domingo, 8 de novembro de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Tentativa


Durante décadas a interpretação transitou entre como considerar tentado ou consumado o furto e o roubo. A posse plena, mansa, pacífica e desvigiada caracterizaria a consumação; a imediata perseguição e recuperação da res furtiva implicava em tentativa.

O STJ endureceu e adotou a interpretação de que a simples subtração – com a simples inversão da posse do bem – basta para reconhecer a consumação.

De nossa parte temos que, doravante, furto ou roubo tentado somente se o ladrão avisar que pretende roubar e ser impedido de fazê-lo.

Assim – salvo melhor juízo – o tipo penal ‘tentativa’ de roubo ou furto desapareceu, por faltar-lhe os clássicos elementos do tipo. Restará apenas a tentativa por frustração, com o impedimento da ação criminosa antes da subtração.  

De singular: a iniciativa da lei penal ou de sua alteração – privativa da União Federal – deixou de existir por força da decisão do STJ. 

No caso concreto, a iniciativa e o legislador foram substituídos pelo intérprete.

Seca pimenteira I
As manhãs de domingo já foram ‘manhãs de obrigação’. Não religiosa, mas de plantar o telespectador na televisão para assistir a Fórmula 1.

Hoje Bernie Ecclestone  o dirigente mor da competição  chora por audiência.

No choro a atuação da Globo. De quem Ecclestone espera que "fique um pouco mais entusiasmada".

A TV Globo anda assim tipo 'seca pimenteira': basta olhar ou tocar para matar... audiência de Fórmula 1, de futebol etc.

Seca pimenteira II
As empresas Globo  todo o sistema (jornal, revista, rádio)  caminham para a derrocada econômico-financeira depois que muitos na sociedade (naturalmente aqueles que dispõem de espírito crítico) descobrem que sua atuação não passa de jornalismo político-eleitoral. 

Desde a manipulação do debate entre Lula e Collor, às vésperas do segundo turno em 1989, exibido no Jornal Nacional, as atitudes vão se repetindo.

Que o diga a repercussão daquele famoso 'direito de resposta' obtido por Leonel Brizola.

A perda de credibilidade vai se acentuando. Haja vista as reações populares nas ruas, tipo 'o povo não é bobo, abaixo a rede Globo' ou, simplesmente, 'fora Globo'.

Que o diga o 'desmentido' em relação à publicação de Lauro Jardim  repercutida em todos os noticiários da rede  afirmando que, em delação premiada vazada (sempre elas), Fernando Baiano citara o filho de Lula como beneficiário do esquema da Lava Jato.

Lulinha ajuizou demanda contra o jornal. Eis o resultado, antes mesmo da decisão judicial (tamanha a mentira veiculada):

 


Dissidência
Mal nasceu o Rede, de Marina Silva, já apresenta uma dissidência. Erundina começa a coletar assinatura para criar um novo partido político.

Há quem afirme que o(a) (R)rede já nasceu furado(a).

Finando
Nada mais lembra o que representaram nos anos 90 e início da primeira década deste século. Minguando – DEM agoniza; no seu encalço o PSDB. 

Destruído por Aécio Neves, segundo as más línguas.

Corda em casa de enforcado
FHC anda se jactando de paradigma de moralidade. Ninguém levianamente o acuse de que não possua integridade moral. No entanto, deu de andar abrindo falas para acusar os outros (Lula, preferencialmente) e impondo-se referência e exemplo em relação ao que recebe seu Instituto (aquele para o qual fez uma vaquinha de 7 milhões de reais dentro do Palácio da Alvorada).

Considerando as apurações da Polícia Federal – que suspeita de quase 1 milhão de reais em doações da empresa para o Instituto FHC nos últimos anos – falar de pagamentos da Odebrecht para FHC pode soar como fala de corda em casa de enforcado.

Naturalmente não lhe falta o apoio da imprensa, como se pode comparar através de fatos idênticos visto pelo Estadão.

dois pesos e duas medidas fhc e lula 

Se a moda pega
Empresário não vai escapar. Basta alguém suspeitar e terá de prestar informação à polícia. E se quem denunciar for algum bandido sob delação premiada aí a coisa pega.

Solução para escapar: ser tucano, documentado com filiação ao PSDB.

O particular confirma o geral
Não se trata de ufania – como derivado de Afonso Celso – mas de constatação. Registramos dois fatos aparentemente diversos para constatação do que realmente ocorre.

No primeiro instante, trecho de um artigo do ministro Patrus Ananias, publicado na Folha e veiculado no Conversa Afiada, no segundo, a reação de empresas de transporte coletivo ilheense diante da nova tarifa.

De Patrus Ananias:

“(…)
Movido pela agenda do Ministério do Desenvolvimento Agrário, tenho viajado o Brasil. Por conta do projeto Territórios em Foco, quando mergulho numa região por três dias, experimento as políticas públicas e ouço a comunidade local. As andanças revelaram um Brasil muito maior do que a crise. 

Em especial, chamou a atenção os quatro anos da seca no semiárido nordestino. Há 12 anos poderíamos prever as consequências da estiagem: levas de retirantes clamando por comida. O cenário hoje é visceralmente distinto. 

Agora vi quilombolas, antes renegados, cultivando a terra e preservando suas tradições no Maranhão. Vi filhos de agricultores familiares nas escolas Família Agrícola, no Espírito Santo. No Ceará, vi plantação irrigada de feijão. Vi o sertanejo enfrentando a seca amparado em 1,2 milhão de cisternas. 

