domingo, 10 de junho de 2018

Apertando botõezinhos

Em tempos idos, quando os mais novos (crianças e jovens impúberes) eram agraciados com a prosa/lição dos mais velhos e a experiência se espalhava em conselhos e aconselhamentos, a moral revelada por estórias, fábulas e lendas constituía-se norma social.

Desse tempo a do besouro. Teria ele (o besouro) reclamado – no limiar da Criação – junto a São Pedro, da razão por que o Criador dotara a abelha com os meios para a produção de mel e negara ao próprio tal mister. Logo ele, mais poderoso etc. etc. E solicitou a intervenção do Chaveiro do Céu junto ao Senhor para reverter a situação.

De logo não conseguiu. Mas tanto insistiu que terminou por cansar e conseguir que o Senhor passasse a Pedro: – Vá lá, Pedro, ensine-o! (Não quis dizer que para se livrar da chatura porque Deus, Onisciente, não é chegado a tais mazelas). E lá foi o bondoso Pedro exercitar o magistério: – Olhe – começou – primeiro busque as flores, localize... Nada mais pôde dizer, porque o ilustre aluno já voejava longe dizendo: – Já sei, pode deixar, já sei.

E disparou mundo a fora visando cumprir o que considerava augusta missão.

Nunca saiu do samburá – aquela cera, como denominada pelo sertanejo, de quem ouvimos o contado. Ou melhor – para sermos mais preciso – de arrumar a moradia, que nunca será colmeia.

O interino tornado presidente declarou, recentemente, naquele plúmbeo regurgjtar verbal, na abertura do Plano Safra, como colhera algodão, ainda que sem dispor de conhecimentos técnicos para o exercício da maquinaria. Visitando área do agronegócio – disse-o – ao lado do atual ministro Blaggi, fora instado por este a manusear a máquina colhetadeira, com a simples recomendação (ao dizer que não sabia mexer com a parafernália) de que tão somente apenas “apertasse aquele botãozinho”. O que fez. E deixou-se encantar como operador da máquina.

Assim cuida do que deveria ser os destinos do país: como (péssimo) aprendiz de feiticeiro (do clássico Fantasia). Mais para este, muito próximo do personagem de Disney.

Que o diga o imbróglio em que se meteu para corresponder aos interesses que o levaram a beneficiar-se do golpe de 2016, no quesito greve de transportadores: tenta resolver o lado das empresas, desagrada o autônomo; busca atender a esse e desagrada empresários etc. etc. Um moto perpetuo na busca de curar a doença sem a devida anamnese em torno da causa.

O país gerido por aprendiz incompetente, assim o faz com o Brasil. Acha que simplesmente apertar o botãozinho da máquina elaborada pelo neoliberalismo em sua vertente de especulação financeira será o suficiente para produzir mel. E faz por merecer o aplauso negativo de 92% da população.

Na esteira dos desencontros e desarrumações o ‘Judiciário midiático’ caminha ao encontro do interino no quesito reprovação: este já alcança 92%; aquele, 55,7%, com outros 33,7% entendendo-o regular. E o que dizer de quem é considerado “pouco confiável” para 52% e “nada confiável” para 35,5%? Os 6,4% que acham o Judiciário muito confiável mais estão para os que tomaram conhecimento da decisão do TRF-5 de barrar a privatização da rede de dutos da Petrobras.

O interino joga para o mercado; o Judiciário, com a mídia (que faz o jogo do mercado). Tudo em casa! Certo que ambos quebraram a confiança do entrevistado.

Não chegam nem a besouro. Que dirá a samburá!

Às calendas a razão
Detalhe não aventado e desapercebido pela conveniência: o juiz Sérgio Moro, premiado em Mônaco. Um espaço físico insignificante, cuja economia é a de ser paraíso fiscal e palco de corridas de Fórmula 1. Vive do turismo e do dinheiro alheio, lícito ou ilícito.

E Moro por lá, encantado.

Legitimando um dos palcos mundiais de abrigo para algumas figuras suspeitas e cenário para a coxia da corrupção. Nassif ilustra melhor. 

A imprensa ficou só com a premiação, deixou de lado a razão por quê.

Mas, o que não se faz para ajudar um apertar o botãozinho da vaidade!

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