domingo, 9 de outubro de 2016

Descendo a ladeira

STF comanda
Não há dúvida de que o país passa por reviravolta não imaginada recentemente. As instituições transitam na circunstância de motorista de veículo que perde direção e freios em estrada que beira precipício. A oportunidade para reparos foi deixada de lado e tudo se precipita.

A atuação – hoje mais que factível – de forças externas que alimentaram os que minam bombardeiam aquelas sobrepuja-se a qualquer projeto de futuro para o país. 

A atuação - sob viés encomendado - da Operação Lava Jato há muito disse a que veio: destruir um partido político, porque em relação a quem por ele governava a missão já se consumou no imediato e, no mediato, a caminho está, assim que sob a teoria do 'domínio do fato' versão tupiniquim venha a ser preso o único líder das alas nacionalistas. 

A dispensa pela Polícia Federal, Procuradores e quejandos articulados dispensando delações da Odebrecht confirma o denunciado por Sérgio  Machado: de que era necessário a saída de Dilma para que fosse sustado o risco aos políticos do PMDB, PSDB, DEM etc. etc. 

E mais o diga – à guisa de exemplo – a absoluta ausência de citações de políticos governantes de São Paulo como, pelo menos, investigáveis nos escândalos deles originados. Tampouco apurações em torno da Lista de Furnas.

O Poder Legislativo cumpre o desiderato de ofertar o edifício da 'legalidade' ao desmonte imposto ao país de que carece o Poder Executivo para materializar em ações, rápidas e concretas.

O Judiciário... Ah! o Judiciário! Por ele responde o Supremo Tribunal Federal, identificado por todos simplesmente como STF. Dele já se esperou algo que o fizesse crível em seus propósitos finalísticos: defesa da Constituição. Hoje mais está para o que Leonel Brizola chama de "costear o alambrado" quando por tema o cumprimento de seu dever institucional.

Que o digam eméritos juristas. como Renato de Mello Jorge Silveira, professor da USP, em entrevista a Folha de São Paulo, aqui disponibilizada através do Conversa Afiada.

Coisas dessa terra brasilis. Onde a malta curitibana se autodenomina "Liga da Justiça" o 'glorioso' STF mais se aproxima de mera "Tropa de Choque", como ilustra Aroeira.

Choque.jpg


Prometeu e entregou
O então senador José Serra – correspondendo ao que propusera ainda em 2010 às petroleiras – assim que assumiu o mandato que os paulistas lhe deram – os paulistas – cuidou de propor legislação que suprimisse o controle do pré-sal (fortuna de trilhões de dólares!) à Petrobras. 

Pouco mais de ano e meio e a entrega criminosa de uma riqueza estratégica foi legitimada pela Câmara dos Deputados.

Não se negue que o Serra é um homem de palavra!

Tudo como o Diabo gosta.


Quem tem Zé não precisa de inimigo
Dizia-nos um magistrado de antanho, em relação a um professor que nos fora comum, que as petições do ilustrado poderiam ser resumidas no preâmbulo da exordial (para identificar as partes e ação exercitada) e no pedido. Fora isso nada mais. A não ser ilustração e exibicionismo intelectual consubstanciados em longas citações da Doutrina para expor o óbvio.

Deve ter inspirado o ex-ministro José Eduardo Cardozo, guardião mor das derrotas de Dilma Rousseff, que não dispensa acumular argumentos imediatos para a mediatidade de 500 laudas. 

Diário
Quando Dilma Rousseff resolver – se é que um dia vai fazê-lo – escrever seu diário uma(s) página(s) fará(ão) o povo compreender por que Eduardo Campos ‘rachou’ com ela. A Refinaria Abreu e Lima será o centro, naturalmente.

Dizem as más línguas – e o confirmam as entrelinhas da denúncia de Rodrigo Janot contra o senador Fernando Bezerra – que misteriosas centenas de milhões foram desviados dos recursos politicamente administrados pelo então governador Eduardo Campos. 

Ao pedido de mais recursos Dilma se recusou. 

Esse o motivo da ruptura.

Reduzindo neurônios
Quem joga fora a leitura joga fora o mundo para futuras gerações. Leitura – reconheça-se – que instrua.

Cansa para quem tem mais de dois neurônios a oferta de revistas e canal televiso nas salas de espera de consultórios, gabinetes e escritórios, para não afastar lanchonetes, rodoviárias, hoteis: o(s) mesmo(s) canal (ais) e a(s) mesma(s) revista(s).


O grande derrotado
A política pode ser considerada a maior derrotada. Muito mais do que os partidos políticos. Restaram as pessoas, porque os partidos refletem-se estraçalhados, sem significação alguma.

Que dizer – tomando como exemplo apenas nossa região – que candidaturas atreladas a partidos sólidos em seus programas para com a socialização tenham em próceres da direita representantes eleitos?

Ainda que a abstenção e votos nulos – não computados pela leitura avaliatória da Justiça Eleitoral – sinalize um massacre para intenção eleitoral, as análises precisam levar em conta os números absolutos em relação ao eleitorado. 

Legitimação
Não há como não reconhecer óbvio: a derrota das esquerdas configura a legitimação de tudo que aconteceu. Inclusive do golpe. Basta o número de eleitos oriundos dos partidos da base golpista, inclusive o crescimento do PSDB.

Pedidos
Antes, para não prender; agora, de que vai à cadeia visitá-lo. 

São expressões do João Dória, íntimo do juiz Sérgio Moro, eleito prefeito de São Paulo com pouco mais de 20% dos votos (em números absolutos) do eleitorado paulistano.

Referindo-se a Lula.

Descendo a ladeira
Acresça-se à inspiração de Moreira os versos: "Eis aí o Temer, o Serra e o Vieira...".

                     

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