domingo, 3 de julho de 2016

Andanças de inverno

Pré-sal
A Petrobras  ambicionada por petroleiras internacionais  prometida pelo governo interino como joia da coroa acaba de anunciar outra espetacular avaliação da extensão de reservatórios em nível de pré-sal: no campo de Libra outro poço perfurado, o sétimo, localizou uma lâmina de 410 metros de espessura. 

Em muito superior àquela anunciada em março, de 301 metros, e analisada em seu potencial financeiro neste blog Mais fortuna em óleo fino

A bacia do Campo de Libra  segundo informa o GGN  se torna  e vai ampliando seu potencial  a maior bacia para exploração de óleo do planeta.

– atente o leitor para as dezenas de trilhões de dólares em jogo  estamos falando de apenas uma das bacias conhecidas do pré-sal.

O tapa
Não com luva de pelúcia. Com relho de couro grosso bem curtido. Essa a resposta que parcela da sociedade está dando a Geddel Vieira Lima, o algoz que entendeu que Dilma utilizaria indevidamente aviões da Força Aérea se a viagem fosse utilizada para falar sobre o golpe de que é vítima.

Que é golpe ninguém descura. Até o Interino já o afirmou discorrendo sobre o assunto em entrevista.

O que não imaginavam (Michel/Geddel) é que uma campanha em defesa dos recursos por eles proibidos encontrasse a resposta que encontrou.

A solicitação de 500 mil reais para bancar as viagens de Dilma Rousseff foi correspondida em apenas DOIS dias.

Só falta ser considerada – a campanha – como corrupção. 

Convescote
De O Globo – Michel viaja pedindo votos para o impeachment.

Neste caso não há dinheiro público para a campanha que o beneficia. Ainda que utilizando de recursos públicos.

Mero convescote, dirão.

O macaco está certo!
Humorístico dos anos 70/80 consagrou um quadro em que os humanos concluíam sempre: “o macaco está certo!” Quando não interrompidos pelo próprio com o “Não precisa explicar. Só queria entender!” 

A criação de Max Nunes e Haroldo Barbosa para o Planeta dos Homens não se perdeu no tempo. Sua dimensão filosófica permanece. Muito do que acontece entendemos, não precisam explicar.

É o caso da opção do interino Temer em não visitar o Norte e o Nordeste (a conselho de assessores).

No caso concreto, está explicado.

O pretendido
No cancioneiro nacional há “A pretendida” (Pepe Avila), versão interpretada por Altemar Dutra; no interinato, “o pretendido”.

Cabe diferir um do outro. O primeiro enleva a alma romântica; o segundo, a destruição da esperança.


Caminhamos para o abismo
Declarações de autoridades contra decisões superiores nos remetem ao antevisto por Maiakóvski: “E já não podemos dizer nada”. Como não reagimos não poderemos – quando tudo acontecer – dizer nada.

No primeiro dos casos, um Procurador da República se insurge contra decisão do STF, da lavra do ministro Teoria Zavascki, que suspendeu a patranha que beneficiava um grupo, que pretendia ficar com até 20% das devoluções referenets a desvios da Petrobras. No segundo, o juiz prolator de uma decisão revogada, também pelo STF, de Dias Tóffoli (que determinou a soltura de Bernardo), dizendo aceitá-la mas com ela não concordar. Ou seja, emite publicamente juízo de valor em relação a uma decisão de instância superior. 

Caso fosse partida de futebol ambos seriam expulsos de campo por jogar a torcida contra o juiz.

Quando integrantes de instituições não respeitam o ordenamento jurídico caminha-se para o tudo ou nada. Mormente quando essas instituições estão no âmbito do Poder Judiciário ou a ele submetido.

No fundo a busca de apoio da mídia. Que se tornou 'o ponto de apoio' de Arquimedes de muitas decisões judiciais.

Alimentamos o abismo. Afinal, enquanto atingem os outros tudo parece estar correto...

Impacto profundo
O profundo impacto da Lava Jato na cadeia produtiva do país está em trabalho acadêmico do economista Marcelo Sartorio Loural, que discorre sobre os efeitos causados por decisões judiciais que ultrapassam a punição de criminosos para atingir empresas em sua atividade.

O trabalho encontra-se sob comentário de Luiz Sugimoto em Efeito Dominó, no Jornal da Unicamp.

Particularmente já nos debruçamos, em várias oportunidades neste espaço, sobre o absurdo cometido contra a economia nacional em razão de decisões e intervenções judiciais na atividade empresarial, quando deveriam limitar-se à apuração e punição aos que, através delas, cometeram ilícitos.

O aprofundamento da crise econômica no Brasil se deve em muito à atuação judicial. Não por buscar punir criminosos, mas por intervir na atividade empresarial gerando desemprego e queda na economia. 

Mas, como já afirmamos, muitos dos senhores procuradores e magistrados desconhecem Geopolítica.

Lula e o Conselho
O indiano prêmio Nobel da Paz em 2014, Kailash Satyarthi, reúne outros premiados e líderes mundiais para integrarem um Conselho para discutir o direito das crianças. Lula é um dos convidados, enaltecido pelo combate à fome.

Registramos o fato pela seguinte razão: como Lula é visto por certos integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público como candidato à prisão cabe-nos indagar se não vão confiscar o passaporte do ex-presidente. 


Viva o Brasil!
Presos, muitos sem comprovação de culpa (em muitos casos, para 'cavar' a comprovação); outros (criminosos confessos) soltos porque fizeram delação premiada.

Como a delação tem objetivo flagrante (Lula e PT) vai se constituindo em nova jabuticaba brasileira.

Corrupção premiada
A jabuticaba leva à conformação de um novo instituto jurídico: a corrupção premiada. Com ela criou-se outra interessante prática: a do incentivo ao crime, desde que o criminoso tenha na manga uma carta: alguém para incriminar com sua delação.

Naturalmente do PT. Preferencialmente Lula.

Delação x delação
Muitos são os delatores. Muitas as delações. De todas a não aceita é a de Léo Pinheiro, da OAS, que declarou não saber de nada que envolvesse Lula.

E já se fala em evitar a de Marcelo Odebrecht. Que ameaça escancarar a república. 

Onde, dizem, não escapa nem o Judiciário.

Não tardou
A provável privatização da produção e distribuição de energia nuclear está em andamento. É o publicado no Valor (que não temos como disponibilizar). Mas recomendamos o comentário de Fernando Brito, no Tijolaço.

Depois de o Brasil haver – às expensas de pesquisa própria – desenvolvido o ciclo de beneficiamento de urânio para consumo, um segredo e instrumento de soberania, inclusive vinculado à segurança nacional, o interinato já anuncia a possibilidade de transferência à iniciativa privada, sob o velho chavão de barateamento do custo de energia para o consumidor.

O método é o de sempre, como já acontecera com a telefonia.



Nenhum comentário:

Postar um comentário