A Norberto Bobbio a precisa observação de que
percebemos "o grau de civilidade de uma sociedade pela forma como trata as
crianças, os velhos e os prisioneiros", lembra Luiz Gonzaga Belluzzo em
entrevista a RBA. Posto o Brasil vigente
sob essas premissas podemos afirmar que longe estamos da civilidade, caso não
assumamos, de logo, o estágio de barbárie a ser brevemente alcançado.
Afinal,
congelar gastos públicos em educação e saúde por vinte anos e elevar idade para
aposentadoria a 65 anos são de uma insensatez que beira os limites da loucura
ou – pelo menos – internamento em hospital psiquiátrico, tal o nível
intelectual dos ‘pensadores’ que aí estão, capazes de contrariar todos os técnicos
mundo afora que abriram baterias contra os absurdos em curso.
A
barbaridade e selvageria levadas ao topo de projeto de país para essa gente não
descura de alimentar até a segregação como meio de auferimento de lucros,
tornando a ampliação, administração e manutenção de presídios em objeto de ganhos
para a iniciativa privada.
O estágio a
que estamos chegando – com apoio propagandístico da mídia – dispensa buscar as
razões por que existe a delinquência e a criminalidade. Isolar e matar o
semelhante torna-se tônica de um discurso primitivo. Não sensibiliza parcela
considerável da sociedade (alienada) o fato de que entre presos degolados em
Roraima estavam seis que se encontravam em prisão provisória (há apenas um mês,
um deles, de 25 anos, primário, pai de dois filhos, levado à cela por uma juíza
que entendeu – convicção é assim – que traria riscos à sociedade permanecer em
liberdade).
A desumanidade
vai assumindo espaços, como se natural o fosse. Afirmam os técnicos e
estudiosos que a proposta (de extermínio) do interino tornado presidente para a
aposentadoria exigiria trabalhar até mesmo depois de completados os 65 anos
como forma de garantir integralidade de proventos e manter o mínimo de
dignidade como aposentado.
Segundo
o G1, como somente 0,3% dos trabalhadores com carteira assinada exercem
atividade hoje a conclusão é simples: idoso não encontra trabalho. Sob esse
viés a aposentadoria – caso venha a ser alcançada – será com menos dinheiro para
sobreviver.
Trabalhar
mais tempo ou estar preso tem vinculação com o processo educacional ofertado. Mas,
aproveitando o observado por Belluzo, em relação a Sérgio Moro, na entrevista
ora disponibilizada, vivemos uma cultura de idiot
savant, onde convicções e achismos suplantam a realidade e a exacerbação
positivista pede apenas ‘mais cadeia’ e 'menos escola'.
Na
esteira da genialidade atual, para estes ‘gênios’, a escola de samba Imperatriz Leopoldinense se encontra
ameaçada por uma CPI no Senado, como o deseja o senador Ronaldo Caiado, do DEM
e da UDR, porque está a entender (tem ‘convicção’) que o tema “Xingu – o clamor
que vem da floresta” pode ter sido financiado por grupos contrários ao
agronegócio.
Umas trágicas; outras,
idiotas.
Responsável
A
culpa é do povo. Esse ignorante que está solapando o país com sua irresponsável
sanha consumista. Comprando feijão caro etc. etc. Esse
o bla-blá-blá do Jornal Nacional na quinta 12.
Em nenhum momento levantou –
ainda que em horizonte marítimo – a mínima responsabilidade pela política
econômica implantada pelo interino tornado presidente.
Transferindo
a responsabilidade para o povo até mesmo criou a singular “inflação pessoal”,
aquela que nasce da perdulariedade de cada um habituado a comer, recomendado
a suprimir gastos, em vez de reclamar contra a política econômica que está a
nos encaminhar para uma crise humanitária sem precedentes.
Só
faltou o Bonner dizer – como Cid Moreira na gênese do JN, no ano de 1968 – “nunca
fomos tão felizes!”.
Na olimpíada global o
lançamento de peso atinge, em definitivo, o cérebro do que se diz
telespectador.
Que raciocina em preto e branco.
Estavam
errados, sim!
Reconhecem
o erro cometido. Os “cabeças de planilha” – como os denomina Luis Nassif – na
pessoa do ilustre André Lara Rezende, confessam o erro de suas avaliações
econômicas apreciando o câmbio e lançando a Selic como instrumento de controle
inflacionário.
