domingo, 23 de fevereiro de 2020

Quando o Carnaval passar

Quando os mortos falam o fazem mais alto que quando vivos. Falam sem medo porque nada têm a temer. Afinal, ninguém morre duas vezes.

O carnaval já falou de mortos. E também de vivos. 

Neste, em andamento, há vivos insatisfeitos com a lembrança. 

Em especial porque certos mortos são lembrados.

Quem também anda insatisfeita é a profissão de palhaço. 

Há quem vislumbre - considerando a insatisfação das elites - que o inquilino do Planalto comece a sucumbir a partir das cinzas do Carnaval. Tal teria apelo simbólico, diante do que representou o momesco - aqui e lá fora - para o indigitado. 

A argumentação encontraria apoio em manifestações várias oriundas do torreão que o tornou inquilino, solução única para aquele imediato: derrotar o poder não ocupado.

Motivos não faltam. O que falta é perguntar ao mentor de tudo se concorda. Afinal, o ethos que ora norteia o que chamam de 'pensamento' contemporâneo não foi aqui construído.

Muitos assistem, outros tantos se incomodam quando lhe apontam uma ponte estreita para a travessia.

Na esteira de compreensões e incompreensões o governador da Bahia falou demais e o que não devia. 

Melhor que aprofundasse a investigação em tema que lhe afeta: se tem ou não o controle das polícias da Bahia.

No mais, atentar para o que vem quando o Carnaval passar. 

Porque outubro está logo ali.

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