domingo, 11 de dezembro de 2016

Reações

Homem do Ano
Decididamente não vivemos um estágio de credibilidade para a ‘consagrada’ imprensa tupiniquim. Enquanto se multiplicam denúncias contra o interino tornado permanente e seu desastrado governo (sapecado a cada dia com denúncias) uma revista o elege “Homem do Ano”.

Mulher do Ano
Lá fora – onde o interino tornado permanente é símbolo de galhofa, descrédito e impostura – a inglesa Financial Times elege Dilma Rousseff uma das “Mulheres do Ano”.

OAB e nada
A Ordem dos Advogados do Brasil em sua versão light – aquela que atende ao marketing da instituição (leia-se, seu presidente) – emitiu nota ‘preocupada’ com as denúncias de repasse de recursos da Odebrecht a políticos.

Nenhuma nota – muito menos iniciativa concreta – contra a denúncia de Vladimir Aras, Procurador da República que coordena a Secretaria de Cooperação Internacional, vinculada a Procuradoria-Geral da República, de que a traição à Pátria está abertamente cometida por agentes públicos da Lava Jato em conluio com os Estados Unidos.

A gravidade é tal que por muito menos Calabar ingressou na História como traidor.

Diz Aras, segundo o GGN: que os procuradores de Curitiba abriram um canal direto com as autoridades estadunidenses, ou seja, que qualquer cooperação que esteja em curso está ocorrendo não apenas sem a participação do Ministério da Justiça, mas à revelia da Procuradoria-Geral da República, comandada por Rodrigo Janot. Consultado pela reportagem, Aras disse que as questões sobre Lava Jato e Estados Unidos devem ser cobradas exclusivamente da força-tarefa de Curitiba ‘porque a SCI não participa dessa negociação’”.

Muito provável que a OAB (seus membros) não queiram enfrentar o risco de ver um visto negado para ida a Orlando ou Disneylândia.

Traição
Em artigo publicado no UOL Anderson Bezerra Lopes vê na colaboração de réus da Lava Jato com os EUA, intermediada pela força tarefa (procuradores e juiz Sérgio Moro), como uma "traição premiada", flagrante ofensa à soberania nacional.

Gravidade
A denúncia do ministro Marco Aurélio de Mello, em voto na quarta-feira 7, aumenta a argumentação em torno do a quantas andam as instituições deste país. 

Disse-o: "A fórmula utilizada por Renan Calheiros para resistir ao cumprimento da ordem judicial que o retirava do cargo de presidente do Senado nasceu de forma inusitada. Foi um ministro do próprio Supremo Tribunal Federal que sugeriu contrapor uma decisão da Mesa Diretora do Senado à liminar expedida pelo ministro Marco Aurélio Mello."

Há quem presuma que o ministro tenha sido Gilmar Mendes. 

Novas regras
Considerando a mudança de rumo do STF (lançou sua credibilidade às calendas), tudo pode ser explicado sob a ótica de um navegante: “Seguindo decisão do STF no caso do Renan Calheiros, o STJD decidirá que toda vez que um jogador for expulso em uma partida de futebol e ele não quiser sair, ele pode ficar em campo, mas ele não pode fazer gol”.

Dizendo tudo
A capa da Carta Capital é a melhor análise deste conturbado instante nacional. 

Dispensa palavras. 


Lei do mais forte
Dentre os muitos ministros do interino tornado permanente está o Eliseu Padilha – que já fez graça em governo petista – acusado de grilagem no Rio Grande do Sul. Para Padilha adquiriu os 2 mil hectares questionados por usucapião.

No nível em que estão as instituições ficamos entre Nietsche e Dostoievski, na base do quando algo não existe tudo é permitido. 

Faltando ao Brasil instituições a anomia se instala em defesa do mais forte.

Que o diga Geddel Vieira Lima e o edifício na Barra.

Para entender a reforma
A entrevista do ex-ministro Carlos Gabas ao Conversa Afiada dá as linhas do extermínio anunciado com a Reforma da Previdência do interino tornado permanente: matar o pobre, a mulher e o camponês. 

