domingo, 29 de julho de 2018

Entre preocupações e o outro lado da rua

Cláusula pétrea
Diz-se cláusula pétrea em Direito àquela inserida, como disposição/mandamento, no seio da Constituição Federal insuscetível de alteração por emenda ou reforma ordinária. Simplesmente um dispositivo constitucional imutável. É o que ocorre, por exemplo, com as que integram o Art. 5º - Dos Direitos e Garantias Individuais.

Para as forças que promoveram – e conseguiram – o golpe, em que a pretensão única reside na entrega do patrimônio e riquezas nacionais, nenhuma força contrária ao propósito poderá vencer as eleições. Tal dimensão lhes é cláusula pétrea, inamovível.

Ainda que doa  por sua consequências e desdobramentos  como o diz o ator Fábio Assunção:

O que dói é um país boicotado, pessoas sem chances, doentes sem tratamento, crianças sem futuro. O que dói é o extermínio das suas possibilidades...”.

Acrescentamos: milhares de jovens sem poder retornar aos estudos e ingressar na universidade, mortalidade infantil retornando, assim como o país ao mapa da fome (ONU), 13,2 milhões de desempregados, 64,4% de trabalhadores fazendo bico para sobreviver (SPC Brasil) etc. etc. etc.

Para essa gente não interessa a dor alheia. Em especial, a dos pobres e dos desvalidos. Falta-lhes alma. 

Como Fausto, no poema de Goethe, venderam-na a Mefistófeles.

There is the question
Os sinais do instante político-eleitoral parecem demonstrar que, para os aliados progressistas, o ex-presidente Lula detém o pleno controle do processo. Em outras palavras: de Lula todos aguardam as ordens. Sob esse prisma o ex-presidente demonstra plena consciência de sua responsabilidade e esgota os meios e instrumentos de que dispõe para assegurar a candidatura sem perder – o que é importante – a responsabilidade com o que possa vir a acontecer.

Lula não é limitado como muitos imaginam. A direita sabe disso, tanto que – utilizando dos meios de que dispunha/controlava (mídia e judiciário) – o levou ao cárcere, único meio para evitar sua candidatura vitoriosa.

Os números apontados em pesquisas – em alguns casos levando-o à vitória ainda no primeiro turno – tornam-se um fator favorável ao ex-presidente, quanto ao que pretende.

Nessa briga de foice no escuro Lula tem o interruptor na mão. E saberá usá-lo.

Ou seja, mantem-se em evidência e ainda que o eleitorado saiba que está preso o tem aliado certo. Certamente em quem ele determinar que vote será o beneficiado da grande votação do petista.

Sob essa ótica soa a Lula mais seguro para a eleição progressista a manutenção de sua candidatura até os últimos estertores, indignando (e radicalizando em torno de seu nome) os que pretendem votar nele (ou em quem ele mandar). 

Dita fidelidade será mais facilmente mantida mais adiante que agora.

O capital político-eleitoral é imensurável. Mais importante estar ele no pleno domínio desse capital. Os sinais demonstram amplas possibilidades de transferência de votos. E, para isso, quanto mais tempo dispuser   e os retiver (eleitores)  mais seguros estarão os votos que transferirá.

Da cadeia ou Lula se elege ou elege. São sinais palpáveis.

Dúvida apenas quanto a um aspecto: não sendo o candidato imporá um nome do PT ou apoiará um terceiro?

There is the question.

There is another question
Os números do Vox Populi publicados no correr da semana reafirmam a liderança (crescente) de Lula na corrida eleitoral, a ponto de alcançar 41% das intenções dos que tem opção de voto (40%).

Não há dúvida de que o ex-presidente adota uma postura que poderá desembocar (inviabilizada a sua candidatura) na transferência de votos em percentual considerável.

Cumpre registrar que neste quesito – transferência – tal não ocorre por simples opção ou conveniência político-eleitorais, por se tratar de algo que muito está no plano simbólico. Ou seja, temerário afirmar que haja transferência para este ou aquele indicado em dimensão absoluta.

Um dado, no entanto, a partir da mesma pesquisa Vox Populi deve ser acrescido à análise até aqui posta: cerca de 60% dos entrevistados não decidiram.

Em torno deste número não se pode afirmar que votaria em Lula. 

Afinal, considerando que não se decidiram por ele até o presente instante muito mais difícil que tenha o ex-presidente a influência/interferência para ‘transferir’ seus votos a favor de quem venha a indicar.

Assim –  cabe presumir –  não tem o ex-presidente ascendência sobre eles e, por consequência, condição de transferir-lhes os votos para quem ele (Lula) indique.

Restaria a pressuposição de que tais 60% também não venham a se decidir por votar na situação. Engrossaria o número dos que repelem o atual estado de coisas entrando no barco da alienação que prega o voto branco ou nulo? Há neles consciência efetivamente em torno da gravidade do momento ou sua indecisão apenas resulta da massiva propaganda que denigre a classe política e a nivela por baixo, como chaga da sociedade?

