domingo, 7 de agosto de 2016

Tempos de ontem e de hoje

Jogos Olímpicos em três tempos

Tempo I

Superação 
A realização dos Jogos Olímpicos no Brasil deixou claro – assim que acesa a pira – que realizamos, sim, aquilo que parcela da sociedade negava ser possível.

Simbolicamente – em nível de superação o momento singular de tudo possa estar em quem acendeu a pira: Vanderlei. Sim, caro leitor, aquele Vanderlei Cordeiro de Lima que foi vítima de um maluco na Maratona nos Jogos de Atenas. Aquele que tendia a consagrar-se como medalhista de ouro na mais clássica das provas olímpicas.

Um brasileiro que ali superava a circunstância de ser brasileiro, o estigmatizado de sempre, desde que não tenha nascido em  berço de ouro. 

Apenas um dos sete filhos de lavradores do interior paranaense. Aprendiz de roçariano, como milhões de tantos outros brasileiros. 

Único patrício (e latinoamericano) agraciado com a Medalha Pierre de Coubertain.

Pois é, o medalha de bronze em Atenas – porque lhe surrupiaram a de ouro – acendeu o Fogo Olímpico. Assistido por bilhões planeta afora.

Certamente se não fosse no Brasil a realização dos Jogos não teríamos tido – e o mundo – a oportunidade de lembrar de um que sobreviveu às dificuldades.

Começando por aquela certamente  maior que correr a Maratona: ser pobre e brasileiro na terra onde uma elite insiste em ser detentora dos méritos de todos.

Tempo II

Onde tudo começou
O sonho impossível – nem mesmo imaginado – coube-o a quem superou o existir de nordestino. Ainda que vocacionado a ser o que tantos outros conterrâneos se tornaram: pau-de-arara servindo a São Paulo.

A ele o mérito de haver se empenhado para levar o Brasil a sediar os Jogos. Com um detalhe: vencendo, inclusive, os Estados Unidos. Ainda que seu presidente Obama lá estivesse fazendo o seu lobby. 

Que perdeu para o de Lula. 

                          

Tempo III

Constrangido
Todo o mérito decorrente de o Brasil sediar os Jogos Olímpicos se deve a Lula.
Caberá ao interino Michel Temer ficar com a medalha do constrangimento. 

Isolado, sua imagem traduzia o desconforto, nas poucas vezes em que exibido.

Antes mesmo de ser vaiado.


Constrangimento
O protocolo da cerimônia certamente foi quebrado. A realidade das ruas se impôs. O Comitê Olímpico Internacional compreendeu. E o interino nem foi citado nominalmente – fosse-o como cidadão ou como presidente – nas falas de Nuzman 
e de Thomas Bach.

Sua imagem nem mesmo apareceu no telão. Daí por que as vaias soaram 
somente quando percebido que falava o interino.

Um presidente sem nome... para bilhões de telespectadores.

Palmas
As palmas para o interino só a Globo (de Galvão) ouviu em meio à monumental 
vaia.

Arremesso 
Bastante simbólica a presença de Meirelles próximo ao interino na abertura dos Jogos do Rio.

É técnico da nova competição olímpico-brasileira: arremesso de direitos sociais.

                           Olimpíada: a muamba do Fernando Meirelles

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