Necrológio I
O
ministro Teori Zavasky certamente não era um falastrão como Gilmar Mendes, um deslumbrado
como Luiz Fux, um menino grande assustado com o cargo, como Dias Toffoli, uma
pluma em tempestade como Roberto Barroso, um dependente da ‘literatura
jurídica’, como Rosa Webber, um aprendiz do poder, como Cármen Lúcia, um
preocupado com o que vão pensar dele, como Edson Fachin etc. etc.
Mas,
por trás de sua sisudez no exercício da função no STF deixou-nos a desejar e –
sem arrependimento algum – podemos afirmar que sua omissão em enfrentar os
absurdos que lhe chegaram às mãos em razão do impeachment muito do que ora
acontece no país pode ser tributado à sua posição de perder o bonde da
história.
Legitimou
o ato indecente, imoral e ilegal de Sérgio Moro, ao não desconsiderar as provas
obtidas ilegalmente, apesar de haver espinafrado o catão paranaense e os
vazamentos de delações.
O
mesmo Teori que determinou a prisão do então senador Delcídio do Amaral. Não
por aquilo que representa Delcídio, mas pelas violações à lei cometidas através
da ordem de prisão por ele exarada.
Nenhuma
dúvida há da seriedade com que Teori exerceu a função. No entanto – a teor da doutrina
dos frutos da árvore envenenada – era mais um membro do pior conjunto de
composição do STF em sua história. Não pelo conhecimento jurídico (em que pese
até aí haver limitados) mas pela posição escancaradamente política de alguns e –
mais que isso – a submissão à mídia.
Não bastasse declarações incompatíveis
como algumas do próprio Barroso, que chegou a legitimar, em declarações à
imprensa, procedimento em detrimento do direito material.
Lágrimas
de crocodilo
Certos
presentes no velório de Teori Zavasck em muito se assemelham ao velho coronel
nordestino que mandava matar e comparecia ao velório e ao enterro para conferir
se o indigitado estava morto e enterrado mesmo.
No
caso presente seria leviandade afirmar o mando, mas todos sabemos que sob as
mãos de Teori se encontrava o caminho de leva-los (tucanos e peemedebistas) a
um procedimento criminal.
Decifra-me
A
indagação que acomete brasileiros de todos os quadrantes é se a morte de Teori
Zavaski afeta as apurações que estavam sob sua responsabilidade.
Quando nada, afirme-se –
em termos otimistas – o retardamento na conclusão (se houver) da homologação
das delações.
Certamente,
uma festa para tucanos e peemedebistas. Por razoável tempo, se não
definitivamente, esquecidos nos noticiários policiais.
No
fundo uma incógnita para a deusa hera e sua Esfinge de Tebas.
Devoro-te
Politicamente
ruim para Lula e o PT. Que ficarão sem o contraponto. Devorados que já estão.
Afinal,
presos mesmos somente petistas. Com o risco de – sob o domínio de convicções
fáticas – o próprio Lula ser condenado (e preso).
Ainda que o mundo se sinta
estarrecido com o que andam fazendo com ele aqui dentro.
Porque
lá fora sempre será bem recebido. E aplaudido.
Tudo se acertando
Ainda
que acidente, puramente... não custa duvidar. Mormente para quem lembra daquela
diálogo entre Machado e Romero Jucá, em março de 2016, especulando saídas para
o desenrolar da Lava Jato depois de arrebentar o PT:
Machado: Um caminho é buscar alguém que tem relação com o Teori [Zavadski,
relator da Lava Jato], mas parece que não tem ninguém.
Jucá: Não tem. É um cara fechado. Foi ela [Dilma] que botou... um cara burocrata, ex-ministro do STJ...
Tiraram
a Dilma, levaram interino tornado presidente
ao Planalto, entregaram Eduardo Cunha, blindaram Renan Calheiros (Gilmar
Mendes) e – coincidências, que sejam! – pararam o Teori Zavascki.
Como
se diz no sertão nordestino: tudo certinho como boca de bode.
Bruta sorte!
No tema coincidência a manifesta vantagem de uma gama de ladrões (já por demais conhecidos e nominados) com qualquer das duas hipóteses: manutenção do processo da LJ nas mãos do substituto, indicado pelo interino tornado presidente – até agora citado 43 nas delações da Odebrecht – ou por sorteio dentro da turma ou de todos os integrantes do STF.
No tema coincidência a manifesta vantagem de uma gama de ladrões (já por demais conhecidos e nominados) com qualquer das duas hipóteses: manutenção do processo da LJ nas mãos do substituto, indicado pelo interino tornado presidente – até agora citado 43 nas delações da Odebrecht – ou por sorteio dentro da turma ou de todos os integrantes do STF.
Uma conclusão se encontra flagrante: essa turma (de
ladrões) tem uma bruta sorte!
Pequena
fábula
Havia
um país na terra distante onde uma rainha governava. Quando começou a prender
ladrões os ladrões a derrubaram e puseram um deles para ser rei.
Então havia um julgamento onde o ladrão, antes de ser rei, estava tendo seus furtos apurados e em risco de ser processado e condenado.
Então havia um julgamento onde o ladrão, antes de ser rei, estava tendo seus furtos apurados e em risco de ser processado e condenado.
Um
dia o juiz morreu e cabia ao rei escolher o juiz para o lugar do que morreu.