Diríamos, a partir de Shakespeare: There is another question, de não pouca importância.

Unidade
Há muitos analistas que entendem, como imperiosa, a iniciativa de o PT renunciar expressamente a uma candidatura como contribuição à unidade das denominadas esquerdas.

Sem ironia, sabido que o plural só se aplica à esquerda, porque ninguém nunca ouviu falar nas “direitas”.

Mas, voltando ao tema. A unidade – essa sim, imperiosa – como meio de viabilizar uma derrota ao sistema presente não encontrou, até o momento, a dimensão em grandeza que o momento e a realidade exigem. Tal passa pelo desprendimento da renúncia individual (do partido ou grupo) em favor do coletivo (o interesse geral da sociedade/nação).

No entanto não se vê, não de agora, um trajeto para desaguar em tal final, à exceção da postura do PCdoB e sinalizações do PSOL no presente instante.

Mas – nunca é demais um ‘mas’ – a construção exige a consciência da renúncia e da aceitação. Mais se vê no quesito aceitação, e menos no de renúncia.

No afunilamento, cada vez mais estreito, começam a ficar flagrantes os detalhes não levados em conta em instantes pretéritos, que se tornam cruciais no agora.

Temos que Ciro Gomes tende a ser o mais afetado. Sua liderança não conseguiu convencer os demais em confiar nele. Seus acenos ao ‘centrão’ não causaram boa impressão, e sim, desconfiança, ainda que tenha sempre afirmado que não renunciaria aos projetos e programas para angariar apoios e a estes, sim, cabia acolher o que tem em mente para o país. Mas, soa ou o expressa a mídia, de que esteja num projeto personalíssimo. No jogo assim parece.

Desta forma a união das esquerdas depende, pura e exclusivamente, de uma pessoa chamada Lula.

Não sabemos se decidir por ver os demais unidos ao PT afirmará a pretensão à unidade. Tampouco em torno de outro nome/partido.

Unidade... Ah! Unidade!

O povo unido jamais será vencido
As palavras de ordem que encabeçam este texto nasceram como instrumento de chamada das forças progressistas encabeçados por partidos à esquerda, dentre eles – o mais clássico – o velho Partido Comunista Brasileiro-PCB (nada a ver com o travestido em igual sigla ora existente).

A união – o povo a ela conclamado – faz a força, define as estratégias e enfrenta o adversário até a vitória. A unidade como marca.

Nasceu mais a esquerda a conclamação. Hoje partidos de esquerda parecem fugir dela como o Diabo da cruz.

O povo desunido jamais será vencedor. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

Prestes
O “Cavaleiro da Esperança” foi criticado por radicais em diferentes instantes de sua vida, quando enxergava a necessidade de alianças para combater o inimigo comum. Percebia o que interessava ao país, como aliar-se a Vargas na campanha ‘queremista’ por entender que o ditador (ainda que o Estado Novo tenha sido algoz de sua mulher Olga Benário) tinha um projeto nacionalista.

Dos poucos a perceber que a direita sempre unida somente pode ser vencida por uma esquerda também unida. Esta detém maioria; caso dividida, perde.

Prestes conclamou Brizola a unir-se a Lula pouco antes de sua morte (dele, Prestes). Fazia-o dentro do princípio de que sem a união as esquerdas sacrificam a luta. E o povo, por consequência.

A falta de unidade entre Brizola e Lula (PDT-PT) em 1989 levou Collor à vitória (sem descartar a manipulação do debate último elaborado pela Globo).

Preocupante
Jovens votando em proposta que em nada os auxilia. Apenas como reação ao desencanto. A maioria não teve tempo de viver para comparar os instantes decorrentes do período PT/Governo e suas políticas públicas aplicadas. Resta-lhes a reação desordenada, destituída de avaliação, perdida no vendaval, onde somente a sobrevivência fala mais alto no imediato.

Têm o imaginário construído sob os pilares da desmoralização das instituições políticas, particularmente parlamentares, como lhes é inserido pela mídia em ação contínua e permanente de desvalorizar política e políticos (de forma genérica) sem cuidar (porque o objetivo é outro, ou seja, aquele mesmo!) de separar o joio do trigo.  Nenhum valor lhes foi passado da importância da atuação política dentro de um estado democrático. O que implicaria, inclusive e necessariamente, sua participação ativa (deles jovens) no processo de (re)construção de uma classe política.

O nível de escolaridade não contribui muito para o discernimento. Para a quase totalidade um emprego e esperança de dias melhores (individualmente produzidos) refletem melhor (imediatamente) que a coletividade beneficiada que lhe alcance (mediatamente).

Anos 20 do século XX. Alemanha e Itália como amostragem maior. Não sabemos se teremos que desembocar novamente em ditadura. Mas do nazi-fascismo não escaparemos, ovo de serpente gestado, caso vitoriosa a ‘revolta’ de parcela considerável da juventude.

A saída? Esperamos que seja diversa desta premonição que soa a pessimismo. 

Ainda que fundada no realismo que se nos configura no caminho de colônia. 

