domingo, 3 de janeiro de 2016

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Eis o Ano Novo!
Que nossos leitores possam dele dispor com o melhor do que possamos oferecer.

Dispensando festas
No distante 1956 a descoberta de que a Física está mais à gauche quando a paridade se vê conservada em interações nucleares fracas.

Antes da experiência da cientista chinesa Chien-Chiung Wu – trabalhando nos Estados Unidos – que materializou a teoria dos colegas Tsung-Dao Lee e Chen Ning Yang, tinha-se como absoluta ser a natureza simétrica, razão por que o nosso mundo deveria ser idêntico a sua imagem espelhada.

Como observa Jennifer Quellette no Gizmodo, em relação ao experimento: "A ideia era usar os campos magnéticos para orientar os núcleos, fazendo com que todos girassem na mesma direção, e, em seguida, contar quantos elétrons foram emitidos para cima e para baixo, depois do decaimento dos núcleos. Se a paridade fosse conservada, deveria haver números iguais.

Para surpresa de todos, não havia números iguais de partículas beta emitidas em ambas as direções. A natureza, ao que parece, é “uma canhota semi-ambidestra“, mostrando uma ligeira preferência para a esquerda."
O destaque singular decorre do fato de Madame Wu (como chamada) haver dispensado a viagem com o marido no Queen Elizabeth na virada do ano de 1955 para 1956 (viajou sozinho) para empenhar-se no experimento que veio a dar o Nobel para Lee e Yang.

Quem diria!
A China tende a superar – além do PIB – a bilheteria cinematográfica estadunidense por volta de 2017.

Tempo houve que a indústria cinematográfica dos Estados Unidos – atendendo ao Departamento de Estado – tinha chineses e japoneses como os bandidos por excelência a serem combatidos por mocinhos e heróis (estadunidenses, of course) em defesa do 'mundo livre'.

A China já caminha para fazer com que a indústria roliudiana trate ‘melhor’ a imagem de chineses. E como anda comprando tudo não tardará adquirir Hollywood.

A diversidade cultural – antes negada por força de uma política de Estado, pelo Departamento de Estado, como propaganda e sedimentação no imaginário de estereótipos que elevavam o país a ser o mentor da liberdade no mundo – será imposta pelas circunstâncias.

Modelo
O atual modelo de ocupação de terras agricultáveis versus produção de alimentos para a população deixa a desejar.

Dados apurados no censo rural do IBGE, traduzidos no gráfico, apontam as distorções, abaixo analisadas:

A maior parte da produção para alimentação do povo brasileiro (70%) e emprego dos trabalhadores está na agricultura familiar, mesmo dispondo de menos crédito e terras.

A agricultura de extensão (o agronegócio), por seu lado, concentra terras, recebe mais créditos e produz apenas 30% do que é consumido pela população, já que o restante da produção, em sua maioria commodities, é exportado.

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Mais Médicos
Cynara Menezes – que andou palestrando, ao lado de Fausto Wolf, há alguns anos nesta Itabuna – destaca em seu blog o que configura o Mais Médicos no presente instante. E não são somente as grosserias com que foram tratados médicos cubanos por colegas brasileiros.

Chamou-nos a atenção o fato de que o Programa já conta com 18.240 profissionais. Outro dado: em 2014 “95% das 4.146 vagas foram ocupadas por médicos brasileiros”. Mais outro: o redirecionamento da política de criação e instalação de novos Cursos de Medicina voltado para priorizar a Saúde da Família: A meta é criar, até 2018, 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil de residência médica, em áreas prioritárias para o SUS. Os municípios onde serão instalados os novos cursos de medicina foram escolhidos de acordo com a necessidade social, ou seja, lugares com carência de médicos.

Leia mais Cynara Menezes  

Enxergando
Os números ainda não foram apresentados em sua totalidade. Mas – o que a realidade demonstrou – as vendas no comércio estiveram próximas das de 2014. 

O mundo não acabou. 

Basta o percentual de ocupação em hotéis e voos, já que houve aumento significativo na procura de passagens de avião e os hotéis das cidades turísticas ficaram locados. Incluindo o Rio de Janeiro onde – mais uma vez – se destacou aquele mar humano inundando praias.

