domingo, 13 de dezembro de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Formalidade
O Fundo Monetário Internacional formalizou o reconhecimento: a moeda chinesa – o Yuan – é a nova integrante das denominadas moedas globais, ao lado do dólar americano, do euro, do iene e da libra.

Considerando o volume de reservas em dólar, a China há muito controla a carteira de reservas internacionais em dólar.

Dos pouco mais de 10 trilhões de reservas internacionais em dólares americanos a China detinha 42% em dezembro de 2014, conforme dados do próprio FMI, secundado pelo Japão, com 1,26 trilhão.

Admitir o óbvio era apenas uma questão de formalidade.

Brasil, com US$ 376 bilhões estava em sexto lugar, antecedido de Arábia Saudita (740,4), Suíça (516,7) e Taiwan (418,9), à frente de Rússia, Índia, Alemanha, Itália, França... superando até os Estados Unidos, que em nível de reservas internacionais dispõe de apenas US$ 133,6 bilhões.
 Mundo (soma de todos os países)10,008,392--
1 República Popular da China 
4,200,700dezembro de 2014
2 Japão1,260,548dezembro de 2014
3 Arábia Saudita740,400dezembro de 2014
4 Suíça516,737dezembro de 2014
5 Taiwan418,900dezembro de 2014
6 Brasil376.090dezembro de 2014
7 Rússia374,700fevereiro de 2015
8 Coreia do Sul363,590dezembro de 2014
9 Singapura340,438dezembro de 2014
10Hong Kong Hong Kong ( República Popular da China)328,500dezembro de 2014
11 Índia319,238dezembro de 2014
12 México196,591dezembro de 2014
13 Argélia192,500dezembro de 2013
14 Alemanha182,712dezembro de 2014
15 Tailândia157,107dezembro de 2014
16 França152,220dezembro de 2014
17 Turquia148,268dezembro de 2014
18 Itália133,770dezembro de 2014
19 Estados Unidos133,639dezembro de 2014
20 Malásia128,355dezembro de 2014
                                                                                                                   Fonte: Wikipédia
O último integrante (Estônia), dos 88, dispunha de US$ 285 milhões.


Gargalham
Ninguém soube, tampouco leu nas entrelinhas. A não ser este ou aquele curioso que de vez em quando folheia a edição de leis no país. 

A de n. 13.172, de 21 de outubro, último alterou a 10.820/2003, para “dispor sobre desconto em folha de pagamento de valores destinados ao pagamento de cartão de crédito”.

Dita lei se originou da medida provisória 681/2015.


Não sabemos se o benefício ao sistema financeiro decorreu de algum jabuti nela posto por algum representante dos bancos (o que não falta) no Congresso.

Com eles é assim I
Diz o G1 que a Polícia Federal vai intimar Lula para depor em relação à Operação Zelotes – aquela que apura  bandalheira no desvio de 19 bilhões de reais, através do CARF (Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais) para ajudar empresas devedoras do Fisco Federal.

Entre as que pagaram a Conselheiros para livrar-se ou reduzir dívidas: o Bradesco, a Gerdau, o Santander, a Camargo Correia, o BankBoston, o Grupo RBS (afiliado da Globo) etc.

Detalhe: a PF quer ouvir Lula em fatos quando não mais era presidente da República.

Eis a terra brasilis. Muito bem vista por Pataxó.
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Faz de contas
Difícil entender que Eduardo Cunha não esteja preso. Fazendo o que faz... e ainda solto, demonstra que o Ministério Público Federal (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) caminham contra a realidade dos fatos. 

Mais precisamente: com dois pesos e duas medidas.

Com eles é assim II
Não há o que estranhar. Afinal, com eles é assim. O STJ reconheceu, de ofício, a prescrição em relação ao crime cometido por Simão Jatene, que na condição de Governador se beneficiara de propina de R$ 12,5 milhões, em 2002, decorrente da 'anistia fiscal' concedida a uma cervejaria paraense quando era governador do Pará.