Onde pode até não faltar emprego para os jovens, mas faltará Pátria e Soberania e lhes restará o recrudescimento do que hoje lhes atinge: violência, desemprego, escolaridade em declínio etc. etc.

No outro lado da rua
O mexicano Aristegui Noticias publicou e a edição em espanhol do Russia Today repercutiu: EUA teriam recebido apoio de Rogerio Macri para instalar bases no território argentino.

O Paraguai já havia cedido espaço para uma base estadunidense. Agora a Argentina – segundo a denúncia.

Uma delas, encravada na fronteira do Brasil, limitando-se com Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, incluindo Foz do Iguaçu/Itaipu. Ali, do outro lado da rua.

Com a conquista de Alcântara   caminho  e manobrando militarmente na Amazônia brasileira, os Estados Unidos estarão dentro e fora do país. De fora, a um pulo.

Melhor dizer: com o país no bolso.





domingo, 22 de julho de 2018

Entre anúncios, conclusões, inovações, novos conceitos etc. etc. etc.


Em meio à ausência de rumo e de perspectiva por que passa essa terra brasilis há de um lado uma parcela insignificante no plano quantitativo e de grande significação em relação ao que pretende e uma outra, pequeno burguesa, que sonha em realizar aquilo que a primeira pode porque dispõe dos recursos oriundos da concentração de renda que aquela nunca chegará a dispor.

No jogo político-eleitoral – que sinaliza ocorrer ainda que dúvidas em nós permaneçam – os interesses dos detentores da riqueza em defender os privilégios, aliados ao capital internacional monopolista, tudo farão para manter o que aí está: entrega em plenitude da riqueza nacional para o controle e domínio do estrangeiro, deixando à míngua o investimento público, e legando desemprego e miséria.

Os do andar de cima dispensam preocupação, porque vivem e utilizam o primeiro mundo como lar. Filhos por lá estudam, não lhes falta apartamentos para fins de semana e férias. Há mesmo os que residem longe de cá e somente vêm aqui para conferir como anda a senzala e se a escravatura está bem regida. Não há compromisso com o país além de explorá-lo. É fato histórico, que remonta à Colônia.

Prestes a iniciar-se o processo eleitoral muitos partidos já promoveram convenções e outros lhes seguirão os passos. São os rumos vários os caminhos da promissão como mantra.

O eleitor escolherá(?) entre um extremista, que se destaca por defender intervenção estrangeira, a defesa da tortura nos porões do sistema prisional/policial (até que uma ditadura possa reentronizar os Ustra da vida, de que e quem faz apologia), a lei de talião para os criminosos (como sói ocorrer, os de sempre: negros e desamparados todos que pululam nas periferias alimentando o maior índice de mortalidade por violência – privada e oficial/policial  e, naturalmente, a manutenção da agenda neoliberal à qual assegura o prêmio de ratificação da condição de colônia a este país que andou ensaiando altivez recentemente. 

Outro tenta dar sabor ao chuchu arregimentando o que ora garante o estamento oficial, já cobrado pela negociata que lhe assegure apoio entre partidos de um denominado ‘centrão’, contra o qual (o candidato) ninguém da imprensa lembrará de ter sido chefe de governo de corrupção e escândalos fenomenais. E para que não haja dúvida de quem manda nele ou a quem servirá (interesses) a análise de Fernando Brito, no Tijolaço.

Alguns que anunciam a defesa da nacionalidade, da riqueza pátria para seus filhos (ainda que um deles ande na corda bamba de um discurso que busca agradar também os que pensam como Lampedusa e pretendem deixar tudo como está como revolucionária forma de mudança, porque para eles está ótimo e melhor não fica).

O observador sentirá um cheiro de surrealismo. Mas não se trata de tal fenômeno. E sim, de realismo em toda plenitude. A demonstrar o buraco em que estamos e que os que o cavaram exigem que assim permaneça.

Tanto que – com a gloriosa participação de juízos e tribunais – o candidato que o povo sinaliza como ideal está preso e – ainda que proclame inocência pela falta de provas que alega existir no processo que o condenou (em outras investigações anda inocentado) quem poderia defini-lo culpado ou inocente se recusa a apreciar seus recursos. E o faz deliberadamente, para não concorra.

Nesse particular não há que se falar em surrealismo, mas em golpismo, mesmo. 

Que rima com todos os ismos a que levados os que o comandam: entreguismo, banditismo, etc. etc. etc. etc.

Mais uma!
O Ministro Ricardo Lewandowski exarou decisão no sentido de que não fossem promovidas alienações do patrimônio público (a Eletrobras entre outras), sem o devido processo legitimador, o que inclui licitações, autorização do Congresso Nacional (à qual condicionou a iniciativa do procedimento), anuência do tribunal de Contas da União e quejandos. 

Na realidade nada fez além de dizer o que a lei já diz (Constituição, entre elas, a maior).

O presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, decidindo em torno de liminar de magistrado que ia na linha da decisão do Ministro do STF, cassou a decisão de primeiro grau e, por consequência, a do superior hierárquico, STF.

