quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Necrológio



Paz ao cubo 
                   Para Fabiano Zuky
                                 I
Há quem se vá da vida como pluma
porque enquanto mais se afasta
nos chama a atenção, e flutua leve
e solta, liberta de amarras e dimensões

que acorrentam. Delas o exemplo
se nos fica da doçura e do sentimento
de viver como crianças, quando expressam
o quanto cativaram a tantas. Estes os anjos

que brincaram como as crianças, iguais
a elas, embaladas pelo coro angelical
que delas brota quando se encontram,
numa cantiga de roda que se multiplica

no som perene que se expande a caminho
do arco-íris como fundo na paisagem

                              II
Temos amigos que se foram assim
mas diante de nós ainda planam
como plumas em busca do arco-íris
como fundo da eterna paisagem

Num dia triste para nós se bastaram
deste existir efêmero, e, levados pela brisa,
partiram para alegrar o céu no infinito 
e ensinar a fazer do azul a cor de todos nós

Suas crianças, que ainda cantam roda,
se abraçam em milhões de abraços
ao cubo, levando uma ode à paz a caminho
do arco-íris como fundo na paisagem

Porque o azul, as crianças e o arco-íris
existem tão somente por causa delas


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