domingo, 6 de dezembro de 2015

Detaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Arauto das trevas
As instituições de um país são a sua marca existencial. De democracia ou de ditadura, versando em nível de extremos. Constituem-se no arcabouço de regras que instrumentam as relações em sociedade, desde as mais comezinhas (família, comunidade etc.) àquelas que sustentam a Nação: Poderes constitucionalmente definidos, interdependentes e autônomos (fruto da conformação Iluminista) como contrapesos (entre uns e outros) exercitando suas competências (definidas constitucionalmente) conforme a função a que cabe cada um exercer.

Assim, Judiciário julga, Legislativo vota leis que hão de ser executadas pelo Executivo, a quem compete a administração geral. Sob esse jaez, não se concebe que atribuições de um e outro sejam interpenetradas, tampouco usurpadas, a não ser por omissão, nos limites estabelecidos pela própria Carta.

O ministro Gilmar Mendes  amparado no que tem dito no passado  continua a exercitar o julgar (que lhe é competência funcional) antecipadamente. Como se fosse a coisa mais natural. Viola o dever funcional, de não antecipar ou se manifestar sobre o que lhe cabe julgar.

Parece-nos que ele está certo. Não há quem se levante contra a figura.

Ainda que sua postura seja contributiva para a instalação do caos.

bessinha pra frente


Falta esclarecer 
O ministro Tóffoli – como presidente do TSE – alerta para o ‘retrocesso’ do voto manual nas eleições de 2016 em razão da falta de recursos para atender à licitação de urnas eletrônicas.

O judiciário é assim: quando tem dinheiro simplesmente constrói prédios nababescos.

De nossa parte vemos uma ameaça ao grande avanço do voto impresso, recentemente aprovado. Do qual a Justiça Eleitoral foge como o Diabo da cruz.

Presumindo que as urnas utilizadas em 2014 não tenham sido jogadas no lixo, temos que o que Tóffoli não exibe ao público é a sua menina dos olhos: a identificação biomédica nas novas urnas eletrônicas, que lhe daria os holofotes pela implantação.

O que também não explica o Presidente do TSE é o fato de que as urnas de 2014 podem ser utilizadas em 2016, sem causar nenhum problema. 

O que bem pode estar implícito no que cheira a uma chantagem é a aquisição dos equipamentos de identificação biométrica, a menina dos olhos do Toffoli.

Ah! Em tempos de crise não custaria – por constituir-se valiosa ajuda – cortar umas diariazinhas!

Combate
Sugestão de internauta, preocupado com a saúde (do Brasil): 'Temos também de combater o chicunCunha'.

À sorrelfa
Mais que irresponsável e individualista Eduardo Cunha acaba de demonstrar que – em defesa de si mesmo – é capaz de tudo. Até de jogar o país no abismo sem fim.

Bem lembra Leonardo Boff, em artigo publicado no seu blog: “Seu ato irresponsável pode lançar a nação em um grave retrocesso, abalando a jovem democracia, que, com vítimas e sangue, foi duramente conquistada. Não podemos aceitar que um delinquente político, destituído de sentido democrático e de apreço ao povo brasileiro, nos imponha mais este sacrifício.”

Razões abundam em Leonardo Boff. Que enxerga não perdendo o retrovisor da História pátria.

Quanto aos delinquentes políticos, destituídos de sentido democrático e de apreço ao povo temo-los às burras. Basta ver os que apoiam Eduardo Cunha e com ele confabulam e tramam.

Inclusive no Supremo Tribunal Federal.

E a vida continua...
O país não parou. O povo não está nas ruas... como querem os ‘pró-impeachment’.

Já em São Paulo...

Difícil de entender
Distante de São Paulo não nos afirmamos acreditar no que vemos. Mas, não deixa de ser estranho o comportamento do governo Geraldo Alckmin de tratar à base de cassetete e gás de pimenta a mobilização social – envolvendo diretamente pais e alunos – contra a reformulação pretendida pelo governo que – dizem – prejudicaria 311 mil estudantes com o fechamento de 93 escolas.

A foto (anônima) fala mais que as palavras todas contra o que soa como absurdo.


Quem há de lembrar?
Escândalo dos precatórios. Hoje esquecido. Impunes todos. Inclusive o então Advogado Geral da União  Gilmar Mendes – hoje ministro tucano do STF.

Saia justa
ACM Neto entrou na saia justa de optar pelo corrupto Eduardo Cunha em razão do interesse pessoal ‘contra Dilma’. 

Sentiu o peso da irresponsabilidade e andou se desdizendo

Exibiu sua pequenez! Antes e depois.

Para entender
A arrogância editorial dos que se servem e se servirão de um golpe contra as instituições democráticas brasileiras encontra no pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff a festa que não existe.

O senador Roberto Requião desmistifica, em artigo, o móvel do pedido: as tais pedaladas fiscais.

Alerta
Sempre alerta! É o lema do escotismo. O governo deve ficar muito mais alerta. Confiar em Michel Temer pode ser sinal de inocência. Vislumbrando a possibilidade de assumir a cadeira presidencial e sendo um homem forte no PMDB duvidar de sua solidariedade não ofende sua honorabilidade.