Ultrapassados 13 anos a prescrição beneficiou Simão Jatene. (Outros detalhes em comentário da Mancha aqui, inclusive com trechos da decisão. A dificuldade de encontrar-se referências ao fato na grande imprensa somente escapa através de alguns blogs e comentaristas).

Por mísera coincidência, Simão Jatene foi governador eleito pelo PSDB.

Não precisa explicar... 
De Jânio de Freitas, na Folha (aqui disponibilizado através do Advivo)

"A situação da atual Câmara dos Deputados foge aos seus deveres e responsabilidades constitucionais. Estar sujeita à condução de um parlamentar a quem são imputados vários atos criminosos já configura anomalia incompatível com a condição de Poder Legislativo. Assim conduzida, a Câmara dos Deputados sequer consegue que o seu Conselho de Ética opine sobre ser admissível, ou não, uma investigação superficial das acusações de delinquência e crime ao presidente da Casa.
...

Em paralelo, o Ministério Público cumpre um papel semelhante ao de testemunha indiferente, com a posse inconsequente da documentação que lhe foi presenteada pelo trabalho investigatório de promotores suíços. Talvez o que lhe seja permitido esteja muito aquém do mínimo conveniente, mas se um senador foi preso por palavras que, umas, provaram-se balelas, outras, não foram levadas a fato algum, documentos incriminatórios devem servir para algo mais do que se saber existirem."

Como Sócrates, do humorístico: 

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Força Sindical rachou
A condução do golpismo retardará – o mais que puder – a conclusão do processo desencadeado. A artimanha tem uma leitura elementar: não conseguiremos tirar a Presidente, mas a desgastaremos – em nível de governante – ao máximo.

Retardar o procedimento no Congresso significa tentar – através da mídia que lhe é sensível – cooptar a sociedade. Sindicatos, inclusive.

Uma vertente da Força Sindical já se declarou contra o impeachment. Não há mais unidade em torno do tema dentro da organização comandada por Paulinho da Força e do próprio Michel Temer e PMDB, aos quais está vinculada a Central dos Sindicatos Brasileiros-CSB, que lançou, no último dia 11, o seu manifesto "Em defesa da democracia e do desenvolvimento social", contrário à abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Sob essa vertente – unidade de suas forças nas ruas – o golpismo começa a dar com os burros n’água.

Alea jacta est
Cunha e liderados lançaram a sorte; Temer integra a troupe, dizendo muitos ser ele o próprio comandante do golpismo à paraguaia.

Na mesma toada partidos de oposição, capitaneados por PSDB, DEM e PPS, sem esquecer a ala controlada por Cunha e Temer no PMDB.

Caminho sem volta: a sorte está lançada. Sem César e o Rubicão.

Esperando Janot
Pelo andar da carruagem – ainda que Eduardo Cunha esteja na berlinda – a sua prisão vai ficar na linha do "Esperando Godot”, de Samuel Beckett: aquele/aquilo que não chega.

Tudo porque estamos esperando Janot.

A melhor definição
A atualidade brasileira – com bandido pedindo afastamento de Presidente da República – bem mostra a dimensão explícita dos compromissos de Eduardo Cunha para com o Brasil.

Naturalmente, não está sozinho.
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Até a fome é argumento
Para divisarmos o nível e o compromisso de deputados vinculados a Eduardo Cunha basta verificar a proposta de Ricardo Barros (PP/PR), relator da Comissão Mista do Orçamento, que inseriu emenda para suprimir R$ 10 bilhões do programa Bolsa Família.

Põe em risco o Programa, que reduzirá o número de atendidos, agravando a situação de milhões (de crianças a adultos).

Por trás de tudo, desmoralizar o programa social que é a menina dos olhos dos últimos governos.

