O senso
Não podemos levar a sério o
editorialismo de algumas redes de televisão. O jornalístico SBT Brasil, por
exemplo, em sua última manifestação nesta quarta 11, misturou alhos com bugalhos
quando iniciou seu editorial em torno da liberação da comercialização da
maconha no Uruguai, durante 1,30min.
Começou tecendo comentários
aos danos causados pela droga à saúde. Depois do anunciado caos que se
instalará, confundiu a fala de José Mujica, afirmando que o presidente dissera
não ter como implantar a lei aprovada (o presidente expressara ter dificuldade
para implantar) e, não satisfeito, enveredou por ilações em torno da falência
do Estado com a seguinte pérola:
“Nós estamos assistindo nessa
primeira quadra do século o total esfacelamento do Estado. Ele abandona a Saúde
nas mãos da medicina privada, a Educação para as escolas particulares, entrega
as estradas para as concessionárias, o pré-sal para as grandes companhias,
vende até o fundo do mar e vai plantar maconha. E agora desiste da luta. Faz do
ser humano objeto de uma experiência. Isso nunca aconteceu. A experiência do ser
humano sempre foi a História... só a História”.
Ficamos sabendo então que o
Uruguai tem pré-sal, privatizou a saúde e a educação, entrega estradas para as
concessionárias etc.
Como tal mais acontece no
Brasil e não no Uruguai somos induzidos à conclusão de que o país descoberto
por Cabral não só “vende até o fundo do mar” como “vai plantar maconha”.
É manipulação e desfaçatez absolutas, falta de compromisso com a informação e claro propósito de confundir o
imaginário do telespectador diante do que acontece em sua terra.
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