DE RODAPÉS E DE ACHADOS *
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Caças
Naufragaram os interesses da
indústria estadunidense de vender aviões à Força Aérea Brasileira. Viram a
bisbilhotice do “império” afastá-los da concorrência e os suecos levarem o
negócio.
O mais importante da
negociação reside na transferência de tecnologia, produção de componentes em
território brasileiro e a abertura dos mercados da América do Sul e da África e
onde mais tenha o Brasil penetração comercial.
Ou seja, abrimos um flanco para
a indústria nacional e uma fatia no mercado aeronáutico de defesa.
Muito mais que a simples
reposição de equipamento trata-se de expressiva ocupação de espaço na logística
mundial.
Natal
Para Carlinhos Cachoeira –
condenado a 39 anos de prisão – arrasta-se o processo no exercício do direito a
recursos. Trabalha tranquilamente e mesmo ensaia lançar a atual mulher na
carreira política.
Para Rafael Braga Vieira, continuar
na prisão. O catador e morador de rua foi detido, no dia 20 de junho, com duas
garrafas plásticas – uma com Pinho Sol e outra com cloro. Acusado de portar coquetéis
molotov terminou condenado a cinco anos de reclusão (não era primário).
O único
dentre milhões que protestaram no período. (Sua história integra a edição 200 da
Caros Amigos).
O primeiro sabe de tudo o que
fez. O segundo desconhece o que lhe aconteceu e nem mesma sabia o que ocorria
em volta, pois apenas retornava ao local onde costumava dormir.
Um e outro terão direito aos
mesmos carrilhões natalinos, em tempos de solidariedade cristã.
Caiu no laço I
Sem o perceber o ministro
Joaquim Barbosa caiu no laço armado por aqueles que não dispõem de pernas
próprias para avanços político-eleitorais. Na falta de propostas concretas para
enfrentar a situação a oposição tem se valido de todos os meios para encontrar
um caminho. Encontra apoio – se não conivência – na grande mídia, que há muito
esqueceu seu compromisso com a informação jornalística para assumir plenamente
seus contornos políticos.
A espetacularização alimentada
pela mídia – onde aí o próprio Joaquim Barbosa se tornou conivente (haja vista
até antecipar para jornais decisões que publicaria no dia seguinte) – servia ao
desiderato da construção do personagem heróico que lhe foram atribuindo, de salvador da pátria. Que o ministro
aceitou, caso não tenha provocado.
Tornou-se Joaquim Barbosa a
figura imprescindível aos interesses mais conservadores. Como contraponto ficou
refém dos que o incensaram.
Caiu no laço II
A decisão do ministro, de
respaldar decisão oriunda do Tribunal de Justiça de São Paulo, mantendo a suspensão
dos efeitos de liminar concedida para sustar a cobrança do IPTU em áreas
específicas, alcançadas pelo princípio da afetação da mais-valia, é um exemplo.
Em sua manifestação afirmou
que não podia agir de forma diversa porque não dispunha de informações em torno
do orçamento da capital paulista. Caso fosse essa a razão, não lhe custaria
pedir cópia da peça orçamentária. Afinal, um julgador não pode decidir com base
no que diz desconhecer e poderia conhecer.
Resultado: aliou-se aos
interesses da elite paulistana em detrimento das vantagens que chegariam às
parcelas menos favorecidas da população.
Caiu no laço III
O prefeito Fernando Haddad ao
estabelecer um aumento diferenciado para o IPTU não estava cometendo absurdo.
Apenas cumprindo a lei municipal que autoriza o município a atualizar, através
de ajuste, a planta genérica do IPTU da cidade.
Por dita lei a afetação da
mais-valia deve corresponder à responsabilidade do sujeito da obrigação
tributária, beneficiado por valorização que ultrapassa os limites a serem
alcançados pura e simplesmente por Contribuição de Melhoria.
Como contrapartida, a redução
do IPTU em áreas não alcançadas por iniciativas do poder público que beneficiaram
camadas mais aquinhoadas de contribuinte e o custeio da redução da tarifa de
transporte urbano.
Nesse sentido, nenhuma crítica
a empresários, industriais e ricaços paulistas em defesa de seus interesses
pessoais. A crítica reside a quem cumpre contornar os conflitos, buscando a
promoção de Justiça.
Aí sobrou – no fim – para Joaquim.
Assumiu a postura de defensor de ricos e abonados.
Candidaturas
A informação – que pode ser
uma afirmação – é de Dora Kramer, em sua coluna no Estado de São Paulo:
efetivamente o ministro Joaquim Barbosa tem pretensões político-eleitorais.
(Pretensões político-ideológicas o demonstrou sem constrangimentos desde que
julgou/acusou a AP 470). Assim como a possibilidade cerca a ministra Ellen
Grace, que assinou ficha de filiação no PSDB no início de outubro.
Joaquim – segundo Kramer –
pode não sair candidato a presidente, justamente porque confirmaria – escancaradamente,
dizemos nós – a atuação político-propagandística de seus mais recentes atos no
STF.