Nessa terra de São Saruê a coisa caminha assim: Ministro do STF determina; Tribunal Regional desdetermina.

Em terra de Moro a hierarquia é coisa secundária.

Primor de conclusão

As férias de Suas Excelências, titulares do Poder Judiciário, em especial o muito visibilizado STF, já não remetem à discussão em torno da razão de tanto descansar para quem pouco responde à espera por resultados da prestação jurisdicional.

Passam a exigir a indagação do porquê saem para descanso quando não cumpriram as obrigações imediatas a que estavam sujeitos, como, por exemplo, pautar julgamentos que esperam por decisão há meses ou anos.. 

Em risco
Não só a candidatura: a eleição e a própria vida. O candidato Ciro Gomes anunciou aos quatro ventos que – caso eleito e o negócio concretizado – anulará a negociata entre Embraer e Boeing.

Como não nasceu hoje sabe que a ‘criança’ tem poder e força de convencimento capaz de invadir países em defesa da “liberdade”. 

Deles, naturalmente! 

Novo conceito
Dia desses João Roberto Marinho ‘editou’ um AI-5 assim que um repórter publicou opinião contrária à atuação judicial no caso Lula. 

Em seu arrazoado (expressão natural a quem decide) expressou que “em sua atuação nas redes sociais, o jornalista deve evitar tudo o que comprometa a percepção de que o Grupo Globo é isento. Por esse motivo, nas redes sociais, esses jornalistas devem se abster de expressar opiniões políticas, promover e apoiar partidos e candidaturas, defender ideologias e tomar partido em questões controversas e polêmicas que estão sendo cobertas jornalisticamente pelo Grupo Globo”.

Não há exagero em considerarmos piada a menção de que “o Grupo Globo é isento”. Para quem lembra da ‘isenção’ do sistema Globo no curso da ditadura civil/militar (a qual ajudou a implantar), do debate Lula x Collor, em 1989, da cobertura em defesa do impeachment etc. etc. etc. passamos a exigir mudança na definição e no conceito de isenção.

Lições para entender o noticiário da Globo. Poderia muito bem ser o título de uma matéria histórica como conteúdo obrigatório em salas de aulas (de todos os níveis – do primeiro grau a pós-graduação) – incluindo doutores e pós-doutores, juízes, procuradores da república, titulares do Ministério Público, desembargadores, ministros. 

Deixemos de lado parlamentares, porque estes já estão – em maioria – a serviço de um sistema ao qual a Globo serve de quatro.

Por tudo que conhecemos resta, em relação à ‘isenção’ da Globo, lutar para que o termo encontra nova definição e conceito.


domingo, 15 de julho de 2018

Copa do Mundo em dois detalhes e outros detalhes


Copa em dois detalhes
(In)conveniências da imigração
Pelo menos para a França, quando o assunto é futebol. Depois de uma geração que teve Fontaine como o maior artilheiro em uma só copa (a de 1958) a França passou a traduzir um futebol de qualidade que não pode ser atribuída aos nativos, mas aos imigrantes (Zidanne, um deles).

A seleção francesa mais situada está, geograficamente – pela origem de seus jogadores – para uma seleção da África continental, tantos os descendentes de imigrantes quando não os próprios, como já ocorreu com Zidane.

Lá estão oriundos da Mauritânia, Senegal, Argélia, República Democrática do Congo, Camarões, Angola, Marrocos, Guiné, Togo, Mali (África), Itália, Haiti, Filipinas, Espanha, Martinica e Guadalupe.

A xenofobia será repensada na pátria do Iluminismo?

Para enfrentar o tema recomendamos (não as dezenas de clássicos do cinema francês discutindo-o) “As loucas aventuras de Rabbi Jacob” (1973), de Gérard Oury, protagonizado pelo impagável Louis de Funès.

O grande vencedor
Deixamos de citar nome de emissora(s) que us(ou)aram a Copa do Mundo na Rússia como texto de propaganda ocidental no início da guerra fria. Não escapou nem a Revolução Bolchevique como tema ‘atual’, com entrevistas de netos, bisnetos e tataranetos dos que fugiram de lá depois do outubro/novembro de 1917.

Mas chegaram todos, ao que parece, a uma conclusão insofismável: OS RUSSOS NÃO COMEM CRIANCINHAS.

Outros detalhes
Sanha por lucrar
O uso e manuseio do amianto vem sendo questionado desde final do século XIX, como agente causador de doenças pulmonares, o câncer entre outras, decorrentes da asbestose. Portanto, não é coisa recente.

No entanto, ainda que proibido o uso, era usado ‘como talco’ pela Johnson & Johnson.

A sanha pelo lucro, com a redução dos custos leva a tal absurdo.

A empresa foi condenada a pagar pelos danos e pela omissão.

Nos Estados Unidos, naturalmente.