Vi a eficácia do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que cresceu dez vezes nos últimos 12 anos e hoje assegura recursos de R$ 28,9 bilhões. Vi agricultoras recebendo títulos de terras das quais detinham apenas a posse. Vi filhos de agricultores beneficiados pelo Prouni. 

Viajando, vi a eficiência dos programas implantados desde que o presidente Lula assumiu a Presidência, em 2003. Senti os efeitos positivos do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada. 

Quando Lula lançou o Fome Zero, muitos disseram que o programa era inexequível. Duvidavam: 'Acabar com a fome?'. Pois em 2014 vi a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) retirar o Brasil do mapa da fome. 

Tudo isso não é passado, é presente. A propaganda que avassala o país cria o desvario da 'terra arrasada', como se tudo o que foi construído nos últimos 12 anos tivesse desaparecido. Ao contrário, foi incorporado de forma incontornável à nossa realidade. Por isso precisamos ter consciência da ameaça representada pelo pessimismo. 
(…)”

Das empresas ilheenses sai a reclamação de prejuízos com a nova tarifa concedida pelo governo municipal. Dentre as alegações a de que o número de passageiros transportados caiu de 21.291.974 transportados em 2003 para 16.740.623 em 2014, com previsão de queda para 15,8 milhões neste 2015 (Pimenta na Muqueca).

De concreto na lamúria a redução de cerca de 35,6%, que pode ser ampliada em 2015, 2016...

A leitura pode ser simples: a redução de passageiros alegada pelas empresas ilheenses (fato que pode ser apenas uma amostra da realidade nacional) levanta duas hipótese: ou o usuário passou a andar a pé nos últimos anos ou o faz em transporte próprio (automóvel ou motocicleta).

Patrus Ananias confirma a realidade, traduzida em Ilhéus em relação à distribuição e melhoria de renda.

Para ver, ouvir e analisar
Quase 1 hora de “Espaço Público” (TV Brasil) com Ciro Gomes. Não custa ver e analisar. Goste o leitor ou não do que ele diga. Sinta-se ou não favorável à sua visão de país. Concorde ou não com sua análise.

De nossa parte ficamos sem entender a defesa que faz da honorabilidade do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e a crítica à atuação de Lula diante no instante em que há risco às conquistas destes últimos anos.

Em relação a José Eduardo Cardoso faltou Ciro defender a razão por que quem advogou para Daniel Dantas possa estar à frente de uma instituição que deveria coordenar e retomar as investigações sobre Dantas; em relação à crítica a Lula faltou explicar quem possui força, carisma e liderança para estabelecer o enfrentamento aos grupos oposicionistas (mídia, políticos etc.) que querem solapar as conquistas recentes.



Marcos Coimbra
A circunstância de a crise brasileira ser mais política que econômica vem sendo reconhecida não só por especialistas (nacionais e estrangeiros) mas por muitos que a perceberam não na força da teoria ou teorismos mas na vivência diária.

E tal fato – diante da repercussão pretendida por quem (político-partidariamente) pretendeu dela se beneficiar – encontra outro viés de observação da análise de Marcos Coimbra aqui, na Carta Capital:O pior é que provocaram muito prejuízo à toa. Nem Dilma vai sair antes da hora do cargo para o qual a maioria da população a elegeu nem conseguiram sepultar a chance de vitória do PT na próxima eleição.

A sua conclusão permite-nos aprofundar uma outra consideração: a de que não conseguindo alcançar os objetivos a oposição não liquida o PT (quem o liquida mesmo é sua disputa interna ou as peças ‘adversárias’ que planta no governo) e torna o partido vítima quando postas suas políticas de estado em confronto com anteriores. 

Em outras palavras: por ter feito mais pelo povo é combatido.

Caso esse discurso venha a pegar, a oposição sairá derrotada.

Belo Monte
Levando em conta o fato de que a campanha contra o Governo é o centro dedas atenções midiáticas a conclusão do canal será pouco citada, mas é em si uma obra grandiosa.

Do Portal Brasil  “Uma das fases mais importantes das obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte acaba de ser concluída, depois de exigir escavações de 110 milhões de metros cúbicos de terra e rocha. Todo esse trabalho foi necessário para formar o canal de derivação da usina, uma obra com 20 km de extensão, 300m médios de largura e 25m de profundidade, por onde será desviada parte da água do rio Xingu que irá encher o reservatório intermediário da usina e alimentará as 18 turbinas da casa de força principal.

O gigantesco volume de solo e rocha escavado é praticamente a metade do que foi retirado para formar outra obra monumental: o Canal do Panamá, com a vantagem de o trabalho na região do Xingu ter sido feito em tempo recorde: apenas 4 anos.”

belo monte__.jpg

Simbólico I
Encontro promovido pelo PT itabunense, na sexta 6, reuniu lideranças para abonar o retorno de históricos ex-filiados.

Em momento de ataque constante ao partido tal fato (re-filiação) embute significado mais profundo que o retorno: a consciência – que se reflete como amostra – junto à militância de que as questões individuais não podem sobrepujar os interesses da nação sob o crivo das políticas de Estado postas em prática nos últimos anos.

Simbólico II
O deputado Jorge Solla não dispensou a oportunidade para denunciar a postura do governo estadual em relação ao PT, ao afirmar a perseguição por que passam militantes históricos nas mãos do atual Secretário de Saúde do Estado da Bahia.

E mais disse, nas entrelinhas: a espúria entrega do Ministério da Saúde ao PMDB integra o processo de contributivo para isso.

Simbólico III
A militância está sendo chamada a enfrentar o golpe.  Ao que parece, para contribuir com mais um cota de sacrifício.

Desnudado o que pode ser denominado como incompetência na articulação política. 

Em nível nacional e estadual.

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