domingo, 3 de novembro de 2013

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
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Karl Marx
Difícil compreender o que comunistas e demais adjetivações contemporâneas – chavistas, bolivarianos, kirchenistas – andam causando de malefício ao planeta com suas influências nefandas. Não é que a bolchevique inglesa da realeza, e como tal é Rainha da Inglaterra, aprovou uma Lei de Medios para os britânicos. 

Ou seja, reconheceu em lei a regulação da mídia na Inglaterra, focando a denominada propriedade cruzada para limitar o controle de um punhado de indivíduos sobre a informação geral! Coisa que, alíás, outro país em avançada fase de comunização e censura – os Estados Unidos – já a tinha em prática, ainda que com caráter mais liberalizante.

Recomendamos uma breve leitura pelo http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/showNews/ipub180720012.htm para maior compreensão disto que por aqui dão de chamar “censura” quando se trata de regulação dos meios de comunicação (no âmbito do exercício dos limites do controle do direito de propriedade na radiodifusão), tema aberto à necessária regulamentação legal porquanto estabelecido no § 5º do artigo 220 da Constituição Federal.

No caso inglês, quem sabe se não foi uma “caída” de Sua Majestade por alguma coisa que tenha escrito um antigo morador de suas plagas?

Em terras tupiniquins...
No “país de São Saruê” a discussão vai ocupando espaços. Por ora – segundo denuncia o blog do Rovai – o ínclito deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara Federal, articula acórdão entre Globo e teles contra o Marco Civil da Internet – que não é ainda a lei medios.

Nesse caso particular, parafraseando Leonel Brizola, o Eduardo Cunha está ‘articulando aliança entre o coisa ruim e satanás’.

E onde este(s) senhor(s) se faz(em) presente... olho vivo!

Um dia para os mortos-vivos
Por que não falei de mortos no Dia de Finados? São tantos. Inclusive os vivos. Muitos vão aos cemitérios. Os sepultados não podem questionar. Nunca sabemos de visitas aos tantos outros mortos: os refugiados das guerras causadas para que alguns mantenham a hegemonia sobre riquezas que nunca serão distribuídas, os desnutridos e famintos, os internados em abrigos (foto) sem uma mísera visita de um familiar, os padecentes de câncer, apenas esperando o dia de serem sepultados, os desabrigados todos dormindo(?) sob marquises.

Talvez dispensados de um dia específico, por terem se tornado apenas personagens de uma categoria de cinema comercial: os de filmes de terror. 

Portanto, cobremos o dia dos Mortos-Vivos!

Ainda vivemos
Mas há a esperança na solidariedade que é inerente ao Homem. Como captada pelo olhar de Renart.

Arquivando
Em postagem efetivada na quinta 31 (Dize-me com quem andas e poderei ser teu espelho) no hattp://adylsonmachado.blogspot.com tratamos ali das relações entre José Serra e Mauro Ricardo. Ricardo foi da Secretaria de Finanças de São Paulo enquanto Serra dirigente (e hoje, não sabemos se permanece, na de Salvador da Bahia, que deu de “salvar” todos os santos).

Interessa-nos notícia veiculada no www.ggn.com.br de que reportagem do jornal O Estado de São Paulo deste sábado (o de finados) “revela que o secretário de Finanças da gestão Gilberto Kassab (PSD), Mauro Ricardo Machado Costa, que chefiou os fiscais acusados de causar prejuízo de até R$ 500 milhões à Prefeitura de São Paulo, mandou arquivar, em 28 de dezembro de 2012, uma denúncia sobre o mesmo esquema revelado na quarta-feira (30) por uma operação que prendeu quatro funcionários públicos. O objeto da denúncia também era a cobrança de propina para a emissão de certificado de quitação do ISS (Imposto sobre Serviços)”.

E volta a afirmar: “Costa foi secretário de Finanças na gestão José Serra (PSDB) e secretário de Estado da Fazenda, também de Serra. Após chefiar as finanças de Kassab, atualmente é secretário da Fazenda de Salvador.