Efeito eleitoral
A luta por tornar Lula inelegível tudo fez. Inclusive de reconhecer em um ser comum virtudes que não possui. Não contava com as reações do próprio escolhido. Dotaram Sérgio Moro de uma realeza tal que ele – Freud explica – sentiu-se como tal e como já agia assim protagonizou típico embate digno de monarquias chinfrins: usurpou a coroa.

No caso concreto arvorou-se de cavaleiro andante e partiu para destronar o desembargador que lhe era superior, que estava no exercício da prestação jurisdicional (enquanto ele, afastado para gozo de férias). 

No afã da bílis contra Lula buscou apoio de outros cavaleiros, encontrando-o na Polícia Federal (que retardou o cumprimento da decisão) e no desembargador amigo, que – apesar de estar também em gozo de férias as suspendeu  tirou da algibeira o pó de pirlimpimpim que atenderia ao ilustre cavaleiro e manteria odioso marionete sob seu controle. 

Ópera bufa, das maiores, sem, contudo, dispor do enredo além da fajutice dos atores.

Desmoralizaram o teatro, a peça e causaram um torpor na opinião, que chegará a eles pelas vias mais diversas.

Moro nunca mais será o mesmo. Aqui, porque nos Estados Unidos será aplaudido. Afinal a eles serve o cavaleiro andante.

Não contam com a real possibilidade de o texto ser alterado e perderem a direção e controle sobre alguns atores.

“Eu tenho a força!”
Da presepada encenada só restará a expressão que titula este curto texto. 

Porque nem de longe lembra o uso da espada – como a do personagem dos desenhos animados/quadrinhos dos anos 70, He Man – mas o da caneta.

Desespero bate à porta
No affair prende-e-solta-solta-e-prende Lula uma coisa ficou patente, afora os absurdos cometidos no correr do imbróglio: que medo causa Lula liberto? 

Não se vê tal preocupação do Judiciário – em todos os níveis – com o contrabando de armas, de drogas ilícitas, com o crime organizado, com as milícias etc. etc., mais chocantes que a pretensão de um político que questiona sua condenação e prisão e não encontra neste Judiciário o cumprimento mais elementar de suas funções: julgar.

Para nós – que enxergamos mãos poderosas de fora do país, secundadas por poderosas dentro do país e manejadas por marionetes de plantão (cada época tem a sua) – tudo está sobre o fio da navalha que representa Lula livre para o contraponto e mesmo controle e reversão da entrega do país ao estrangeiro, fazendo-nos retornar à condição de colônia.

O açodamento com que o que denominam de governo insiste na entrega – precipitada – de tudo que nos pertence sinaliza que o golpe precisa se consumar plenamente, não só no âmbito político, mas – fundamentalmente – no capítulo soberania, este – por sinal – o motivo para que aquele ocorresse.

Não faltará a advocacia da Globo
O absurdo cometido por Sérgio Moro – interferindo, ainda que em gozo de férias e destituído temporariamente de jurisdição, para impedir decisão/ordem judicial prolatada por um superior hierárquico – somente pode ser compreendido sob o crivo da certeza de impunidade.

Neste quesito, aliás, já foi beneficiado em casos mais graves, inclusive, como o de vazar telefone obtido através de interceptação ilegal entre a então Presidente da República e terceiro (no caso, Lula).

No entanto compreendemos sua segurança: quem patrocina sua defesa é a advocacia da Globo.

Que faz tremer juízes, desembargadores e ministros.

Silogismo simbólico
Considerando o ‘conflito’ dirimido/interpretado pelo TRF-4, se uma decisão determinar ‘soltar’ não tem validade também aquela ‘para prender’ não o teria.

Deontologia jurídica
Diante do vexaminoso episódio do domingo último promovido pelo presidente do TRF-4 (de quatro diante de um juiz de piso, Sérgio Moro), impõe-se alterar as aulas de Deontologia Jurídica no País, que passarão a ensinar que à exceção das circunstâncias que viabilizam a venda de sentença, somente o ex-presidente Lula leva juízes a protagonizarem um conflito de competência positivo!!!!!

Quebrando paradigmas e fundamentos éticos e legais do que chamam ciência dos deveres.

No fundo restou uma ópera bufa, que escancarou a participação do Poder Judiciário na construção, execução e manutenção do golpe engendrado contra as instituições do moribundo Estado Democrático de Direito que vigia no país.

Máscaras despencadas, na tentativa de ofertar ares de legalidade e de legitimar tamanha estupidez.

Nos rincões do país dirá o caboclo: virou casa de mãe joana, puteiro de arraial ou coisa e tal.

O povo não parece bobo
Dentre os ‘salvadores da Pátria’ membros do Poder Judiciário têm sido aventados como solução político-eleitoral (Moro, como Joaquim Barbosa). 

No entanto a coisa não parece tão simples. A fuga de Barbosa, depois de alimentar candidatura, mostra isso. Ou seja, não é tão simples ‘convencer’ o eleitorado apenas por ser arauto da punição.

É a conclusão a que chegamos, considerando as avaliações de Moro e Lula em pesquisas. O gráfico fala melhor. Afinal, não nos cabe explicar a razão de uma diferença (no quesito desaprovação) cair de 42% para 3%. Ou seja, a imagem de Lula melhorou e a de Moro piorou.

