domingo, 28 de janeiro de 2024

Da barbárie à pós barbárie

 

Quando nos imaginávamos trilhando a Civilização eis-nos no estágio da pré-barbárie. Dizemos isso sustentado no elementar raciocínio de que se retornamos àquilo que condenamos no passado e pensávamos ultrapassado pecamos duas vezes.

Incomoda o ser humano – humana e humanisticamente – assim compreendido, toda e qualquer atrocidade cometida contra indivíduos da espécie no curso da História. E isso que chamamos de Civilização é fruto de um processo de evolução moral e ética, que transitou lenta e constantemente no curso dos milênios recentes, consubstanciando a Moral em Ética e estabelecendo, através de ordenamentos jurídicos que superaram a teocracia, a tirania, a monarquia absoluta etc.

Os desta terra de São Saruê vivemo-la nos últimos cinco séculos o que nos coube cometer. Debret legou para que não esquecêssemos tristes expressões da escravidão em sede brasileira, aquela que utilizou o semelhante não como objeto de conquista guerreira mas para o viés mais aviltante, o de vê-lo como mercadoria.

A pós barbárie vivia(veria) no plano do inconcebível em dimensão civilizatória tão somente como texto para estudo de contexto do absurdo. O processo de evolução de valores em relação aos direitos naturais – o direito à vida, à liberdade, à reprodução e à ideia de justiça – sem pretendermos reconhecer – como o via John Locke (1632-1704) – a propriedade no rol de tais direitos, o que natural, no plano histórico, porque partido de um dos próceres do liberalismo em época em que a pirataria era a mais amena das formas de conquista da riqueza alheia.

Perdoe-nos o caro e paciente leitor deste escriba de província. Em especial aqueles que têm os EEUU como destino reverenciado e sonhado.

De parte dele – todos os que convivem com ele o sabem – há um ‘testamento’ sem registro ou traslado em cartório com o único e irrenunciável ato de última vontade: caso tenha que ver salva a sua vida e dependa para tanto de passagem por sobre o espaço estadunidense, ainda que o aéreo, por favor deixem-no morrer, caso contrário não dará trégua aos que o permitiram quando em dimensão de ‘fantasma’.

Não se trata de xenofobia como muitos desavisados diriam. Mas da conscientização construída no curso estudos e leituras de fatos históricos. Desde tomada de territórios alheios (como o fizeram com o mexicano, que perdeu o Texas, o Novo México e a Califórnia, que – além da riqueza assaltada que fez elevar a riqueza do país – representam cerca de 14.9% do território atual) sob força da pólvora ou do dinheiro. Coisa que pouco mudou. Hoje premia o México com um muro de isolamento.

Ainda que não o seja em nível federal, a constituição estadunidense admite decisões sobre o Estado confederativo ser ou não assassino (assim o dizemos) ao admitir a pena de morte para certo tipo de crime. Não precisa afirmar – ainda que não disponhamos de números exatos – que hispânicos e negros em geral são os destinatários comuns aos corredores da morte.

Temos particularmente ojeriza à pena capital. Para nós, o fracasso civilizatório mais evidente. A uma, porque não consegue reduzir a prática de crimes que a exijam; a duas, porque os destinatários desconhecemo-los entre os abastados, a não ser que outras razões (políticas) intervenham, da qual não escapam nem mesmo presidentes.

Mas o suprassumo do fétido e asqueroso sumo chega com festa e pompa ao Tio Sam: não basta matar para excluir o peso da sociedade, mas fazê-lo agonizar por minutos até que se fine a vida.

Por onde tal barbárie está a ocorrer a vida animal encontra o respeito que a humana não alcança: em fase terminal é sacrificado, sim; mas anestesiam-lhe antes. Por lá a justiça não o admite.

Quem pretenda assimilar um pouco da verdadeira história daquele país – historiado pelo cinema, para não irmos longe – verá que não se faz apenas de épicos, haja vista o que nos legam exemplos como visto em “12 Homens e uma Sentença (1957), de Sidney Lumet; Crime Verdadeiro (1999), de Clint Eastwood; “À Espera de um Milagre” (1999), de Frank Darabont.  

