Em singela
distinção teríamos a utopia como um sonho impossível e o sonho como como algo
possível, materializável através de planejamento, de insistência, de confiança,
de acreditar no que pretende e acredita ser o melhor.
Para muitos
a democracia é uma utopia, existindo apenas no plano formal, porque nunca o
povo, como destinatário da atuação estatal, e assim caminho para a igualdade
(dela tônica), está presente.
As ditaduras, por sua vez, são a negação de qualquer vocação democrática, pois se valem do formal levado à força para negar ao interesse geral o que lhe é devido em tese.
As ditaduras, por sua vez, são a negação de qualquer vocação democrática, pois se valem do formal levado à força para negar ao interesse geral o que lhe é devido em tese.
Na sociedade
brasileira – por suas raízes histórico-formadoras – nunca a democracia foi
ponto de convergência e sim de conveniência. Caso não possamos dominar
plenamente aceita-se o partilhamento até que o possamos.
Os governos destoantes dos projetos da classe hegemônica foram ‘suportados’ até o instante em que afastados seus mentores, onde os golpes foram um dos instrumentos.
Modernamente o processo eleitoral viciado e manipulado foi utilizado com sucesso.
Os governos destoantes dos projetos da classe hegemônica foram ‘suportados’ até o instante em que afastados seus mentores, onde os golpes foram um dos instrumentos.
Modernamente o processo eleitoral viciado e manipulado foi utilizado com sucesso.
Como
profetiza metaforicamente Raul Seixas, em SOS:
“Hoje é
domingo, missa e praia, céu anil
tem sangue no jornal
bandeiras na avenida
zil
Lá por detrás da triste e linda Zona Sul
vai tudo muito bem
Formigas que trafegam sem porquê [...]
E nas
mensagens que nos chegam sem parar
ninguém pode notar
estão muito
ocupados pra pensar.”
O detalhe é
que a busca por discos voadores só se encontra na canção. E poucos, muito
poucos, os que preferem a utopia e lutam contra o sonho.
Afinal, os
ares estão nublados, como no tempo da canção. E a metáfora se faz necessária
para explicar a razão por que temer o sonho.
No mais,
como o título da canção, Save Our Soul.
Imaginar
diversamente soa à inocência.
A repressão de um Estado além fronteiras contra o povo que protesta inspira, como canção de ninar.
A repressão de um Estado além fronteiras contra o povo que protesta inspira, como canção de ninar.
O uso de
soldadinhos de chumbo não lembra o Quebra-nozes, tampouco pensa em Tchaikovsky mas em guerra nada infantil.
Estratégia
Circula na
rede a observação em torno da incrível
capacidade do inquilino do Alvorada e família criarem uma crise a cada novo
dia.
Não percebe
quem assim pensa que nada há para ser cobrado além do prometido.
Como nada foi prometido em obras e investimento/desenvolvimento tudo está conforme.
Como nada foi prometido em obras e investimento/desenvolvimento tudo está conforme.
Em razão
disso nenhum exagero considerar dita atuação como estratégia de (des)governo.
E de crise
em crise – quem sabe? – encontrará apoio para reeditar um AI-5.
Passos – não
tão curtos – a caminho de uma ditadura vem sendo dados não de agora: desde
antes de o inquilino do Alvorada assumir. Apenas ele se tornou o porta-voz
possível de assumir – por sua incompreensão da realidade – tamanha aberração.
Mas tudo
caminha para o desiderato. E não temos nada que justifique temores de governo
contra as instituições. Ao contrário, as instituições é que estão preocupadas
com o governo.
Mas –
dizíamos – tudo caminha a passos largos para a consumação do intento.
Dia desse o ministro Toffoli disse estarem as instituições desconstruídas... Se ele diz isso, portas escancaradas para a aventura. Mesmo porque o que cabe ao STF do Sr. Toffoli não se efetiva.
Dia desse o ministro Toffoli disse estarem as instituições desconstruídas... Se ele diz isso, portas escancaradas para a aventura. Mesmo porque o que cabe ao STF do Sr. Toffoli não se efetiva.
Por fim –
para mantermos a compreensão das coisas que vivemos – “Com Supremo, com tudo”
tudo o que aí está.
Imaginar que o inquilino do Alvorada tem capacidade de organizar o que põe em prática e jogar sobre ele a responsabilidade nada mais é que mais uma infantilidade de quem esquece de reconhecer e combater o sistema que o sustenta.
Imaginar que o inquilino do Alvorada tem capacidade de organizar o que põe em prática e jogar sobre ele a responsabilidade nada mais é que mais uma infantilidade de quem esquece de reconhecer e combater o sistema que o sustenta.
Afinal, a
tragédia não é o inquilino do Alvorada, mas o que e quem o ampara. E o
inquilino mais enfraquecido e acuado fortalece quem o manipula.
Cabe à
Civilização entender o quanto contribui para a barbárie.
E aproveitar para proteger a vida do porteiro.
E aproveitar para proteger a vida do porteiro.
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