefeitura de São Paulo - não temos visto, em nível de noticiário, a repercussão que merece pelo que demonstra estar realizando. Não se afirme que há algo ousado na iniciativa paulistana. Estudos recomendam o processo como a melhor solução, em muito distinta do combate pela repressão. Em si o Braços Abertos está tratando o problema da droga e usuários de rua como um problema de saúde pública. O que no fundo é.
O que parecia incrível já começa a acontecer: na manhã desta quinta 16 já foram vistos os primeiros afastados da rua trabalhando. Uma atividade como ocupação - remunerada, como o é - alimenta a autoestima. Esse, certamente, o principal aspecto contido no programa. Ao lado dele a moradia e a alimentação dignas. Com um detalhe: sem obrigar - o que seria uma condicionante repressora - a deixar o vício. Isto acontecerá no curso do processo, até porque sem a contribuição do viciado/doente nada pode ser feito.
Do pouco que vimos e assistimos até agora somente críticas ao prefeito Fernando Haddad por viabilizar o programa, centradas nas 'despesas' que dará ao município. (A propósito, não encontramos nos críticos nenhuma determinação crítica em relação aos desvios de recursos envolvendo trens e metrô paulistanos, um fato também recentemente ampliado em divulgação).
Ainda que cedo para cantar loas por resultados que não se materializaram plenamente (por demandarem tempo) não custava levantar as informações (destituindo-as de proselitismo político-partidário) que levem a um debate em torno da experiência.
No entanto esta triste imprensa - que se assume partido político - passa ao largo de assunto tão candente. Como ao largo de tudo que seja positivo em relação a iniciativas de governos petistas.
Cadeia e segregação social: a solução de sempre. Assim imaginam.
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