Para nos bastar por hoje, não nos esqueçamos de como funcionam a condução de decisões judiciais e investigações preliminares, basta pesquisar o próprio cinema assistindo, entre tantos, “Sacco e Vanzetti” (1971), de Giuliano Montaldo, ou a minissérie para TV (1977); “Os Intocáveis” (1977), de Brian De Palma; “Mississipi em Chamas” (1988), de Alan Parker etc. etc.

No entanto, para não sermos lisonjeado pela adjetivação da crueldade, não custa rir um pouco vendo Carlitos, do inesquecível Chaplin, quando metaforiza o Estado na figura do policial que o persegue, basta vê-lo.


domingo, 21 de janeiro de 2024

Conto de fadas - Parte II


 No dia aprazado iniciou o projeto

–  O administrador será aquele escolhido por todos em eleições; os que legislarão também definidos em processo eleitoral; e quem dará a última palavra sobre a aplicação da lei, os escolhidos entre os que dominem a compreensão sobre ‘dar a cada um o que é seu conforme o seu merecimento’. Tenhamos o povo no poder através de representantes, porque teremos como lema o governo do povo, para o povo e pelo povo.

E lecionou:

– Mas, para que tudo possa acontecer impõe-se primeiro organizar a sociedade. Delimitar funções.

Então, nos dias que seguiram, enquanto o povo aguardavs na praça, transformou sua sala em oficina e aprofundou o trabalho:

Ouviu cada um dos anciãos. Dentre eles escolheu os sete mais idosos para administrar a Justiça.

Dentre os de mãos calejadas delegou-lhes a produção de tudo o necessário – do campo aos espaços urbanos, dos alimentos às construções – e a outros o controle desta produção, aos quais caberia fixar preços e rotas de comércio.

De um em um escutou e decidiu diante da capacidade. Alguns destinados à elaboração das leis; outros à defesa do país; outros à propagação da palavra de Deus para consolar os aflitos e perdoar-lhes os erros e pecados, sem elevar qualquer preconceito a quem pensasse diferente ou tivesse outras crenças.

Escasseavam-se os da praça. Restaram uns que formavam um punhado. Determinou que se achegassem. Perguntou-lhes o que haviam feito, o que apresentavam como referência.

– Senhor – disse-lhe o primeiro – estive preso por haver estuprado uma vizinha e amiga.

O segundo não discrepou:

– E eu, Senhor, por haver matado para roubar de um pobre velho o que guardava para cuidar dos filhos que cresciam.

Um terceiro pontuou categórico:

– De minha parte, Senhor, mentia e trapaceava, vendia o que não possuía...

Escutou-os com atenção redobrada. Disse-lhes então o enviado:

– Do que fizestes somente posso oferecer uma empreita posta em prática na terra de onde venho e que se tornou próspera. Considerai-vos doravante arrependidos e crentes, exemplos a serem seguidos, porque salvos pela vontade do Senhor Altíssimo. Proclamareis essa confissão em praça pública, estradas e rincões do país, e hão de fundar novas igrejas porque grande é o poder do arrependimento e convencerás e o demonstrarás aos que o pretendam. Nunca afirmem – muito menos insinuem aos pobres – que a pobreza é um fenômeno político, não natural, tampouco resultante da escassez adredemente elaborada para beneficiar uma parcela daquela que será classe dominante nesta terra. Afirmem, aos gritos – se necessário – que a pobreza é a falta de fé. Nada mais que isso!

– Senhor, e se houver recusa em conquistar fiéis?

 – Como por lá ocorre, digo-vos pela experiência, anunciarás – com força e determinação – o desprezo a todos os bens materiais dos que acreditam em Deus como caminho de melhoria de vida. Apelem para a fé de que quanto mais derem mais receberão. De que 90, 80, 70, 60, 50 com Deus é mais que 100, e assim por diante. Importante e imperativo que se desfaçam todos do pouco para que muito venham a ter conforme a fé se aprofunde.

