quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Culpado

Antecipadamente definido
Registramos em trecho na postagem anterior que a concentração do pensamento nacional centrava-se na ‘infalibilidade’ com que a mídia hegemônica também dotava São Paulo de locomotiva do país, tornando tal pensamento em axioma das ciências exatas por ela estabelecido.

A força econômica de São Paulo, às custas do restante do país, é inegável. O percentual de investimentos no curso de um século todo se concentrou na pauliceia, assim que o café deixou de ser a riqueza e Getúlio Vargas começa a implantar o processo de industrialização.

Ainda que nos últimos anos a descentralização dos investimentos industriais tenha se deslocado também para outras regiões em São Paulo não deixou de aportar parcela considerável dos recursos investidos.

Durante a campanha eleitoral aquela mídia hegemônica – que defende os seus interesses e dos que a sustentam – deixou passar ao largo a crise no abastecimento de água que ocorria em São Paulo. Tudo para salvaguardar a reeleição de Geraldo Alckmin e o feudo tucano de duas décadas.

Os anos todos de PSDB governando o estado mais rico da federação mais está para descontrole e incompetência. Além da privatização do sistema de água da região metropolitana, da venda da companhia de energia elétrica – e não incluímos aqui sua contribuição à roubalheira que grassa (e sempre grassou) o país – o governo paulista não cuidou das lições de casa tanto em um como outro caso. Hoje São Paulo vive crise de energia e de água. Por falta de investimentos. Ou seja, de planejamento.

Mas. Alckmin e seu PSDB foram reeleitos. E tem os aplausos da mídia hegemônica.

Passadas as eleições, e logo que reempossado, anuncia Sua Excelência que São Paulo vive estado de ‘restrição hídrica’. É racionamento anunciado, para a grave crise de desabastecimento. O novo presidente da SABESP, Jerson Kelman, já disse com todas as letras: ‘Estamos fechando a torneira porque em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água.'

Não explica Geraldo Alckmin como manterá o PIB paulista (o maior do país), a ponto de sua redução comprometer o nacional. Não terá como dizer o que acontecerá com a atividade econômica do estado que governa, sem água (e energia) para indústria, restaurantes, agricultura, aeroportos, hotéis etc.

A redução do PIB paulista repercutirá em qualquer evolução do PIB brasileiro. Todo o esforço que venha a fazer o Governo Federal para avançar na economia encontrará o efeito negativo do paulista, o maior do Brasil.

No Nordeste de ontem conhecemos por demais ‘restrição hídrica’ pelo nome natural: seca, falta d’água. Quem nos salvou – os nordestinos – quando tal ocorria foram os jumentos e ancorotes.

Mas São Paulo é muito grande para a quantidade de jumentos que precisa. E mais: a indústria de ancorotes não terá como atender à demanda.

Por outro lado, São Paulo não tem rio São Francisco nem governo para planejar (e realizar) uma transposição.

Não há jeito. São Paulo vai parar. E quebrar o Brasil.

Culpa do PT, dirá a mídia hegemônica.


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