Há muito a “justificação ou escusa aceitável” tornou-se, em muitos casos, instrumento falacioso, meio de enganar e tapear afirmando não fazê-lo. Daí, sob este prisma, torna-se sinônimo de farsa e engodo.
No curso da História a farsa montada para
corresponder a interesses e propósitos tem sido a tônica de governantes sem
escrúpulos. O incêndio de Roma pelos “cristãos” ao alvitre de Nero; o do
Reichsteig pelos “comunistas” ao sabor de Hitler; as “armas químicas”
desenvolvidas por Sadan Russein para alegria de Bush Jr. Por aqui o Plano Cohen,
dos “comunistas” para garantia do Estado Novo de Vargas. Até mesmo a tentativa terrorista
de explodir o gasômetro do Rio de Janeiro pelos “comunistas” de sempre como o
queria o brigadeiro João Paulo Burnier, em 1968 (Wikipedia).
A prática perdeu em si o controle. Todos, de
uma forma ou de outra, a utilizam. Que o digam os denominados fake news tão em
moda.
Portanto, caro e paciente leitor, os fatos adiante analisados para uma reflexão.
O primeiro deles
Matando coelhos com uma ou duas cajadadas.
Assim vai levando o político Gilmar Mendes em seu permanente mister de fazer o
jogo a favor dos amigos utilizando-se da toga.
Sua Excelência diz que tem o voto
“praticamente pronto” (247) mas a cada dia vai acrescendo ao mesmo o que lhe chega
de informações da vaza jato ora admitidas pelo STF no caso Lula.
Sabido e consabido que o ilustre ministro, formado no PSDB, dentro de um projeto de amparar o partido em nível de STF — como hoje sonha a caserna tupiniquim — tem em seu currículo (nada pequeno) uma infinidade de decisões eminentemente políticas beneficiando o PSDB.
O PSDB que sonha com um candidato que atenda
aos seus reclamos, da linha Luciano Hulk e quejandos.
Qualquer atraso na decisão do STF que venha a
inviabilizar uma candidatura de Lula em 2022 abre espaço para que a direita
pátria fique mais à vontade e disponha de alguém que seja o contraponto ideal
ao inquilino do Alvorada (fortíssimo candidato à reeleição), que se utilizará
do auxílio emergencial no instante necessário, em doses suficientes a lhe
assegurarem um pouco mais que acresça ao terço dos votos encrustados no
pentecostalismo católico e evangélico, dos ‘cientistas’ terraplanistas que
vestem amarelo, do militarismo miliciano, dos militares de pijama garantindo o
controle de sinecuras.
O jogo duplo de Gilmar Mendes se apresenta — depois de haver declarado que o habeas corpus só assegura efeito no processo do tríplex e não no de Atibaia – muda de rumo, em dimensão menos desgastante: protela o voto, retarda a possibilidade de candidatura de Lula e sem que lhe ponham a culpa abre espaço para o conservadorismo tupiniquim permanecer no poder. Para tanto até com alguém da caserna, em último caso.
Por que dizemos que faz jogo político o
ministro? Por uma simples razão: se o escândalo judicial (mundial, a teor de
articulista do NYT) encastelado na lava jato (capitaneado por Moro, Dallagnol e
asseclas outros) escancarado está e provas há mais que suficientes para atender
ao pedido da defesa de Lula por que razão carece o ilustre e ilustrado ministro
de gastar tempo inserindo novidades que lhe chegam?
É que na esteira de ‘novidades’ termina o
século e as mesmas não se esgotarão.
Inspirou-nos à avaliação posta adiante
de material que circula no facebook, postado por Waldir Landim, como adaptação livre do
poema Quatro Armas, de Xanda Boni
Poema seis armas
Seis armas de fogo para cada macho
ciumento
Seis armas de fogo para cada homem
inconformado com o fim do relacionamento
Seis armas de fogo para cada
motorista birrento
Seis armas de fogo para cada jovem
suicida sem alento
Seis armas de fogo para cada criança
cujo pai é desatento
Seis armas de fogo para cada amigo
briguento
Seis armas de fogo para cada aluno
indisciplinado e violento
Seis armas de fogo para cada
traficante que faz coleção de armamento
Seis armas de fogo para cada playboy
boçal e marrento
Seis armas de fogo para cada
comerciante assaltado e desatento
Seis armas de fogo para cada cidadão
de bem inseguro e sem treinamento.
Seis armas de fogo para cada
evangélico do velho testamento
Seis armas de fogo para cada eleitor fascista e jumento
Muito a propósito dos que enxergamos aí está o busílis.
Considerando que o limite liberado
recentemente pelo inquilino do Alvorada é individual presuma-se que cada membro
de uma família possa dispor de seis armas: marido e mulher = 12; mais um filho
adulto + 6; se outro filho adulto... = 6. E lá se vai quase meia centena delas.
E há quem diga que não está em andamento um
golpe armado para manter o inquilino do Alvorada no Poder.
“Para conter isso” a ministra Rosa Weber “pediu”
explicações ao governante sobre o decreto publicado.
Como fazemos questão de frisar, a ministra “pediu”.
Ou seja, nada vezes nada é igual a nada elevado ao cubo igual a nada.
Quando a sociedade de malucos armada estiver o
STF é a mira por excelência, com Rosa Weber e tudo.