Parece-nos que em São Paulo há um problema que exige pesquisa científico-patológica: arquivamento. Uns arquivam simplesmente (Mauro), outros em “pastas erradas” (De Grandis).

Pasolini
Em 2 de novembro de 1975 ceifaram a genialidade de Pier Paolo Pasolini. Homossexual assumido, ateu, comunista, escritor, poeta, fascinado pelos marginais e pela marginalidade sempre teve participação intensa nos debates intelectuais de sua época.

O que poucos sabem: em 1994, para lembrar/comemorar os 100 anos do Cinema o Vaticano elaborou, com apoio da crítica e de especialistas em arte, 45 filmes em três categorias, 15 para cada: Religião, Valores e Arte. (Para orgulho particular, dispomos de quase todos os 45. Faltam-nos O Mistério da Torre (1951), de Charles Crichton e Thérèse (1989), de Alain Cavalier).

Dentre os 15 sobre religião, para surpresa de muitos lá não estava Os Dez Mandamentos (1956), de Cecil B. De Mille. Mas, Francesco (1989), de Liliana Cavani, Ben-Hur (1959), de William Wyler, Andrei Rublev (1966), de Andrei Tarkovsky, A Festa de Babete (1987), de Gabriel Axel, A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo (1905), de Ferdinand Zecca, Nazarin (1958), de Luis Buñuel, A Palavra (1954), de Carl Theodore Dreyer, O Evangelho Segundo São Mateus (1966), de Pasolini.

Itabuna fazendo escola
Do que foi a mansão dos Guedes de Pinho resta este esqueleto (com foto bem miudinha, como a mente de muitos que assim veem nossa memória). Em Barreirinha, no Amazonas, o prefeito quer demolir casa que Lúcio Costa projetou para Thiago de Mello.

Como na Bahia sempre há precedente – e Itabuna em particular, ainda que nos limites de Ilhéus, já que em breve nosso perímetro urbano ao praieiro estará anexado – por estas plagas grapiúnas derrubaram uma casa projetada por um tal de Oscar Niemayer.

Para acompanhar o significativo exemplo por nós espraiado paras as bandas da hiléia que ‘comove’ o planeta leia em  http://terramagazine.terra.com.br/blogdaamazonia/blog/2013/10/29/am-prefeito-quer-demolir-casa-projetada-por-lucio-costa/


A casa é a solução
Caso fosse nosso o raciocínio – que temos defendido em conversas privadas – seríamos chamados de loucos. Cabe registrar que temos nos imbuído da idéia, já aplicada por grandes corporações, de que o importante é o resultado (a produção e a produtividade que venha a ser exigida), razão por que produzir para uma empresa não está mais a exigir pura e simplesmente bater o ponto, mas repercutir o que a ela interessa. Claro que nem tudo dispensará presença – caixa na loja, o vendedor em certas atividades etc.

Mas o respeitado Domenico de Mais (conhecido por “O Ócio Criativo”) afirma com todas as letras que a solução para o trânsito está em “trabalhar em casa”.

Para ser olhado
Dez são os anos completados do Bolsa Família no curso desta semana que passou. O programa reconhecido como exemplo para o mundo, recomendado por órgãos internacionais que têm na tragédia da miséria a não-distribuição de mísera parte da riqueza produzida, tem um nome em nível universal: Lula.

Todos pelo MPL
Não sabemos em quem acreditar.  No povo – se é que pesquisas ouvem o povo – ou nos “contra” o povo. Certo que a Ciência encontra grandes prejuízos ao clima do planeta causados pela excrementação animal. O que nos leva à certeza de que algumas campanhas presidenciais, caso radicalizem a defesa do Meio Ambiente, transitarão pela redução do rebanho nacional, que hoje alimenta parte substancial da população terrestre.

Hora de criar o MPL – como sugere Bessinha. Em defesa dos ‘bovinos sem voz’.

