domingo, 13 de janeiro de 2019

Fugindo ao masoquismo

Também têm seu pirão
Imaginava a plebe ignara que os supersalários que agridem os do andar de baixo estavam no âmbito do Judiciário, Ministério Público e quejandos. 

Descobre-se que dirigente do Banco do Brasil chega a 56 mil, amigo do presidente na Petrobras a 50 mil.

De logo não nos imaginemos clarissa descalça e inocente para não sabermos que tais cargos sempre existiram e foram preenchidos em outros governos.

Mas o que ninguém imaginava é que entre os militares houvesse regalias preferenciais. 

Boa pesquisa para quem questiona a despesa pública com pessoal aquele número superior a 110 mil de filhas pensionistas de militares.

Com o leitor a matéria da Pública 


Foi assim há 58 anos
Os Estados Unidos, que apoiaram Fidel Castro para derrubar Fulgêncio Batista exigiram tanto que o jogaram no colo de uma aliança com a Rússia.

Estão fazendo o mesmo com a Venezuela.

Os 10 dias que abalaram
Clássico para quem pretenda estudar a Revolução Russa de 1977, Os Dez Dias que Abalaram o Mundo, de John Reed.

Não tardará o registro em livro dos 10 dias que atordoaram o Brasil.

Outros tempos
O prefeito Geraldo Simões, de Itabuna, em sua primeira gestão (1993-1996), comeu o pão que o Diabo amassou no final do governo, sob o tridente do Tribunal de Justiça da Bahia, que bloqueava tudo que chegasse às contas municipais. Tanto que o prefeito não teve como pagar cinco meses de salários no final de sua gestão.

Em Salvador Antônio Imbassahy herdou milhões de reais bloqueados pelo mesmo TJBA na gestão de Lídice da Mata.

ACM comandava com mão de ferro e ditava os despachos e decisões do TJBA quando em jogo interesses políticos.

O Ministro Dias Tóffoly liberou mais de 400 milhões bloqueados pela Justiça Mineira do governo Pimental. Podia tê-lo feito quando Pimentel ainda no poder. Mas esperou a saída e na primeira semana da nova gestão engordou as contas do novo governo.

Detalhe: ACM tratava a pão e água os adversários. Pimental, o sacrificado, era governador do PT, partido que guindou Tóffoly ao STF.

Como o macaco Sócrates: não precisa explicar, só quero entender!

Costeando o alambrado
Ciro Gomes – que não perde chance para reafirmar-se como um destemperado – em entrevista a Florestan Fernandes desancou o PT, Lula e quejandos. 

Os adjetivos utilizados não correspondem à grandeza do que esperamos de Ciro. Mas, Ciro é Ciro – podemos afirmar.

Há quem imagine estar assumindo um posicionamento para ocupar espaços mais à direita, desancando a esquerda.

Destas bandas provinciais ficamos com outra vertente, mais próxima da sabedoria de Leonel Brizola: está costeando o alambrado.

Inovando
Como alguém já veiculou – verdade pura que ainda foi plenamente percebida – estamos revolucionando em torno dos elementos conceituais de subserviência. 

Antes se dizia que o país subserviente era o quintal do outro.

A inovação aprofunda (gera rima apropriada) e lança a “‘privada’ do outro”.

Quanto à rima...

Verdade escondida
Sem interesse algum de que seja divulgada a verdade fica longe da sabença do povo. A partir do Brasil 247

Afinal, quem votou?
As pesquisas divulgadas recentemente em torno de temas que se tornaram mais que atuais demonstram um paradoxo diante do resultado eleitoral: percentuais acima de 60% rejeitam as políticas anunciadas pelo governo eleito. 

Considerando que – em princípio – o eleitor vota naquilo que espera ver realizado pelo eleito estranha que tal maioria contrária ocorra.

Claro que parcela dela está encrustada nos votos contrários ao eleito, que alcançaram em torno de 44%. 

Mas a diferença sinaliza que muita gente que votou para eleger o capitão ou foi enganado ou não sabia em quem votava. 

Para fugir ao masoquismo
Pensava este escriba analisar política e economicamente o novo (?) governo, como o fizera com os que o antecederam.

Estamos desistindo de escrever sobre o que não existe em nível de equilíbrio. Em torno dele não há mais o que dizer, porque natimorto como se propunha ser.

Mas não está só. As mesmas forças que asseguraram a sua eleição permanecem coesas.

O Brasil tornou-se aliado escancarado de projetos intervencionistas, quebrando a tradição de não-intervenção que sempre norteou a diplomacia pátria. 

Estamos caminhando para uma guerra, começando por ataque a Venezuela.

Inimaginável em qualquer tempo passado, à exceção da Guerra do Paraguai, quando o Brasil atendeu plenamente às pretensões da Inglaterra contra o Povo Guarany de Solano López, que com aquele concorria na produção naval e bélica sem participação dos então “donos do mundo”.

Não sabemos se até julho – data apocalíptica, certamente – não estaremos em guerra com a Venezuela.

Todo o projeto posto em andamento não é daqui, gente poderosa por trás de tudo.

Não à toa o Presidente do STF acaba de liberar a privatização da Petrobras “nos moldes requeridos”.

Este mesmo STF que mantém, e manterá, Lula encarcerado, porque inconveniente. 

Está tudo dominado.

Nós outros estamos malhando em ferro frio.

Não seremos nós, esperneando neste espaço, a solução.

Registrar o governo é trabalho para humorismo.

Na dimensão hilária continuaremos anotando para a enciclopédia com espaço para tanta besteira.

Não mais gastaremos tinta para falar do óbvio e citar quem não merece ser citado.

Por fim, não custa tomar consciência das coisas e fugir do masoquismo.

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