– Senhor, e quando não conseguirem?

– Quando assim os buscarem digam – como dizem os de lá – que a fé ainda não foi suficiente, claudica. Mas que há de ser perseguida e, a qualquer instante, será premiado o esforço dispendido.

E prosseguiu, eufórico:

– Sereis tão fortes que, em pouco tempo, conseguireis controlar não só os fiéis, também os poderes, pois não tardarão a eleger número suficiente de dirigentes e, além de submeterem os governantes que não sejam de vossas hostes – que serão os naturais inimigos do povo de Deus e adeptos de Satanás que precisam ser enfrentados – mesmo controlarão a edição de leis em todos os níveis e estarão no lugar dos anciãos que se forem, julgando tudo que lhes chegue conforme seus próprios interesses e exclusivas convicções, inclusive conquistarão do Estado benesses várias, até em ouro. Alguns de vocês mentirão e levantarão inverdades – tudo em nome do que pregam – para mais e mais garantirem espaço. Afirmarão possuídos pelo Tinhoso os que não pensem conforme a pregação.

Concluído seu trabalho anunciou despedida para o dia seguinte.

Todos se dirigiram à praça e o reverenciaram. Curvou-se em agradecimento, solenemente levantou a mão para o adeus desejando felicidade.

Viram-no partir sereno como chegara.

Só não viram que, assim que o esfumaçamento e a distância não permitiam percebê-lo, ria... ria... ria... ria... e não tardou gargalhar profusamente, tamanha a euforia com a missão cumprida.


domingo, 14 de janeiro de 2024

Conto de fadas - Parte I

 

Havia um país muito distante. Todos felizes sob a condução de um Sultão muito bondoso ao qual tributavam respeito e recursos. País pequeno e de poucos habitantes – não chegavam a 50 mil – razão por que todas as decisões do reino proclamadas diretamente a eles na grande praça ladeada de jardins encantadores em frente ao palácio real.

Sentindo que a vida terrena chegava ao fim o vetusto soberano chamou o Grão-Vizir e passou-lhe as determinações de última vontade resumidas apenas na expressão: “Quando me for não permitam o surgimento de um novo rei”.

Impactado com aquela decisão, de logo indagou o fiel conselheiro, como o reino seria administrado: “Como outro Sultão somente seria entronizado depois do oitavo mês de minhas exéquias você cuidará deste povo. Antes que o prazo se conclua chegará de uma terra distante um ser trajando púrpura e sedas banhadas a ouro que será apresentado a todos e ditará o futuro do país. Até lá, como último ato de vontade, anulem-se todos os processos e esvaziem as cadeias de todos os tipos de criminosos para que possam ser reconhecidos iguais a todos os que ouvirão as ‘boas novas’. Editem em todas as praças estas minhas disposições”.

Duas semanas depois passou desta para a melhor o bondoso monarca. Ultrapassados os dias de luto e sepultamento iniciou-se a espera. Afinal ninguém podia prever dia, mês e hora. Apenas que tudo aconteceria no máximo de oito meses.

Enquanto aguardavam indagavam-se em torno do que viria. Intrigava-os que mesmo o primeiro ministro sabia tanto quanto eles.

Um dia ouviram-se as trombetas. Um homem solitário trajando púrpura e seda apareceu no horizonte e cresceu sob os olhares. O ministro regente recebeu-o e de imediato levou-o à escadaria do palácio de onde pudesse ser visto e em plenitude ouvida a sua mensagem.

“Saúdo este encantado povo de um país que será celeiro do mundo e pátria para a humanidade. Enviado o fui para organizar a sucessão do nosso estimado e generoso monarca dentro dos paradigmas que norteiam o bem-estar da sociedade de onde venho. Pediu-nos ele – que o Alto o tenha – quando nos visitou que – após a sua morte – trouxéssemos nossa experiência, que tanto o encantou, para tornar este povo o que ele sonhou e não conseguiu em vida. Conhecera nossos lares, nossas estradas e avanços tecnológicos. Impressionou-se com as homenagens proferidas por nossos representantes, com a pureza das ideias expressadas em palavras doces, e ouviu sobre as importantes reformas introduzidas nos últimos anos e que muito em breve dariam os frutos, porque – como diz um de nossos augustos lemas – temos que fazer o bolo crescer para partilhá-lo com o povo e, para tanto, todos hão de dar sua cota de sacrifício. Até porque é dando que se recebe. E ouviu deste humilde tradutor as razões por que tudo ocorria, pedindo-nos encarecidamente que tudo aqui fosse aplicado que se fosse.

