segunda-feira, 11 de junho de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADO- Dia10 de junho

Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  
Adylson Machado

                                                                              

Duvidando

aleluiaDeu-nos certa euforia o anúncio de regulamentação, pelo Ministério das Telecomunicações, do Decreto 52.795/63 (Regulamento da Radiodifusão). Os “programas de aluguel” estariam afastados da grade de emissoras de rádio e de televisão. Um apoio mais à possibilidade de informação que à alienação.
A farra de arrendamentos na radiodifusão iria por água abaixo. De programas encomendados por grupos religiosos – do protestantismo ao catolicismo – passando por sindicatos, televendas etc.
Aí é que a porca torce o rabo. A idéia pode ser demais para nossa utopia.

Extinção dos mortos-vivos

Em vigor desde quarta 6 a Lei 12.662/2012, que institui a Declaração de Nascido Vivo. Os direitos e garantias de cidadania estão, a partir dela, assegurados a todos os que portem uma “declaração” assinada por médico ou parteira. O que antes somente ocorria depois de levado ao Registro de Nascimentos.  
Como direito à escola, à saúde etc. passam a ser assegurados desde o imediato nascer com vida, o portador da Declaração se verá afastado da burocracia anterior que faz(ia) com que, segundo dados do IBGE, 6,6% da população brasileira não tenha registro de nascimento.

Como sempre

DEM e PSDB pretendem ver aplicada contra Lula e Haddad a legislação que pune propaganda antecipada em rádio e televisão, a partir da presença de ambos no Programa do Ratinho.
José Serra no Bóris Casoy (em março) pode.

Mudando de lado

Não faz tanto tempo – nem mesmo um ano – o PSDB e o DEM protocolaram na Procuradoria Geral da República pedido de investigação contra o Ministério dos Transportes, onde o ministro Alfredo Nascimento e Valdemar da Costa Neto eram os alvos imediatos da investigação por corrupção.
Neste 2012 selaram acordo em São Paulo o PSDB e o PR. Testemunhado por Alfredo Nascimento.
Certamente a imoralidade do PR só ocorria quando Nascimento era Ministro dos Transportes. 

Pedindo audiência

Se Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do DNIT, for levado a CPMI do Cachoeira confirmará o caixa 2 de Serra. A partir do rodoanel, superfaturado em 8%. O arquivo vivo já se colocou à disposição.
Para a turma de sempre é melhor focar no caixa 2 do PT, apelidado de mensalão.

Cego em tiroteio

desmentidosGilmar Mendes atirou para todos os lados. Coisa de cego em tiroteio. Tentou envolver até o STF como instituição, como parte de seu universo de picuinhas. Não porque não visse onde atirar, mas por não dispor de alvo fixo. Foi aventurando. Deu certo apenas para a grande imprensa, capitaneada pela Veja. Como sempre. Até agora!

Fanfarrão Minésio

carta capitalPara os que leram Cartas Chilenas, obra de Tomás Antônio Gonzaga (pelos estudos de Rodrigues Lapa em livro de igual nome), não há exagero algum em assim nominar o ministro Gilmar Mendes por suas diatribes às instituições da República como o fizera Gonzaga com o governador de Minas, Luís da Cunha Menezes: Fanfarrão Minésio.
E não tardarão a encontrar no nosso “fanfarrão” elementos que o identifiquem com Mendonça Furtado, da Bahia, objeto de especial atenção para a ironia de Gregório de Mattos Guerra.
Do intervir em política provinciana para beneficiar familiares a conceder habeas corpus suprimindo instâncias, passando por ser controlador de empresa de ensino que ministra cursos para o Governo, o ilustre par tende a ingressar no universo dos que integram o singular SIAF/CADIN, caso venha a ser alcançado pelas garras do leão.
A inspiração para o texto nos vem da capa da Carta Capital desta semana.

