A Globo e o futebol
Assistimos a programa esportivo - não precisamos em qual canal, tampouco quem emitiu o comentário - onde foi ventilado o estágio atual do futebol brasileiro diante dos valores pagos a técnicos de renome e a alguns jogadores. A conclusão girou em torno do fato de que não temos como suportar custos destoantes com a realidade, muito menos vinculá-los à qualidade do espetáculo exigido pelo torcedor.
Sob esse condão, o raciocínio conclusivo é de que temos como gerar um futebol de qualidade aproveitando técnicos que estão ingressando no mercado e valorizar - abrindo oportunidades - os jogadores formados nas bases dos clubes.
Em síntese: não suportamos os atuais custos, para sustentar 'marcas'.
A Folha de São Paulo, nesta segunda 2, estampou matéria envolvendo a audiência televisa onde destaca que "A audiência da Globo cai e TV Cultura sobe na faixa nobre", disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/141669-televisao-outro-canal.shtml.
Ainda que mereça destaque o aumento de audiência da TV Cultura (que saiu de 0,9 em 2012 para 1,4 em 2013), não é este o mote que nos interessa para este instante, mas os números que demonstram a queda da Globo no horário noturno (das 18h à meia-noite). Tampouco importa à análise a queda em si, mas os custos que alimentam o denominado "padrão global".
Inegavelmente a TV Globo se destaca pela qualidade técnica, a ponto de haver estabelecido um "padrão" que se confunde com a própria platinada. Estranho é que esteja, no horário observado, com a audiência deslizando em 2013 para uma "média de 23,4 pontos de audiência, ante 24,6 da mesma faixa em 2012", considerando o período compreendido entre 1º de janeiro e 28 de novembro.
Ainda que os números representem superioridade ao somatório da média de outras emissoras (Record 8,0; SBT 6,6; Band 3,5; Rede TV 1,2 e a Cultura 1,4 - leitura centrada em São Paulo) verifica-se um viés de queda, o que fará reduzir, em futuro não tão remoto, a receita da emissora, mormente com o crescimento da procura dos anunciantes por outros espaços publicitários, como o Google, por exemplo, que já é o segundo maior faturamento.
Vemos para a TV Globo a mesma orientação quanto aos custos: reduzi-los, cuidando da prata da casa.
Dispensar despesas no exterior para poucos minutos em novelas, por exemplo, e valorizar o que dispomos. Regionalizar a produção. Bem melhor realçar o "padrão global" em coisas do Brasil.
As lições do futebol bem que podem ser aprendidas, e praticadas, pela Globo. Há semelhanças nas dificuldades de um e outro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário