“O
Brasil nunca vai entrar na modernidade teimando em chamar de democracia os
restos mortais da ditadura”. (Millôr Fernandes)
Análise
para a História
Em
círculos anda o Supremo Tribunal Federal, percebe-o Aroeira em charge que
reconhecemos como a melhor análise para a posteridade do STF no que diz
respeito ao exercício de suas funções institucionais no presente. Tem a Corte
se negado em muitos instantes cruciais da vida recente do país, quando
convocado, a cumprir com o augusto mister que lhe cabe.
A
História registrará – porque já escrevendo – suas omissões
(como não se manifestar sobre o mérito de um processo de impeachment,
cometendo o absurdo de legitimar o procedimento em desfavor da razão e da justa
causa, ainda que viciado aquele) ou mudança de posicionamento em flagrante
desrespeito ao estatuído em cláusula pétrea da Constituição da República, a
qual lhe cabe a guarda e interpretação, quando autoriza o recolhimento à prisão
de quem não teve ainda a pena transitada em julgado.
Os
fatos em uma sociedade em andamento podem até justificar moralmente certas
iniciativas, mas cabe ressaltar que no denominado Estado de Direito a
obediência à lei é o pilar maior das instituições.
Talvez – em
crítica extremada, que não atingirá a unanimidade dos
pares – tudo ocorra porque o STF se pauta naquilo que a grande
imprensa dita, nos humores deste ou daquele articulista ou editorialista
que sibila como serpente na intimidade com membros da Corte.
Alguns
escancaradamente, como Gilmar Mendes, que mantinha (não afirmemos, tampouco
duvidemos, que mantenha) linha direta com o Jornal Nacional, anunciando
decisões condicionadas ao aparecimento de sua imagem na telinha.
Certamente
o percebido por Renato Aroeira, quando põe à frente do comando dos que circulam
os ministros Gilmar Mendes, Dias Tófolli, Roberto Barroso...
Em
marcha
Os
que vivemos estágios da História, como os períodos de Getúlio Vargas, Juscelino
Kubitschek, Jânio, João Goulart e o descambo na noite da ditadura civil/militar
temos como compreender o nível e a dimensão dos retrocessos postos e propostos
pelo interinato, que busca a permanência para consumá-los em plenitude.
Tudo
caminha para agressões a conquistas históricas (como as trabalhistas e
previdenciárias) e enveredando pela dissolução de um projeto de Nação,
cambaleante em instantes mais pretéritos e reafirmado no recente.
Na
esteira de tudo a submissão da sociedade, em sua base, aos ditames do capital e
a soberania territorial aos interesses estrangeiros, com a entrega de nossas
reservas de riqueza (aquelas não consumadas no período de FHC).
Absolvição
à vista
Pior
do que filme de terror é a análise das razões da renúncia de Eduardo Cunha à
Presidência da Câmara, em espetáculo que nem mesmo chega ao nível de ópera
bufa.
Psicopatologicamente há quem afirme que Cunha não tem compromisso com ninguém além dele. Razão por que sua 'renúncia' não foi graça.
Psicopatologicamente há quem afirme que Cunha não tem compromisso com ninguém além dele. Razão por que sua 'renúncia' não foi graça.
Por
tal razão caso venha a sentir-se acuado e culpado em condenação que o mantenha
por bons anos na cadeia utilizará da delação premiada – que se tornou corrupção
premiada – para não deixar pedra sobre pedra em torno dos que lhe devem
‘favores’, a começar por Michel Temer, que lhe pedia a inserção de ‘jabutis’ em
emendas provisórias para atender aos reclamos dos interesses de ambos.
(Diz-se
“jabuti” porque a tal emenda não tinha nada a ver com o tema da MP. Caso o
leitor queira conferir basta acessar muitas dessas MPs aprovadas e descobrirá
os absurdos nelas inseridos. A expressão surgiu na década de 50 do século
passado, da lavra do político maranhense Vitorino Freire: "Meu filho,
quando você vê um jabuti numa árvore é porque alguém botou ele lá").
"...Nem Deus como advogado resolve"
Os advogados do Lula ingressaram com pedido de suspeição contra o juiz Sérgio Moro por faltar-lhe parcialidade na condução de apurações que visem o ex-presidente.
Independentemente dos fatos – que não nos cabe aqui analisar no presente instante – ficamos com o posto pela defesa de Lula, com mais detalhes no Tijolaço:
Qual seria o prejuízo para a Justiça se houvesse um juiz neutro no caso? Nenhum. E qual seria o benefício de Moro julgar os casos de Lula? Não seria melhor para a nossa civilização que um juiz que não só fosse imparcial, mas também parecesse imparcial, como a mulher de César, julgasse as acusações? Afinal, com um juiz acusador, nem Deus como advogado resolve”.
Como névoa
E por falar em impeachment, com a palavra a senadora Kátia Abreu.
Requião
O senador Roberto Requião afirma a possibilidade concreta de reversão do impeachment no Senado.
Duvidamos.
Não porque tal (o impeachment) tenha fundamento jurídico, mas pelo dinheiro que está em jogo.
Só o pré-sal com seus bilhões de dólares – prometido às petroleiras internacionais em sua totalidade pelo sistema de concessão e não partilha – pode assegurar alguns milhões para a compra de consciências ‘cívicas’ na casa.
Quando deixa de ser
útil
As manchetes
colacionadas aqui, depois da renúncia de Cunha ao cargo de Presidente da
Câmara, bem demonstra a crueldade do jornalismo pátrio, entendido este como o da
grande imprensa.
Servindo a quem me serve
Ficamos a imaginar que a imprensa estivesse comprometida com a informação, dispensada de defender
interesses dos que a alimentam, o que diria da proposta de jornada semanal de
80 horas, extinção do SUS e aposentadoria aos 70 anos.
Todos são temas que
não dispensam uma discussão.
Só que nenhum deles foi posto na campanha de 2014.
Tampouco os anunciou o interino quando editou carta aberta no final de 2015.
Invasão ou submissão
As suspeitas de que
o juiz Sérgio Moro corresponda a interesses dos Estados Unidos já foi
denunciada em diferentes instantes aqui aqui aqui aqui aqui aqui apenas para ilustrar
Neste espaço já fizemos, considerando que dentre as
razões por que o título de doutor Honoris Causa a Moro foi negado pela
Universidade Estadual de Maringá por ser um ‘agente judicial’ a serviço do EUA.
A infiltração de
órgãos de governo estadunidenses na atuação de órgãos da administração pública
brasileira, mormente Polícia Federal e Judiciário, vem sendo denunciada há
muito.
Invasão ou submissão...
A grande proposta
Diante da proposta
do Conselho Nacional da Indústria-CNI, de jornada semanal de 80 horas, bem demonstra o nível de pretensão daquela elite brasileira de 1% em relação ao povo.
Por outro lado, disse o que disse o novo algoz pátrio, porque se sente à vontade com o interino, que se fazia presente ao evento onde proferido o vitupério.
Tanto que não custa sugerir como slogan para o
Governo:
Não pense em crise, trabalhe 80 horas semanais.
Sabedoria popular
Por demais conhecido o provérbio português "Não fale em corda na casa de enforcado".
Há quem o faça transferido para a atualidade brasileira: "Não fale em delação de Cunha na casa de Michel Temer".
Por demais conhecido o provérbio português "Não fale em corda na casa de enforcado".
Há quem o faça transferido para a atualidade brasileira: "Não fale em delação de Cunha na casa de Michel Temer".
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