Como de sua última e benevolente vontade, não mais uma só pessoa regerá os destinos desde povo. O próprio povo o fará.

O projeto para o país será efetivado em duas etapas; a primeira, constituindo o Estado Democrático de Direito e as instituições que o regerão, bem como a composição e forma de acesso a essas instituições; a segunda, as formas e meios de organização da sociedade civil.

O Estado Democrático de Direito – o Estado a que todos devem respeito à lei – será edificado sobre três pilares; um poder para administrar, outro para elaborar leis e aquele que dirá a última palavra sobre o cumprimento das leis

Para a sociedade civil; a imprensa – que será o quarto poder – instrumento da sociedade para fiscalizar os interesses de todos; a religião, para ensinar a temer a um ser superior e a respeitar o semelhante; o mercado, que controlará a produção e o consumo; e a educação, inclusive a científica, para consolidar as experiências e conhecimentos adquiridos que serão repassados e aperfeiçoados permanentemente.

Gostaria de conhecer todos vocês, um por um, mas como meu tempo é curto, a cada um que seja avaliado de antemão estará destinado a cumprir a honrosa missão.

Permitam-me descansar um pouco e, a partir de amanhã, o até aqui dito será melhor esmiuçado e cada um será ouvido e avaliado, quanto à capacidade e experiência, para assumir o destino predestinado.

domingo, 7 de janeiro de 2024

Caminhos existem

 

Integramos aquela parcela que amadureceu no curso da existência e perdeu o sonho de eras priscas (ou enlouqueceu!...). Nada a ver com aquele “O sonho acabou”. Apenas somos assim, dos que vivemos o entendimento das coisas a partir dos anos 50 do século passado, com dificuldade imensa de entender por que tanto progresso e avanço científicos convivem com o inverso absoluto da pretensão do Homem à Felicidade.

Reconheçamos que há contemporâneos que persistem em ‘entregar a Deus’ – com o valioso apoio da autoajuda – a solução para os problemas por nós criados e indefinidamente esperam por dias melhores e, no último instante, apelam para o inexorável ‘fim dos tempos’, ‘como Deus quiser!’ etc. etc. E mesmo custeiam os que prometem sanar ou reduzir o desalento elevando templos e quejandos tais mundo a fora para garantir vaga nas ‘naves da salvação’.

Mas, imagine o caro e paciente leitor o que significa a informação distante alcançada através de um rádio alimentado por ‘acumuladores’ (baterias usadas em veículos) – usamos a imagem do instrumento veicular para ‘contemporizar’ o entendimento – diante do contemporâneo (ainda!) celular!

Dispensemos outras experiências de tempos desconhecidos do presente, como brincar na rua, tomar banho de chuva etc. etc. etc. etc.

Consciente estamos, no entanto, de que vivemos instantes atropelando-se. E os avanços técnico-científicos sucedem-se como água rio abaixo.

Dentre tantas e tanto algo permanece como sempre, dispensado de alterações: riqueza acumulada. Em mãos de poucos, pouquíssimos, que não sabem o que dela fazer a não ser utiliza-la como ‘toque de Midas’. Com descendência híbrida, que não se reproduz a si mesma.

Aproveitamo-nos de Luiz Gonzaga Belluzzo (Carta Capital) citando Claudio Borio, diretor da área monetária do Banco de Compensações Internacionais (BIS)

“[...] Ao invés de financiar a aquisição de bens e serviços, o que eleva os gastos e o produto, (*) a expansão do crédito está simplesmente financiando a aquisição de ativos já existentes, sejam eles ‘reais’ (imóveis ou empresas) ou financeiros”.