Viva Ravi!
Como buscamos nos afinar com o povo preferimos o quixotismo de Iolanda com a poesia e o de Eva Lima com o teatro e, naturalmente, quejandos tais. Descobrindo que há futuro no que fazem, como a criança – o lindo Ravi – participando de coisas que não abastecem a realidade colunística, mas a cerebral.

Na foto a única expressão da geração de amanhã, de logo dando os primeiros passos em livrarias e saraus literários e ouvindo a clarineta de Jan Costa (que não aparece na primeira foto).

Nada será como antes
A licitação/concessão/partilha – ou o nome que se lhe queira dar – constitui-se em etapa que somente ocorreu nos moldes como moldados em razão da política de governo – não de Estado – posta em prática pelos últimos governantes. 

As discussões e debates em torno do que seria melhor critério torna-se coisa pequena e insignificante se consideramos a guinada ocorrida dentro da complexa temática do domínio do controle sobre a energia como elemento inerente ao controle da hegemonia espraiada nas últimas décadas, que já alimentou, pelo menos, duas guerras desnecessárias e apoios explícitos a outros conflitos, escudadas todos em ‘grandeza’ de desprendidos dirigentes/países em favor da democracia e da liberdade.

A crítica expressa ao sistema de partilha alcançou todos os foros que pudessem melar o sistema proposto. A bola da vez, como primeiro pontapé, seria o campo de Libra. Não desse certo com ele estava aberto o caminho para não funcionar com os demais.

O boicote (falta de interessados) buscava desmoralizar o processo como desinteressante para os “investidores”. Para eles o ideal é sistema de FHC – a venda pura e simples pela concessão, onde, por dezenas de anos você pagava uma merreca na licitação e apenas remunerava estado e quejandos com royalties etc.

No caso particular do Brasil uma charge de Bessinha diz o que exigiria duas ou três laudas neste curto espaço. Preferimo-la a cansar o leitor. No que pertine a Serra apenas foi o último que explicitamente prometeu o que pretendia mais acrescer ao que outros já haviam feito... caso eleito.

O pagode
Transitando pela catira, a moda de viola, o samba caipira e o baião está a ‘carta’ de Tião Carreiro, o calangueiro que botou a mão num formigueiro. O pagode do Carreiro estava pelos lados de Goiás, Minas e São Paulo. Mas quem nega a presença do samba chula do Recôncavo

Memória ao léu
Postagem de Motta Araújo no jornalggn.com.br/luisnassif realça a visita de Jean-Paul Sartre a Araraquara. E ficamos nós, mais uma vez – como voz isolada – defendendo o urgente registro de nossa memória.

A propósito de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, que andaram por Itabuna ciceroneados por Manuel Leal, nenhum registro conhecemos.

Assim como o de Raquel de Queiroz, que aqui residiu e o afirma com todas as letras em depoimento a “Menino Grapiúna”, de Ruy Santos, resgatado em 2005 a partir de depoimentos e registros colhidos por volta de 1992, que mais de uma vez assistimos no Canal Brasil, um presente que nos tem sido assegurado (ao lado do Curta Brasil) pela TV a cabo local.

Mas, não podemos deixar de observar a dor que sentimos – os que nos imaginamos comprometidos com essa nossa utopia: aqui quando se defende o registro da memória como instrumento cultural para o resgate da história e alimento para as gerações futuras não falta dirigente confundindo memória com ação social, coisa assim como confundir lavrar uma ata com literatura.

Nando Luz
Na próxima segunda 4 o itororoense Nando Luz fará apresentação na “Tenda Cultural” da Bienal do Livro de São José dos Campos de seu “Acenando com Bandeira”


Um outro Tico-Tico
Público e notório no mundo da música o que representa Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu. No universo de uma centena de interpretações – assim consideradas pela arquitetura de arranjos ofertada – nos deparamos com o ucraniano Uros Baric executando o clássico brasileiro com arranjo de Édson Lopes.


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* Coluna publicada aos domingos no www.otrombone.com.br com todas as ilustrações que ainda não aprendemos a introduzir neste espaço 

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