Pressão

Nenhum sobressalto com o julgamento do caixa 2 petista (o do PSDB ainda não foi designado) a partir de agosto. Aguardado o voto do revisor, Ministro Ricardo Lewandowski, prometido para junho, os juízes da alta Corte deram agora de prometer o que lhes cumpre por dever fazer.
Fica-nos uma conclusão: o Supremo Tribunal Federal trabalha sob pressão.
Isso não condiz com a dimensão da instituição. Que já anda trilhando por águas turvas, quando membros da Casa fazem-na confundir com vida pessoal.

Unilateralismo

Assim vemos os fatos: caixa 2 só o do PT; do PSDB de Azeredo, Serra e Alckmin, não. Muito menos do DEM de Arruda e Agripino Maia.

Inexplicável

Assim vê Sua Excelência a greve dos professores da rede estadual. Tanto que se diz triste, decepcionado e indignado.
Não entramos no mérito da oportunidade, legitimidade ou mesmo juridicidade da greve. Sobre esse particular já registramos nosso pensamento.
Para um ex-sindicalista, atuando na chefia do Poder Executivo da Bahia, fica difícil explicar as razões por que não consegue administrar o movimento, que gera para seu governo o recorde de superar os 60 dias de paralisação.
O impasse se aprofunda por pura e absoluta incompetência na condução do processo. Quando Jacques Wagner demonstra perder o controle da situação sinaliza que dela somente sairá exercendo a força do poder... ou da propaganda.
Isso é que é inexplicável!

Serviço sujo

O deputado baiano Amauri Teixeira (PT) recomenda abertura de processo disciplinar contra o colega Protógenes Queiroz (PCdoB-SP).
Temos que pode haver relação com os pedidos de CPI requeridos por Protógenes: o do Cachoeira e o da Privataria Tucana. No da “privataria” há o risco de retomar a CPI do Banestado, aquela que o PSDB afogou, com ajuda do PT.
No caso da CPMI do Cachoeira... pode conter outra arrumação PSDB-PT. No primeiro momento, afastar o tucanato de envolvimento com a DELTA. No segundo, o próprio PT.
Registre-se que nem todos os deputados petistas concordam com a posição de Amauri Teixeira.

UFESBA

O curso de Medicina da Universidade Federal do Sul da Bahia, que terá sede em Itabuna, oferecerá 80 vagas. Salutar a instalação de um curso de Medicina na Região, que atualmente conta apenas com o da UESC.
Informa o Pimenta na Muqueca que o Medicina da UFESBA será implantado no campus de Teixeira de Freitas. Derrota para Itabuna.
Com a palavra o deputado federal Geraldo Simões para explicar como deixou perder o que estava definido para Itabuna, em razão da “sensibilidade” de Aloísio Mercadante para com Teixeira de Freitas.

CEPLAC d.M.

convitePode incomodar a alguns – e mesmo algumas... ONGs – mas a CEPLAC terá espaço na Rio + 20 durante todo o dia 19 de junho, o “Dia da CEPLAC”, dentro da programação do Ministério da Agricultura. Apresentará o seu Projeto Barro Preto, de sustentabilidade para a Mata Atlântica em sadia convivência com o cacau.
Os do contra dirão que não falará na Conferência. Confundem a reunião de Chefes de Estado, no Riocentro, com os painéis técnicos.
O tempo dirá sobre o boicote que sofreu.

Aliança natural

PSDB e DEM andam de mãos dadas Brasil a fora. Em Itabuna o PSDB ensaia abandonar o parceiro de infortúnios eleitorais para embarcar na candidatura do PCdoB.
Coisas de humores da política. Ou de políticos. Não custa pagar para ver.

Notáveis

O PSDB itabunense nos parece um partido de notáveis. Homens dignos ocupam o centro de suas discussões.
Andam falando em expulsar Adervan.
Por ter botado o carro adiante dos bois.