Diremos, lembrando Shakespeare da tragédia ‘Hamlet’: Há algo de podre no reino da Dinamarca. E não são as “traições” e os “homicídios” do enredo da peça; apenas a tragédia.

Mas, o gráfico parece dizer que o povo não vê teatro; é o próprio personagem, que vê, enxerga e pensa.



domingo, 8 de julho de 2018

Vexames em dois toques e seus legados


Hora de ver
Perder uma partida de futebol não é nenhum Armajedon. Para civilizados. Nesta terra de São Saruê, no entanto, a coisa beira o irracional. Diríamos melhor, observando os que estão no divã: a sublimação contida no ‘torcer’ escancara a dependência por que vivemos em grau de avanço civilizatório.

O resultado Brasil fora da final da Copa (só a ‘final’ lhe serve) constrange o apaixonado. Mas não o mais observador. Afinal, perder a seleção para a Bélgica é fato mais importante que a nação perder a soberania, o petróleo e a Petrobras, a Eletrobras, a Embraer, o emprego, os direitos sociais, a renda etc.?

Mais provável que a seleção na Copa represente o que de mais perfeito ocorre no Brasil deste instante: o sonho desfeito.

Da mesma forma que milhões sonharam com um país melhor vivido em pouco mais de uma década, mais respeitado e ouvido no concerto das nações, que tinha por meta extinguir – ou reduzir ao limite tolerável estatisticamente – a miséria, a fome, a doença etc. etc. viu tudo ir por água abaixo sob o cutelo de armações montadas para destruir o sonho. Da mesma forma e maneira que o brasileiro torcedor sonhava como uma vitória final.

Tudo virou pesadelo. Com uma diferença: no futebol a oportunidade se renova em quatro anos; quanto ao país – caso mudem o ninho dirigente em nível de projeto – felizes seremos se em quatro décadas.

Nossa expectativa reside, neste imediato, em conferir se a derrota de uma seleção nacional de futebol (perdemos para a Rússia na Liga das Nações no Voleibol no dia seguinte ao 2x1 por 3x0) levará o povo a perceber que está sendo ludibriado, que as riquezas pátrias estão sendo entregues, que o gás de cozinha e a gasolina continuam subindo, que os banqueiros ganham cada vez mais dinheiro retirando-o de nossos minguados (cada vez mais) bolsos, que a gente que vestia amarelo pedindo o impeachment é a mesma que está nas arquibancadas da Rússia.

E nem falemos no campo político-judicial, porque os mesmos que ganham nas costas do futebol (enaltecidos pela Globo e quejandos) hoje impedem um candidato do povo de ser votado.

Em muito do que vemos – na metáfora em que pomos uma coisa e outra – o campo de futebol se assemelha ao campo jurídico/político. Por lá deixaram de marcar pênaltes a nosso favor (e até mesmo desmarcaram um assinalado), desrespeitando as regras – dirão os desconsolados com a seleção. 

Mas, no campo político também as regras deveriam ser respeitadas. No entanto, contra elas, uniram-se políticos, judiciário (estes no instante em que passaram a formar um time devidamente organizado para destruir o jogo), a ponto deste time judicial assumir o comando não para aplicar a lei e fazer justiça mas para escolher quem pode ou não disputar uma eleição, a ponto de prender um deles, ainda que não haja provas de prática criminosa além daquelas supostamente tidas como possíveis de haver ocorrido sob o crivo do "eu acho" e – o pior – se nega a apreciar seus recursos.

Haveria, pelo que aparenta, um certo medo do time da toga de levar um cartão vermelho elegendo o jogador expulso?

É bem possível... bem possível!

Hora de entender
A derrota da equipe brasileira para a Bélgica deveria, em vez de entristecer, levar ao lugar comum de que no futebol (como em qualquer outro esporte de competição) vence quem jogou melhor. Seja-o por haver cometido menos erros ou mesmo porque teve mais sorte. 

A Bélgica nunca foi um país de expressão maior na Europa. Sofreu sempre com as guerras, pagando com danos econômicos e humanos dentro de sua própria casa. Ainda assim seu povo a reconstruiu tantas vezes quanto preciso e, o mais importante, conquistou um padrão de vida decente onde – diferentemente daqui – educação e distribuição de renda são a tônica. Por lá o PIB não ultrapassa o vigésimo sexto em nível mundial, enquanto o nosso ainda está no nono (e já fomos sétimo).

O noticiário esportivo não cuida dessas ilações. Caso contrário faria observar ao torcedor que o abismo social por nós vivido há décadas e aprofundado nestes dois últimos anos não está vinculado ao tamanho da economia do Brasil e sim à doentia postura de uma gente governante (aplaudida por alguns jogadores, jornalistas, comentaristas, empresários, políticos etc) que tende a eternizar as diferenças avassaladoras entre pobres e ricos. 