Mais próximo da razão a verve de Bessinha.


Síndrome de Estocolmo
A presidente Dilma Roussef – em velado agradecimento (assim pensamos) – brindou a Folha de São Paulo com um artigo na seção Opinião

De tanto apanhar no jornal dos Frias – naquela de dar a outra face – nele publicou artigo.

O parceiro Lula há algum tempo dá entrevistas a blogs.

Lembrando ‘seu’ Quequé
Para O Globo o pré-sal é uma inutilidade, tão altos os custos de exploração. “Não seria econômico produzir no pré-sal”, diz em editorial o panfleto dos Marinho. 

Esquecendo – por conveniência – que os custos no pré-sal ‘elevam’ o preço do barril a US$ 9 contra 15 das petroleiras estrangeiras. O que viabiliza a exploração, ainda que o barril esteja cotado em torno de 37 dólares.

Lembraríamos – para não perder o mote – diante de tantos que desejam nele investir (a ponto de José Serra ensaiar sua entrega às petroleiras estrangeiras) da quadrinha que marca ‘seu’ Quequé, da Pensão Riso da Noite, de José Condé:

"As mulheres me criminam,
Por eu ser muito pidão:
Eu peço porque careço,
E elas... por que me dão?"

Aqui parodiado:

Muitos me criminam
Por eu ser muito durão
Eu nego porque é meu
O que eles não querem não

Veto
Não faltará quem veja no veto da presidente Dilma ao aumento de 16% nos valores do Bolsa Família como um chega pra lá nos beneficiados.

Esquecem que os valores orçamentários a ele destinados são fixos. Qualquer aumento no benefício – individualmente – requer redução de beneficiados.

O que pretendia quem aprovou a emenda – nada mais, nada menos – era simplesmente política eleitoral, jogando os que seriam afastados contra o Governo.

Descendo degraus
Deixando a liturgia do poder Dilma Rousseff esqueceu-se de que é a Presidente da República e recentemente discursou como candidata ao afirmar que a oposição está a “... perder eleições sistematicamente”.

Desceu degraus para falar com os de baixo, por ela criticados.

Para superar a infeliz expressão poderia exonerar o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Ficaria bem no placar.

Querendo subir
Fernando Henrique Cardoso escrevendo sobre o instante político cheira a bolor no imediato do golpe civil/militar de 1964, como exposto no Estadão:

"Há sinais de esperança. Comecemos 2016 com animo, imaginando que pelo melhor meio disponivel (renuncia, retomada da liderança presidencial em novas bases (sic), ou, sendo inevitável, impeachment ou nulidade (sic) das eleiçoes) encontremos os caminhos da convergencia (sic) nacional"...

Caso não se perceba o clamor por um golpe no texto de FHC caminha-se para alienação total.

Como diz Gilberto Bercovici: "Venha de onde for, seja do Legislativo, de tribunal, palácio ou quartel, e atribua-se o nome que for, a natureza das coisas não muda: golpe é golpe".

Mas, para aclarar a memória trazemos alguns 'recuerdos' da passagem de FHC pelo governo, não esquecendo a sua confissão recente (em livro) de que sabia que a Petrobras era "um escândalo" e que nada fez para não prejudicar a votação da emenda da reeleição e aquele apagãozinho em 2001/2002.
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Assim mata a moça!
Para quem já previu – inúmeras vezes – um apagão no governo Dilma (nos moldes daquele no governo FHC), anunciar investimentos em infraestrutura pode enfartar Míriam Leitão.

Eis o Ano Novo!
Aproveitamos o texto de André Araújo, O mito da estabilidade monetária, para trazer o cerne da crise brasileira para o debate. Para tanto, também disponibilizamos vídeos de apresentações de Maria Lúcia Fattorelli Carneiro,Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida.

Cabe registrar que a auditoria da dívida é disposição inserida na Constituição Federal, nunca efetivada.

Países que o fizeram encontraram absurdos. Recentemente o Peru auditou a sua dívida, em bases jurídicas, materializando uma redução de 70%, que se constituía excesso e penalizava as contas públicas sem contrapartida alguma.

É o que ocorre com a dívida brasileira. Tanto que o país em recessão e o sistema financeiro/bancário dando risadas diante do aumento dos ganhos.

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