Freud

Caminhada contra corrupção em São Paulo levou quatro ou cinco centenas à Avenida Paulista. Protesto de sindicalistas em defesa do Meio Ambiente na Cinquentenário, em Itabuna, não deu para atender a fotografia.
Parada gay... milhares de simpatizantes.
Freud explica(?).

Conheceu Mengele

Morto na segunda 4 o empresário Geovane Maltese. Descendente de italianos. Viveu dias na Europa (França, Itália, Espanha) e em Morro do Chapéu antes de chegar a Itabuna.
Sua família viveu no Paraná, onde seu pai cultivava o hábito de servir lautas refeições aos domingos, que duravam o dia. Nelas muitos amigos e amigos de conhecidos. Um deles, Josef Mengele, só reconhecido por Geovane através da identificação pela imprensa, depois de morto em Bertioga.
A família não sabia que servia um procurado internacionalmente.

E Major Serpa se foi

Neste espaço chegamos mesmo a anunciar que o Major Serpa seria o vice de Juçara. Tudo decidido em Luzimares. A promoção do Major Serpa para assumir o comando do 19º Batalhão em Jequié vai jogando uma pá de cal na pretensão do PTdoG de tê-lo ao lado de Juçara.
E mais, dizem as más línguas, que o Major somente aceitaria a “missão” se tivesse possibilidade de vitória, o que dá a entender não acreditar na candidatura petista.

Afunilando

Resta a GS buscar Acácia Pinho para vice de Juçara. Que recusou em 2008 assumir o apoio de Capitão Fábio ao PTdoG. Ou, quem sabe, o PCdoB! Ou mesmo o PSDB, com Adervan, ora desgarrado do DEM.
No desespero tudo é possível. Até mesmo alguém do PR de César Borges, para mostrar que “água e óleo” se misturam.

Além da queda, coice

Com o sinal de alerta partindo para o grau máximo – como ponderado em “Viola em cacos” no adylsonmachado.blogspot.com de sexta 8 – GS esgotará as fichas para reverter a situação eleitoral, que se afigura pouco razoável neste imediato.

Em Itororó

mautner itororóNelson Jacobina Rocha Pires morreu no 31 de maio. O que poucos sabem é que o mais tradicional parceiro de Jorge Mautner andou por Itororó, mais precisamente em 1994, quando Mautner esteve na terrinha para lançar suas obras, o que já fizera em Salvador e Itabuna.
A salão da Câmara Municipal ficou pequeno para ver Mautner. Jacobina, o arranjador e instrumentista que o acompanhava, ao lado. Estiveram na Cabana da Ponte. Nenhum deles imaginaria que na década seguinte Marcos Palmeira estaria casado com Amora, a filha de Mautner.
Testemunhas da passagem de Jorge Mautner e Nelson Jacobina por Itororó: Luizinho “da Guabi” e Paulo Campos, que levou todo o seu acervo de Mautner (em vinil) para ser autografado.

Ainda há tempo

A decoração do Festsol, a referência junino-itororoense, está em andamento. Mãos conduzindo com esmero o trabalho de fazer o simples, quando a tônica destes tempos é a sofisticação alheia à tradição.
Nestes últimos anos o Festsol tem primado pela simplicidade vinculada à memória. Mais tradição e menos produção.
No afã da ornamentação que a municipalidade não esqueça de recuperar as placas de sinalização de trânsito.

“Olê muié rendêra”

O clássico imortalizado por Vanja Orico como tema de “O Cangaceiro” (1953), de Lima Barreto, em versão de Zé do Norte (há outra, de Volta Seca), com adaptação de Hervé Cordovil para o Demônios da Garoa, que nele interpreta e fez coro para Vanja no filme, gravação de 1953.
Também de Lima Barreto o roteiro do filme, que teve diálogos criados por Rachel de Queiroz (que residiu em Itabuna, fato que poucos sabem).
A turma do “Demônios da Garoa” conheceu Adoniram Barbosa atuando no filme, iniciando a parceria famosa.



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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

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