Sob esse aspecto, no instante em que a realidade social do país ensaiou parecer com a de nosso adversário (lembra o leitor do país imaginário Belíndia, que por aqui inventaram para justificar a distante diferença na distribuição de renda entre a Bélgica e a Índia), aqueles juízes ocuparam o gramado para lançar às calendas as conquistas sociais e a Constituição e relançaram como ‘salvação’ o precipício que separa o time de toga da maioria do povo.

Daí porque, tenha a certeza o caro leitor, que aquilo que Darcy Ribeiro denominou de “civilização brasileira” já chegou na Rússia derrotada pela Copa Indecorosa promovida pelo golpe de 2016.

Por lá desembarcamos carregando a desmoralização de dirigentes, a roubalheira impune, o desemprego, trabalho assemelhado à escravidão para muitos, a violência policial, a fome que volta a nos acometer, a transferência e desnacionalização das riquezas pátrias, um programa concebido criminosamente para destruir os sistemas públicos, que vão da educação à previdência, passando pela saúde e a pesquisa.

O Congo Belga foi possessão belga na África, onde atrocidades praticadas enriqueceram aquele país, devolvendo miséria, atrocidades e desumanidade.

Pelo andar da carruagem o jogo perdido em campo pela Seleção de Futebol será vencido pelo plantão governamental, substituindo-nos por aquele Congo de nefanda lembrança.

E não custa antever: não haverá surpresa quando um tsunami destruir os Palácios (de Governos ou de Tribunais), ora unidos para expurgar a população nativa de alcançar uma vida decente, honesta e produtiva. 

É como a Bélgica nos faz ver com o seu futebol vitorioso.

Vexames como legado
Nada boa a imagem do Brasil deixada por uma parcela de nativos fazendo turismo na Rússia da Copa do Mundo.

Grosseria, ausência de educação e falta de respeito aos princípios que norteiam a convivência entre povos civilizados.

Perdemos a Copa, mas superamos em constrangimento

A seleção de Danusa
As arquibancadas exibidas pela televisão, em jogos da seleção brasileira, mostravam uma contradição: em campo, alguns negros; nas arquibancadas, nenhum!

Lembrando comentário de Danusa Leão na rede no período Lula: tornou-se chato ir a Nova York. Chega lá e encontra o síndico do condomínio.

A Copa solucionou a la Danusa. E, mais ainda: na cor da pele.

O maior vexame
Este não sairá na mídia além de vírgulas em noticiários: o Governo Brasileiro foi condenado pelo Conselho Interamericano de Direitos Humanos da OEA por não apurar os fatos que levaram Vladimir Herzog à morte nos porões da repressão durante a ditadura.

Reconhecendo  pela primeira vez – um crime da ditadura como um ato contra a humanidade (o que faz do crime imprescritível) a OEA condena o Brasil.

No entanto, mais recai a condenação sobre quem legitimou a barbárie: o STF.

Trata-se daquele ‘suicídio’ de Vladimir Herzog nos porões da Operação Bandeirantes/DOI-CODI paulista.

No caso Herzog o STF pisara na bola. Como voltou a fazê-lo nas decisões que legitimaram o impeachment sem crime.

Mas como desgraça pouca é virtude para parte dessa gente aí estão muitos membros em campanha descaradamente aberta – para o bom entendedor – para evitar candidatura de Lula.

No passado o STF andou legitimando ditaduras. Hoje, pretende exercê-la em plenitude. Um país dirigido por Suas Excelências, em nível de cúpula e com os magistrados que o aplaude servindo de inspetores de quarteirão.

Não esqueçamos de que – como toda regra – há exceções.

Que o digam os fatos rocambolescos em Curitiba em desrespeito a uma determinação judicial. Que serão analisados pela ONU.

domingo, 1 de julho de 2018

Miçangas e miçangueiros

Miçangas
Vivemos nesta terra de São Saruê um estágio histórico singular: o que denominamos de estágio das miçangas. A condução do país, a prestação jurisdicional de muitos juízos e tribunais (inclusive ditos superiores), a realidade econômica quando se tem o povo como destinatário tudo se tornou miçanga, coisa menor, de valor apequenado, apenas para enfeite. 

Difere tal estágio, no entanto, da miçanga autêntica – contas de vidro coloridas ou o enfeite com elas, elaboradas artisticamente – porque desta apenas se apropriam para benefício para uso em dimensão depreciativa de quinquilharia e bugiganga.

E lá vamos nós, nesta terra de miçangueiros. Como adiante veremos, em algumas particularidades e detalhes.

Miçangueiros
Matéria publicada no ultraconservador Estadão (aqui veiculada através do Brasil247):

“Previsto para ser o guardião da Constituição Federal e o cume hierárquico do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF) deixou de ser uma casa onde se pratica o Direito, para se transformar numa casa de jogos, onde o que importa é ganhar e não interpretar e aplicar corretamente as leis. Sem o mínimo pudor, juízes da Suprema Corte operam os mais variados estratagemas para conseguir que as causas sob sua competência tenham o resultado que almejam.”