A crise que advirá será lançada nas costas do Governo. Ampliada pelos meios de comunicação.

Essa gente é como cavaleiro do Apocalipse: leva miséria e fome, em defesa de seus interesses.


Prejuízo
A matéria 'jornalística' omite o fundamental: que o prejuízo causado por Delcídio o foi no segundo governo de FHC.

Impõe-se montagem, para explicar.

Miniatura 


PMDB, o racha

O país está doente. Profundamente enfermo se porventura imaginarmos que a atual representação/direção da Câmara dos Deputados, de figuras que deveriam ajudar o país, fazem de sua função um balcão de negócios escusos à espera, tão somente, de um Cristo indignado com os vendilhões do templo.

Mas não nos inquietemos com o que está em andamento. De positivo  altamente positivo  o escancaramento de posições antes camufladas, que começam a se apresentar pelo que realmente são em sua essência.

Os desdobramentos do golpe à paraguaia ensaiado levarão  ainda que sutil  à depuração do estamento parlamentar. Já não lhes alimentará (aos políticos) a orgia do financiamento empresarial. Muitos terão que se apresentar ao povo com o que realmente representam.

Partidos políticos antes sólidos começam a se dividir. O PMDB (agora com uma ala de Eduardo Cunha e Michel Temer), o PSDB e o DEM (em declínio), PPS e quejandos.

Mesmo o PT e suas alianças que mais estão para espúrias que para a governabilidade.

Todos terão que enfrentar a realidade que emergirá deste instante.

O pedido de impeachment  não se negue  ao se tornar a única corda de salvação para os derrotados de 2014 constituiu-se no vetor da mudança. Tramática que seja, restarão os melhores. Porque os sujos e mal lavados se definiram.

E não encontrarão o que imaginam.

O país está a conhecê-los em sua inteireza. E deles se livrará. Porque há quem pense melhor que eles.

Destacamos de Impeachment: a política e a mitologia, de Ion de Andrade:

"O fracasso do golpe será a derrota do PMDB “Cunhista” ou “Temerário” que perderá os seus cargos e a sua parte no Poder. A Roda da História os catapultou desse mundo.
...
O élan que nos trouxe até aqui, saídos da ditadura, dificulta enormemente a aventura golpista. É difícil, por exemplo, num país como o Brasil golpear a democracia contra a posição oficial não somente da Igreja Católica, mas também do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil. É também difícil golpear sem qualquer apoio dos movimentos sociais, ao arrepio da OAB, dos melhores juristas brasileiros, dos trabalhadores, do MST e de tantos e tantos outros movimentos que perderíamos as contas. Não se trata apenas de que os movimentos sociais vão “botar gente na rua”, como temos realmente que botar. Se trata de que são forças permanentes a modelar o Brasil, ou como quer Gramsci, são a linha de trincheiras de uma sociedade que foi esculpida pela ideia do Poder pelo Consenso que se exprime na liturgia democrática. Essa imagem de trincheiras de Gramsci vem da Primeira Guerra Mundial ocorrida uma década antes dos seus escritos. A guerra de trincheiras é uma guerra assassina que pune com o massacre as tropas que se aventuram no combate aberto. Quem está nas trincheiras não precisa se expor, pois lhe basta atirar, Michel Temer ousou colocar o nariz de fora depois da Carta: foi vaiado e chamado de golpista. Ele prepara com pompa e circunstância a sua entrada na história como um traidor."


No timaço de juristas
Nomes de expressão no universo jurídico brasileiro hipotecaram apoio à presidente Dilma Rousseff. Em defesa da Democracia e denunciando a falta de base jurídica para o pedido de impeachment.

Dentre eles Celso Bandeira de Melo, Dalmo de Abreu Dalari, Heleno Torres, Marcelo Neves, Juarez Tavares 


Da Bahia, somente Carlos Valder do Nascimento. A voz de Itabuna e da UESC (onde se aposentou recentemente).


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