Linguagem
Por falar no desregramento das instituições, a coisa está para briga de vizinho.

A propósito, Bessinha continua mais que perfeito, traduzindo a linguagem utilizada.



Serventias
A serventia do interino tornado permanente cheira a pó, sinaliza haver acabado. Entre o plano B (afastá-lo, em 2017) para assegurar uma eleição indireta e o plano C (instituir o parlamentarismo) tudo pode ficar como está. 

Pelo menos até assegurar a inviabilização de Lula.

Eleição indireta pode não mais interessar. Há quem assim veja. 

Para este escriba de província pode servir muito: para consumar a entrega do país dois anos ajudam muito se não forem suficientes. Basta o pré-sal.


Predação
Entre a experiência e a experiência da mudança tudo se consumou. O golpe não contra o que poderia ser, mas contra o que conseguimos. E perdemos!

Observa Franklin Martins, em entrevista ao Sul 21: “A elite brasileira é predadora. Ela despreza a democracia e não tem um projeto para o país. Ou seja, a nossa elite não é uma elite.” 

Complementamos: não pensa a nação, como exigiam Manuel Bonfim e Darcy Ribeiro.

Franklin: “O presidencialismo de coalizão é, na verdade, um nome pomposo e acadêmico para negociação permanente de varejo.” 

Um varejo que já enxerga no governo do interino tornado permanente. 

Simbólico I
Participação em evento onde só há políticos da situação no mínimo exige compreender quem lá esteja. Nele o Sérgio Moro. 

Às gargalhadas com Aécio Neves, que para ele ‘não vem ao caso’ quando citado por delatores na Lava Jato.

Para que o leitor 'sinta o drama', o ilustre senador que gargalha com Sérgio Moro é aquele "Mineirinho" das planilhas da Odebrecht, que recebeu R$ 15 milhões entre 27 de outubro e 23 dezembro de 2014 (período eleitoral?) como apurado em operação da Lava Jato de Moro.

A obscenidade é flagrante. 

Mas, não vem ao caso!

Simbólico II
Não só parecer honesto. Mas atender ao definido no art. 8º do Código de Ética da Magistratura para imparcialidade: evitar “...todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição e preconceito”.

Não o demonstram a presença e os conciliábulos de Sérgio Moro com os tucanos. 


O recado é outro
A puxada de orelha de Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República, em razão dos vazamentos de delações da Odebrecht, pode ser um recado diverso do posto nas palavras.

“Além de ilegal, não auxilia os trabalhos sérios que estão sendo desenvolvidos”, pondo em risco a homologação no Supremo Tribunal Federal, o que pode não acontecer, o que viria a calhar a alguns e serviria de incentivo para outros (Folha). E anunciou apuração.

Para esse escriba de província está dito o seguinte: havendo no vazamento uma enxurrada de tucanos e peemedebistas golpistas – e quase nada de petistas – não nos interessa que tal vá adiante. Estamos aí para inviabilizar a homologação pelo STF e livrar a cara de todos.

Duvide quem quiser. O recado é outro. Até porque quando os vazamentos arrebentavam o governo Dilma, Lula  e o PT não vimos tal ênfase por parte de Sua Excelência. Muito menos temos conhecimento de qualquer ‘investigação’ para apurar aquelas irregularidades.

Para que o leitor possa raciocinar em torno desta hipótese veja a íntegra dos nomes relacionados na LISTA DA ODEBRECHT, veiculada pelo Congresso em Foco.

Razões
A enxurrada de nomes tucanos e do PMDB golpista nas delações da Odebrecht dentro da Lava Jato pode ser o grande motivo da programada viagem de Moro para um ano nos Estados Unidos.

Não só 'prestar contas' do serviço feito, mas livrar-se de apurar o que sempre considerou "não vem ao caso!".

Verdade incomoda
Pode cheirar a saudosismo, mas o relato está coberto de verdades absolutas.

Verdade incomoda!

                  

Nenhum comentário:

Postar um comentário