Sobre o “Fuzuê” – título da matéria – não se debruça o jornal, porque se limita a cuidar de revelar e criticar a postura. Caso aprofundasse sua análise levaria ao leitor o fato singular (e profundamente estranho à Corte) de que “o resultado que almejam” (este ou aquele ministro) está voltado para asseguramento de uma ação política, quando não flagrantemente eleitoral, especialmente quando sob avaliação o caso Lula (contrária) ou agentes políticos do PSDB (favorável).

E atente o leitor que o Estadão deixou de analisar a decisão Moro x Dirceu, onde aquele confronta decisão do STF e avoca para sua Vara de 1ª entrância aquilo que o Supremo não determinou.

A que chegamos! Até jornal como o citado Estado de São Paulo, da família Mesquita, se vê incomodado com o banzé em que se tornou a prestação jurisdicional brasileira em muitas de suas instâncias.
Haja fuzuê!

Cláudio Lembo e o erro de Lula 
Mais uma tentativa da defesa de Lula – que busca o reconhecimento do direito – sucumbe à forma, ao adjetivo escolhido pelo julgador. 

Como diz CláudioLembo: “Nunca vi nada tão imoral”. “Lula salvou o Brasil em um determinado momento e a inveja da minoria branca é imensa. Ele vai ficar preso. Não há como tirá-lo de Curitiba”, afirmou. 

O risco para a turma, caro leitor, reside no fato de que, caso volte ao poder, fará o pré-sal retornar ao país para beneficiar brasileiros e não petroleiras internacionais. E para isso tudo é e será feito para que se mantenha a entrega do país.

Corroborando a realidade, vergonhosa para Lembo, o jornalista e escritor Ribamar Fonseca toca na ferida: o grande erro de Lula foi acreditar na seriedade da justiça brasileira.

“Enquanto isso o ministro Gilmar Mendes, que também negou liminar para a revisão da prisão em segunda instância, mandou arquivar o inquérito contra o senador Aécio Neves, sobre a acusação de receber propinas em Furnas. O argumento que ele apresentou é o de que a Policia Federal não encontrou provas contra ele. Então, pergunta-se: e contra Lula, encontraram alguma prova? Onde estão, que ninguém nunca viu? Se não há provas, por que ele está preso? A resposta é simples: porque ele não é tucano. Aécio, tucano, foi flagrado pedindo R$ 2 milhões de propina ao empresário Wesley Batista e está solto. Rocha Loures foi flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil e está solto. Paulo Preto foi flagrado com mais de R$ 100 milhões em bancos suíços e está solto. Até quando o Supremo Tribunal Federal vai sustentar essa farsa do processo e prisão de Lula? Provavelmente até as eleições de outubro, quando ele não poderá mais concorrer, porque então terá sido alcançado o objetivo perseguido desde a instalação da Lava-Jato: impedi-lo de voltar ao Palácio do Planalto.

“Conclui-se hoje, depois de todas essas manobras no Supremo para manter Lula preso, que ele realmente cometeu um grande erro ao acreditar na seriedade da justiça brasileira, entregando-se à Policia Federal. Como é inocente, ele estava convencido de que a justiça lhe faria justiça, anulando a farsa montada pelo juiz Moro. Enganou-se. Ele deveria mesmo ter adotado o caminho sugerido por seus amigos: asilar-se numa embaixada para voltar no momento oportuno. Ninguém mais tem dúvidas agora que se depender das instituições, particularmente da justiça, o ex-presidente não sairá tão cedo do cárcere mesmo sem ter cometido crime. A ditadura da toga, com Carmen Lucia, Edson Fachin, Moro e outros, fará todas as manobras imagináveis, por mais imorais que sejam, para impedi-lo de deixar a prisão, pelo menos enquanto houver possibilidade dele voltar à Presidência da República. Ao contrário, portanto, do que disse recentemente o ministro Gilmar Mendes, o Supremo não voltou a ser Supremo e nem voltará tão cedo, pelo menos enquanto tiver em seus quadros ministros que o apequenem. Na verdade, Supremo mesmo só Moro.”

Como só dói quando rio, melhor ficar com a última piada do STF, na leitura de Duke.

Futebol x bacia das almas

Enquanto o olhar do brasileiro é encaminhado para a Rússia a Câmara dos Deputados cuida de aprofundar a entrega da riqueza do pré-sal a preço de ocasião (a deles).

É esse tipo de gente que buscará se reeleger. Com o voto do brasileiro por ele espoliado. Que o reelegerá – como sina.

Para essa estirpe é o futebol que faz parte da ‘riqueza nacional’ e não o pré-sal, tanto que entregam os TRILHÕES DE DÓLARES que minimizariam a miséria de milhões.

Por enquanto – até que aquela parcela canalha do Congresso venha legitimar o assalto – qualquer privatização terá de passar pelo crivo das cortes legislativas, decidiu, em liminar, o ministro Lewandovski, do STF.

Aguardemos a provocação ao STF da bandalheira ensaiada pela Câmara Federal, caso o Senado a mantenha.