Depois
da desgraça consumada só nos resta ler Rezende (para crer) e Nassif (para
ratificar a denúncia levada a termo ainda no limiar do Plano Real).
Sem culpa alguma
Execrado
e absolvido. Como absolvidos os demais alvos da operação policial que visava –
em outro estágio da lawfare – atingir o PT.
Marcelo
Auler traz à tona mais um caso. Emblemático o título: A imprensa que acusou cala-se na absolvição.
Com todas as letras
A ONU responsabiliza o STF pela (não)redução da população carcerária. A pancada levou a presidente do STF Cármen Lúcia a convocar os presidentes dos
Tribunais de Justiça para um esforço concentrado para agilizar processos de
presos.
Poderia,
também, ter exigido dos juízos criminais e de execução penal das comarcas igual
iniciativa.
Trágico que uma solução para a superlotação nos presídios tenha sido buscada depois do festival de degolas despertando da letargia o Judiciário.
Muito voltado, ultimamente, para ajudar a iniciativa privada que se alimenta de presos. Tanto que legitimou o recolhimento à prisão antes de transitada em julgado a sentença condenatória.
Chegando lá
O escancaramento do escândalo envolvendo o PMDB em falcatruas através da Caixa Econômica Federal, sob a competente gestão de Geddel Vieira Lima, em parceria com Eduardo Cunha, à frente da vice-presidência da Diretoria para pessoas jurídicas, exercida em governos petistas.
Ainda
que – mais uma vez – a bandidagem esteja vinculada ao PMDB não custa Lula e Dilma
serem acusados por Procuradores da República com base na ‘convicção’ de que
sabiam de tudo.
Finalmente!
Oh,
glória! Finalmente empresas estrangeiras vão atender à demanda da Petrobras.
Ainda que acusadas de corrupção, como denuncia Joaquim de Carvalho no DCM.
Licitações comandadas pelos mesmos ladrões da época de FHC.
Mais
prazo
Assim
trabalham. Levantam suspeitas, amparadas em ‘convicção’ (“eu acho”), não
conseguem provas e vão pedindo prazo para ver se ‘descobrem’ alguma coisa.
Enquanto a imprensa vai divulgando... divulgando...
Desde que Lula seja o alvo.
A fala de Lula I
" É importante a gente não ter vergonha de
dizer que quer eleição direta. O (Michel) Temer (PMDB) quer ser presidente? O
(José) Serra (PSDB) quer ser presidente? O (juiz de 1ª instância Sérgio)
Moro quer ser presidente? Ótimo. Todo mundo que quer ser presidente tem o
direito de se candidatar. O que não pode é querer ser presidente dando um
Golpe, na base da canetada."
Faloooou!
A fala de Lula II
Da fala de Lula leva uma outra conclusão: pelo menos a de servir para que o Brasil
deixe de ser motivo de gozação lá fora, como o posto no vídeo abaixo (legendado).
Ajudando a entender
O texto do geógrafo norte-americano Brian Mier, publicado na Brazil Wire esmiúça a participação dos Estados Unidos no Brasil/2016. Aqui, no original e traduzido.
Aragão
e o papel higiênico
O imperdível Eugênio Aragão:
“Um julgador pegar carona com um réu a ser
por ele julgado; um chefe do ministério público ir a Davos para ajudar a atrair
investimentos numa economia que chama de podre, ou um ministro da justiça se
esquecer de que negara meios a uma governadora para evitar um massacre, mas que
agora, diz, vai dá-lo a um outro governador que faltou bater palmas para o
banho de sangue no xilindró sob sua responsabilidade: tudo isso não é muito
diferente do uso de papel higiênico nos dois lados. Mas quem fica com as mãos
borradas somos nós que fingimos estar tudo bem.”
Mudando de plano
Estamos sepultando amigos, companheiros de música e de artes. De cantoria e de poesia. Gente que só dava alegria.
Na quarta, Aladino – ex-integrante do conjunto Os Apaches – voz encantadora do grupo, guitarra base enquanto trabalhávamos o contrabaixo e Aderbal Duarte solava e arranjava.
Neste domingo Ramon Vane, que aqui trazemos como o Coronel de "Cacau Verde – nem tudo que reluz é ouro", de José Delmo.
A cada um nossa homenagem. A Aladino uma das músicas em que marcou uma de suas melhores interpretações no grupo, no original de Roberto Carlos; a Ramon Vane, uma foto da época em que o "Grupo de Arte Macuco" andou por Itororó, nos anos 80.
Nenhum comentário:
Postar um comentário