Ao que parece, dos partidos
políticos, o PSDB muito se interessaria na candidatura de Joaquim Barbosa. Como
senador pelo Rio de Janeiro.
Não sabemos se interessa à
mídia que o incensou uma candidatura que não seja para presidente. Afinal, não
tira o ilustre nome votos de Dilma Rousseff, tampouco asseguraria um segundo
turno.
Quanto a Gracie, o tempo dirá
em torno do que pretende com a filiação ao PSDB.
Resta esperar pelo futuro. Dos
candidatos! Em razão da escolha entre fazer política no STF, julgando, ou pelas
vias legais, concorrendo a um mandato.
De nossa parte já os temos
como suspeitos em julgamentos que digam respeito a aspectos
político-eleitorais.
Quando a má fé impera I
A chamada do Jornal Nacional
desta terça 17 não perdeu o mote de estabelecer detalhe a ser desmentido pela
matéria: anunciou a privatização da rodovia BR-163 e informa que a concessão o
foi para trinta anos. Ou seja, subliminarmente – portanto, propositadamente –
vai jogando no imaginário do telespectador menos avisado que privatização e concessão são sinônimos.
Na mesma terça anunciou
inverdade, no que diz respeito ao direito de passageiros de avião terem de
volta, integralmente, o custo da passagem paga, em caso de desistência.
Quando a má fé impera II
Criando uma singular semântica
para erro ou manipulação da informação, no caso das passagens, cuidou de pedir
desculpas pela “falta de precisão”, o
que ocorreu na edição desta sexta 20.
No que diz respeito à confusão
que lança no ar para estabelecer privatização e concessão como sinônimos
nenhuma palavra.
Faz o jogo e o discurso dos
partidos de oposição ao governo. Só que ela (a Globo) não é um partido
político.
Ao que parece o padrão global,
no plano jornalístico, vai perdendo espaço para a distorção da
verdade/realidade.
Perdendo espaço na mesma
velocidade com que perde audiência.
Quando a má fé impera III
Como distorce a verdade
factual perde credibilidade até para por no ar um editorial que a defenda das
acusações de sonegação.
Mas, como soaria bem uma
chamada da Globo anunciando que foi instaurado inquérito, na Polícia Federal
para apurar dita sonegação!
Mesmo que dissesse ser
perseguição do Governo.
Que dificuldade!
Quando a economia brasileira
tropeça é alimento do noticiário contra o Governo. A linha editorial de Economia
da Globo não pode ser considerada favorável ao Governo. Suas análises sempre
estão recheadas de um “mas”. Tem dificuldade em explicar sucessos da política economia
– ainda que não seja uma das sete maravilhas do mundo.
Como ocorre com a
análise em torno da redução da concentração de renda no Brasil. Gagueira é a
tônica, como visto em vídeo por nós localizado através do Conversa Afiada http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2013/12/20/a-dificuldade-da-urubologa-para-boas-noticias/
Gesto simbólico
O mandato do presidente
deposto João Goulart foi devolvido simbolicamente pelo Congresso na última
quarta 18. Presentes todas as autoridades da República.
Simbolicamente todos
aplaudiram. Menos os chefes das três Armas. Não sabemos se por respeito ao
golpe que depôs o presidente ou se por artigo presente no código de disciplina
militar.
Distante da mídia
Cai a inadimplência, assim como
o desemprego. Descoberto mais petróleo no pré-sal – agora no Rio Grande do
Norte – e a refinaria Abreu Lima deve entrar em funcionamento em 2015. Em pleno
vapor a indústria naval, lançando plataformas, como a recente P-62. Notícias
alvissareiras.
Difícil é uma análise, na
mídia, que as reconheça como originárias e positivas dentre as políticas do atual
governo.
Lugar comum
O ano caminha para o término.
Mais que suficiente o tempo para avaliações das administrações que iniciaram
suas gestões no 1º de janeiro. Muitas ainda não disseram por que assumiram.
Outras patinam no lugar comum da escassez de recursos.
Quase todas – se não todas –
pautam(ram)-se no mais comum dos lugares comuns: incharam a máquina e as folhas
de pagamento.
Itororó
Quem mais sentiu o desastre do
Atlético Mineiro no Marrocos foi a cidade de Itororó. Lá nasceu Pierre, o
combativo meio campista do galo.
Não pode esquecer, no entanto,
que dificilmente, no curso de uma ou duas décadas, um itororoense chegará tão
longe em nível de conquista e de participação no futebol mundial.
Saudade
Ainda que a sintamos com
coisas muito recentes e sabendo quão difícil será para as gerações últimas
compreendê-la em seu mais profundo significado, brindamos a todos com Francisco
Petrônio e “Baile da Saudade” (Palmeira- Marinozo). Muitos poetas de hoje
desconhecerão muito do que nela se encontra expresso. Em palavras e
sentimentos.
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* Coluna publicada aos domingos no www.otrombone.com.br
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