Tudo que Eduardo Cunha está fazendo – além de atear fogo às vestes – pode estar articulado a partir de Temer.

Gênese
O senador Aécio Neves sempre buscou atrelar as suas origens ao seu tio Tancredo Neves (irmão de sua mãe), respeitado nome da política nacional e personagem em momentos únicos da história do país nos últimos 60 anos.

Certamente o sobrinho não seguiu a cartilha do tio, basta ver seu discurso oportunista e antidemocrático.

Sabe-se agora a gênese política de Aécio Neves. O que bem justifica a sua irresponsável postura para com a Pátria e suas instituições é a história de um membro da família: o próprio pai.

Enquanto Tancredo esteve ao lado de Getúlio e enfrentou a ditadura, o pai de Aécio – da oligarquia Tristão Ferreira da Cunha, deputado conservador de 1946 a 1963, premiado com a presidência do CADE em 1964 por seu apoio ao golpe civil/militar, em cujo órgão ficou até 1974, quando morreu – se elegeu em 1962 e – apoiando a ditadura – foi deputado pela ARENA, PDS e PFL – até 1986.

Em sua primeira eleição, em 1962, o deputado Aécio Cunha foi financiado com dinheiro dos Estados Unidos, integrando a famosa lista do IBAD.

Nada a ver com Tancredo Neves.

O filho não nega a origem: segue os passos golpistas do pai.

                                  Miniatura

Estado de (não) Direito
Os jovens estavam a comemorar o primeiro salário de um deles, que tinha apenas 16 anos e já começara a trabalhar; outro, com 20 anos, concluiria o curso de administração neste em dezembro.

O texto acima envolve a polícia do Rio de Janeiro (com letra minúscula), que metralhou o carro onde estavam os jovens. A de São Paulo não fica atrás. Não afirmemos que a de todos os estados da federação.

Para melhor entender tamanha estupidez sugerimos a leitura de "Como Nascem os Monstros", do ex-PM Rodrigo Nogueira Batista, para quem "A perversão começa na formação".

Quem administrará?
O Governo anuncia ação de R$ 20 bilhões contra a Sanmarco e controladoras para formar um fundo para recuperar os danos causados pela tragédia de Mariana.

Não vai longe o tempo em que as obras contra a seca no Nordeste eram o ‘fundo’ para gerir a crise, gerando trabalho (escravo) para os miseráveis.

Ganhavam os latifundiários, em cujas terras trabalhavam os miseráveis construindo açudes e aguadas. Além do empreguismo de compadrio para fins eleitorais.

Em quem vai gerir esses vinte bilhões de reais está o x da questão.

Ateando fogo I
Ao atear fogo às próprias vestes – para utilizar expressão de Maurício Dias na Rosa dos Ventos da Carta Capital – o deputado Eduardo Cunha apenas reflete o desespero.

Afinal, nunca o vimos na condição de monge, tampouco idealista...

Ateando fogo II
Mais que escancarada ficou a iniciativa do deputado Eduardo Cunha. Ao autorizar a abertura de procedimento de impeachment – as contestações formais e legais começam a vir à tona – somente encontra aplauso dentre os que entendem que o humor de cada um justifica o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Pipocam – interna e externamente – as críticas.

É que ficou flagrante a reação de Cunha ao voto dos petistas pela instauração de processo de cassação de seu mandato.

O que de remoto está na declaração do governador da Bahia Rui Costa ficou escancarado: “Gerações lutaram para que tivéssemos plena democracia política, com eleições livres e periódicas, que devem ser respeitadas”.

Ateando fogo III 
A iniciativa – ou, mais precisamente, a revanche – de Eduardo Cunha sinaliza – assim vemos – dois desdobramentos imediatos: 1. Acolhimento e sucesso, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff; 2. Não afastamento.

No plano mediato, os desdobramentos ocorrerão na seara política dos envolvidos. 

Caso a presidente Dilma não seja defenestrada (coisa tida como difícil, tanto por juristas – em relação à fragilidade dos fundamentos do pedido de impeachment – como por observadores políticos – o jornal O Globo vê sucesso em favor da presidente) o Governo sairá fortalecido.

Por outro lado, a última cartada de Eduardo Cunha escancara o seu caráter e o joga mais profundamente contra a opinião nacional (e internacional, se importância tivesse lá fora), levando os pares da aventura.

Entre eles, o ministro Gilmar Mendes.

Aventuras
A aventura política em que se meteram – ao arrepio da lógica política – os partidos de oposição pode levá-los ao precipitamento da extinção.

Especialmente se – depois de escancaradas as suas intenções e ficarem nominados simplesmente de ‘golpistas’ – o impeachment não se consumar.

Paralelamente ao imbróglio em que se meteu o PSDB e quejandos – áulicos do impeachment, em estado orgástico – o tucanato paulista ganha um herói digno das telas: “Alckmin, o exterminador de futuros”.

Aplausos em novo formato
Fátima interrompe reportagem de rua diante dos calorosos aplausos à emissora.

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