Antecipara o articulista: “O capitalismo global reassumiu a sua forma mais avançada como economia monetária, cujos agentes detentores dos poderes de criação da riqueza social são tangidos pelo império da acumulação de riqueza sob a forma financeira”.

Em outras palavras, cruzamento de jumento com égua, que resulta em burro ou mula e se esgota aí como geração.

Para evitarmos transtornos aos nossos estimados leitores tal brincadeira envolve, segundo o próprio Belluzzo, cerca de “US$ 1,6 quatrilhões em ativos” (grande parte inteiramente estéril). 

Pasme o paciente e estimado leitor: 1,6 QUATRILHÕES EM DÓLARES AMERICANOS, ou próximo a míseros pouco mais de R$ 8.215 quatrilhões na cotação de 6 de janeiro/2024 na valorosa moeda tupiniquim, ou seja, cerca de mais de 80 PIBs anuais do Brasil, sob a estimativa de encerrar em R$ 10,5 trilhões neste findo 2023. Simplesmente 80 ANOS de riqueza produzida anualmente nos valores atuais!

Traduzindo no estilo da velha Tabuada que alimentou nossos primeiros anos de estudo: R$ 10.500.000.000.000.000,00.

Mas, alvíssaras – diríamos em outros tempos e eras – uma pesquisa científica singular (achamo-la tão significativa que não a recomendamos ao Ig Nobel) nos despertou para ‘sonhar’.

Matéria da BBC revela a descoberta do porquê do cocô boiar e afundar. O segredo está na quantidade de metano que resulte da metabolização intestinal em cada momento, o que leva o indigitado toloco a querer ‘submergir’ ou ‘emergir’. E como maior responsável, dentro do conjunto de espécies bacterianas causadoras do ‘mistério’ uma sobressaiu: a Bacteroides ovatus.

O que nos despertou a atenção para tão singular tema, muito mais vinculado à escatologia, com destaque valioso para estudo do Marquês de Sade, muito bem ilustrado por Pier Paolo Pasolini (1922-1975) em “Saló”, foi o fato de que tal descoberta abre caminho para utilização ‘racional’ do motivo do sobe e desce do indigitado, que exige, segundo o pesquisador Nagarajan Kanan, apenas “financiamento” para aprofundar as razões da “flutuação fecal”.

Supimpa!

Antes que o caro e paciente leitor comece a sentir necessidade de conferir explicamo-nos diante de tanto interesse em não sugerir a remessa da pesquisa ao Ig Nobel ou presumir que há mentes científicas carregadas da Bacteroides ovatus e familiares próximas: possibilidade concreta de geração de energia a partir daquilo que insistimos em lançar fora e, modernamente, utilizando a descarga para tanto.

E daí um salto: como podemos chegar à utilização energética utilizando o dito cujo por que não viabilizarmos pesquisa para a transformação da merda em algo mais imediatamente útil?

Com tanto dinheiro sobrando sem utilização racional, em meio a isso cá de nossa parte ficamos a refletir: para aliviar a fome e a miséria dos bilhões que ou nada têm, ou pouco têm ou ainda querem ter, por que não pegar também parte daqueles US$ 1,6 quatrilhões, do que sobra, e financiar pesquisa para transformar cocô em comida, escola, trabalho etc.?

Reconheçamos temerária, de certa forma, a solução aqui aventada, diante do risco concreto de o sistema (que hoje domina o universo financeiro) exercer o poder de que dispõe junto ao Estado contemporâneo, para editar leis para controlar o ‘fiofó’ alheio – tornado meio de produção – para recuperar o gasto com a pesquisa.

De certa forma algo adviria de imediato: financiamento em massa em comida para os povos famintos se integrarem ao processo produtivo.

E, para os que dizem que não há soluções para os seculares e aflitivos problemas desta que chamam de Civilização: caminhos existem; não cuida/custa percorrê-los.

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(*) Mas distribui riqueza... (intervenção nossa).