A Câmara Municipal de São Paulo instalou uma Comissão da Verdade, que denominou Comissão Vladimir Herzog, para apurar fatos ocorridos no curso da ditadura militar. Relatório a ser divulgado, provavelmente hoje, traduzirá o que teria ocorrido com Juscelino Kubitschek. Bob Fernandes, em seu blog, antecipa que a conclusão é de que JK foi assassinado.
"Há cerca de um mês e meio, a Comissão da Verdade ouviu o depoimento do motorista Josias Nunes de Oliveira, hoje com 69 anos, apontado durante a Ditadura como o responsável pelo acidente que provou a morte do ex-presidente.
Na ocasião do depoimento, Oliveira disse que depois do acidente dois homens ofereceram, na delegacia e na casa dele, dinheiro para que assumisse a culpa pelo acidente de 76.
O motorista dirigia o ônibus Cometa que bateu contra o carro do ex-presidente, matando Kubitschek e o motorista do carro, Geraldo Ribeiro, que na época dirigia o Chevrolet Opala adorado pelo ex-mandatário brasileiro. “Eles foram na minha casa e disseram que se eu não aceitasse o dinheiro e assumisse a culpa, eles bateriam em mim”, declarou aos vereadores Josias Nunes de Oliveira."
O depoimento do motorista é apenas uma das muitas evidências, visto que também há lacunas e vazios em laudos sobre a morte quando confrontados.
Registramos o que está para ser oficialmente anunciado em razão de um outro fato. Desta vez pela ONU e sua chefia para Direitos Humanos. Entende a ONU que a Lei de Anistia brasileira é um "obstáculo para Justiça" e defende sua revisão.
As evidências vão se avolumando. Não mais se sustenta nem o álibi de que havia uma guerra interna - com que tentam os defensores da ditadura - a justificar os assassinatos e desaparecimentos, se tal álibi encontrasse justificativa. Que o digam as mortes de Juscelino, Jango e Lacerda, que nada tinham em si de participantes da luta armada.
Hora de a sociedade levantar a bandeira da imediata revisão da lei que anistiou torturadores e assassinos, excrescência legitimada pelo STF.
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