Assim o rei nomeou um amigo seu para julgar os seus crimes. O seu ministro,
afamado por suas ligações com criminosos.
A
historinha está assim mal escrita, os fatos confusos, personagens idem.
Como o andar das coisas naquele reino.
Como o andar das coisas naquele reino.
Barroso
O Ministro
Roberto Barroso – pluma em tempestade – andou falando o que não lhe competia: deveríamos
repensar em torno do atual sistema de universidade pública para torna-lo
financiado pela iniciativa privada.
Necrológio II
Tamanha a desmoralização que justifica ser expressa como necrológio o que representa a credibilidade do país.
Prestígio
nem mais se fala. Nenhuma referência ao Brasil no encerramento do encontro em
Davos.
Vendendo
Rodrigo
Janot – não sabemos com que base legal ou institucional – compareceu a Davos
para vender o Brasil como pátria de tranquilidade e segurança para
investidores.
Cabe a indagação: quem pagou as despesas?
Vendendo
A
valiosa atuação de Janot em Davos pode estar vinculada ao projeto de seu
terceiro mandato.
Especialmente
para quem já declarou que Lula é ladrão.
Considerando os sistemas empresarial e financeiro transnacional o
retorno de Lula é inconveniente.
Assim
– depois da instalação de uma equipe a seu favor (com rabo preso) –(para eles) evitar o
retorno de Lula pode encontrar forte apoio no novo mandato para Janot.
Depende
da Globo
Através
de seu porta-voz, Merval Pereira, Sérgio Moro tem tudo para se tornar ministro
do STF.
Foi dada a saída para o jogo, apitado pela platinada. Basta a Globo ‘sugerir’.
Foi dada a saída para o jogo, apitado pela platinada. Basta a Globo ‘sugerir’.
Agrada ao povão que o endeusa e põe lá quem – com certeza – apagará
qualquer vestígio da Globo nas picaretagens, como já o fez quando mandou soltar
os presos envolvidos no ‘Panamá papers’, com ligações com os Marinho e aquele
barraco em Paraty.
E –
o mais importante – garantirá a impunidade do PSDB.
Por
outro lado, é o novo charme global, como revela Romulus em montagem. Tanto que
até vestiram a Globeleza.
Militar
alerta
Transformar as forças armadas em “capitão do mato” desperta questionamentos
vários, como o do Tenente Coronel da reserva do Exército Brasileiro, João Luiz Mena Barreto.
Mais
Médicos em extinção
O
cinismo do atual Ministro da (não)Saúde beira o deboche explicando o "menos médicos".
Tirando
o sofá da sala
O
interino tornado presidente já provou à sorrelfa suas absolutas incompetência e
limitações como gestor. Flagrado quer tirar o sofá da sala para evitar a
traição.
Mudar
o nome do PAC – sucesso absoluto em projetos de infraestrutura dos governos
petistas – para assumi-los como obra sua.
Através do novo nome.
Através do novo nome.
Não
esqueça
Este
espaço auxilia o caro leitor a não esquecer de coisas que são ‘esquecidas’ por
quem de direito deveria apurá-las.
Aproveitando a deixa do deputado Paulo Pimenta, que voltou a cobrar, na terça 17, do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot (que, segundo o ex-ministro Eugênio Aragão, afirmou peremptoriamente que Lula é corrupto) sobre o andamento das denúncias, sobejamente documentadas, contra a atuação das empresas Brasif e Vaincre LCC, ligadas a Mossack Fonseca, responsável por fatos vinculados aos “Panama papers”.
Aproveitando a deixa do deputado Paulo Pimenta, que voltou a cobrar, na terça 17, do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot (que, segundo o ex-ministro Eugênio Aragão, afirmou peremptoriamente que Lula é corrupto) sobre o andamento das denúncias, sobejamente documentadas, contra a atuação das empresas Brasif e Vaincre LCC, ligadas a Mossack Fonseca, responsável por fatos vinculados aos “Panama papers”.
A
primeira, beneficiada com concessões em aeroportos brasileiros pelo governo FHC
está envolvida como meio de transferência de recursos de FHC para Mírian Dutra
e a segunda, com aquela mansão da Globo em Paraty, que pertenceria aos Marinho
da Globo.
A
matéria ora disponibilizada aqui lembra que o juiz Sérgio Moro – docemente alcunhado
de idiot savant por Luiz Gonzaga
Belluzzo – cuidou de libertar os responsáveis pela Mossack flagrados destruindo
provas.
Lançamos
o tema neste ‘Não esqueça’ para requentar o que este blog já denunciou em
páginas passadas.
Ainda é pouco
Detentores de vazamentos falam em delações da Odebrecht que alcançariam idos de 2000. Não cremos que nada vá adiante, dependendo de Sérgio Moro.
Afinal, oportunidade teve ele de, pelo menos, determinar apuração da denúncia de Yousseff em depoimento, de que Aécio Neves recebia do esquema de Janene/Furnas entre 100 e 120 mil dólares mensais, quando o esquema do PSDB, em Minas Gerais, era operado pela irmã, Andréa Neves (vídeo abaixo).
E nem se fale de Nestor Cerveró, que a ele disse de uma propina de 100 milhões de dólares para o PSDS na compra de uma petroleira argentina em 2002, tempo de FHC, com registrou a Carta Capital.
É dessa época o lançamento da famosa marca de Sérgio Moro: não vem ao caso.
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