domingo, 17 de novembro de 2019

Em meio aos Fux e Hardt há recados, e reclamos por provérbios e Shakespeare

Fux e Hardt, um encontro marcado
A juíza está escrachada como a decisão ctrl+c – ctrl-v, magistrada do copia e cola. Há quem no desatino veja seu especial deslumbramento por aquele herói do “fato indeterminado”. Como não cuidou de encontrar o seu preferiu ir no caminho antes percorrido.

Mas não descobriu a pólvora. O copiar e colar aprendeu com Luiz Fux que, quando ministro do STJ e relator no processo que questionava o Título de Capitalização de Sílvio Santos, limitou-se a copiar trechos dos argumentos da defesa como fundamentos de sua decisão. Argumentos que não haviam convencido os juízos de primeiro e segundo graus de São Paulo.

Mas Sua Excelência se deu por convencido diante do fato singular de que alguém comprar por um valor determinado título e receber a metade ao fim de um ano se constituía investimento em título de “capitalização”.

No mais, para lembrar Lênio Streck, fazem parte daquela “gente (de)formada... em Direito”.

Recado I
O Presidente do STF, Ministro Dias Tóffoli, mandou um recado a Lula: você está em nossas mãos; não crie embaraços ou volta para a cadeia. Ou, pelo menos, continuará processado. Ou seja, não anularemos os processos. Outro não pode ser o recado nas entrelinhas daquele o STF não tolerará agressões às instituições.

De nossa parte entendemos que certas verdades – por serem verdades factuais – dispensam ser ditas pela esquerda. E Lula em particular. Não precisa chamar quem quer seja de “canalha” – ainda que verdade – por que cabe à sociedade reconhecer – como em processo de aprendizagem – que o indivíduo é canalha mesmo. Mas quando alguém o diz – se este alguém é visado, estereotipado – pode fazer com que o canalha deixe de sê-lo.

A mídia está aí para isso.

Não bastasse, cabe a Lula não esquecer que tudo o que ora ocorre o foi “Com Supremo, com tudo”.

Recado II
Alguns milhares de sigilos oriundos do COAF em mãos do STF, requisitados pelo ministro Dias Tóffoli. 

Muita gente ouriçada – que certamente tem culpa no cartório. 

De políticos a a empresários. Sem esquecer encastelados no Alvorada.

O recado está dado.

Não sabemos se o fez ou o faz com anuência do militar que o auxilia no gabinete.

Reclamos
Briga de cachorro grande, diz a sabedoria popular quando recomendado não se interferir em assuntos alheios.

O inquilino do Alvorada e seu ministro da educação (com letra minúscula, revisor) puseram em campo os peões para a batalha contra a Globo e seu sistema. 

Não sabemos se contam com bispos, cavalos e rainha para o desiderato.

De parte deste escriba a lição de que no caso sob comento não cabe aplicar a sabedoria popular, mas aperfeiçoá-la: briga de cachorro grande com cachorro doido.

Também da sabedoria popular no provérbio português: “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”. Porque não há como fugir, como lembra Shakespeare em Hamlet: “Ainda que a terra inteira os haja de esconder, os atos vis terão no fim de aparecer”.

Afinal, tem sido tema histórico para filósofos, teólogos, políticos ou qualquer que pense o homem como ser em existência discutir as aparências que nutrem a sociedade fora dos eixos, exigindo – como o pressente Cervantes – buscar os meios para livrá-la dos entuertos.

E disto não escapa esta terra brasilis!
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Pensamento da coluna: Há hora para o triunfalismo, há hora para reflexão. Entre um e outro o amadurecimento com a leitura do instante para que não percamos um e outro.

Um comentário:

  1. Será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer?

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