segunda-feira, 18 de junho de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADOS-Dia 17 de junho

AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  
Adylson Machado

                                                                              

A vida real

NA TVNo imediato do noticiário a morte de um empresário, pela própria esposa, também autora do esquartejamento da vítima, passa a ocupar o espaço dos que vivem do (e para) sensacionalismo e da miséria humana.
Neste tear a charge de Alpino torna-se preciosa e ilustrada na realidade.

Esquitossomose

vacinaA Fiocruz desenvolveu, através da pesquisadora Mírian Tendler, durante trinta anos, agora à disposição do mercado, vacina contra a esquistossomose. 200 milhões são afetados no mundo. No Brasil, onde é endêmica, 2,5 milhões.
Josué de Castro (Geopolítica da Fome, Geografia da Fome) a tinha, ao lado da tuberculose e da desnutrição, como doença causada pela miséria e má distribuição da riqueza.

Justiça

O STJ negou habeas corpus a uma paciente acusada de roubar um celular de uma amiga. É o que dá furtar ninharia: o dinheiro apurado não alcança os 15 milhões suficientes a um bom advogado. Entenda-se como “bom advogado” não só o que domine o universo da processualística, mas fundamentalmente o da “orelhística”.
De nossa parte não desejamos, tampouco pretendemos, que quem furte um celular não seja alcançado pelas duras penas da lei. Mas que todos o sejam. Independentemente do advogado que postule.

Baianada

Dia desses o deputado baiano Amauri Teixeira (PT) recomendou abertura de procedimento na comissão de Ética da Câmara contra Protógenes Queiroz, a partir de duvidosos indícios. Outro baiano entra no rol do que não desejaríamos ver: o Ministro Tourinho Neto considera ilegais os grampos da Operação Monte Carlo. Salva o Carlinhos Cachoeira.
Baianada é termo que traduz, ainda que preconceituosamente, coisa boba, malfeita, burra. Mas, muito bem alimentado por Amauri e Tourinho.
Dá uma vontade de mudar de Estado!

A Justiça tarda...

Como aguardado, Cachoeira foi beneficiado por habeas corpus. Subscrito por Tourinho Neto. Não fora estar preso também em decorrência de outra operação policial (a Saint-Michel) estaria na rua.
Também o contador de Cachoeira, Lenine Araújo de Souza, beneficiado por Tourinho Neto.
A Justiça tarda, mas não falha... para os ricos.

Oportunidade

A Controladoria-Geral da União declara a Delta inidônia para contratar com o poder público federal. Mais detalhes em http://www.cgu.gov.br/Imprensa/Noticias/2012/noticia08412.asp.
Poderia aproveitar e também fazê-lo em relação a CPMI do Cachoeira, onde ou se entra calado e sai mudo ou nada se viu ou se sabe.

Imagem arranhada

Ao se deixar submeter à pressão da mídia para julgar o denominado mensalão, e fazê-lo em período eleitoral, sacrificado fica o STF como instituição. Diante de três processos sob o mesmo tema – o do PSDB mineiro, o do DEM de Brasília e o do PT – em vez de julgá-los todos optou pelo do PT.
É que a imprensa só pressionou pelo do PT.

Como São Tomé

O Diário Oficial da União da segunda 11 publicou decreto regulamentando o programa “Um computador por aluno”.
Aguardemos sua efetivação.

Fernando Collor

Gostem ou não do ex-presidente, tem atuação na CPMI do Cachoeira, no particular de enfrentar o Procurador Gurgel e a revista Veja, pautada no equilíbrio e argumentação inquestionáveis.

RIO + 20

O Ministério da Agricultura leva a RIO + 20 uma série de sugestões, apresentadas como premissas contributivas para o planeta. Dentre elas, a da CEPLAC. Para detalhes particulares à CEPLAC e mesmo em torno das demais premissas acesse http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Home%20Page/Rio+20/Principais%Premissas.pdf

Assédio moral

Palestrou esta semana, em evento promovido pelo Ministério Público do Trabalho de Itabuna, o professor e procurador Pedro Lino de Carvalho Júnior, abordando o tema “assédio moral” no âmbito das relações de trabalho.
Uma lição para os que o ouviram no auditório da FTC.

Assédio imoral

Matéria de Rita Siza para o jornal O Público, de Portugal (acessado em http://www.tribunadaimprensa.com.br/) traduz o número de suicídios de soldados americanos no Afeganistão em 2012, que supera o de mortes “naturais” (em combate). Nos primeiros 155 dias de 2012 morreram em combate 139 ante 154 suicídios.
A situação preocupa o Departamento de Defesa, a ponto de o próprio Secretário Leon Panetta, seu titular, alertar aos superiores de que “o suicídio de militares é um dos problemas mais complexos e urgentes”.
Estudos do Pentágono atribuem ao destacamento sucessivo no teatro da guerra a probabilidade de desenvolverem os soldados o denominado stress pós-traumático.
Lembrando de Dr. Pedro Lino, e ainda que não haja uma relação de trabalho, na definição específica, a onda de suicídios nos permite levantar a hipótese de que a depressão que os leva ao suicídio é fruto de típico “assédio (i)moral”, pelo constrangimento de fazer o que não deseja ou não quer.
Ou mesmo ser contra o que faz.

Daniel Thame

Produziu belo e pedagógico texto: “Parece ficção, mas é dolorosamente real”. Dizemo-lo pedagógico porque bem deveria ser utilizado em salas de aula.

Ramiro

Através do “Aquino na Squina” (Diário Bahia) tomamos conhecimento do lançamento do livro “Napoleão Libório Arraes – uma breve biografia”, da lavra de Cláudio Arraes.
Gostaríamos de nos debruçar sobre o texto para um reencontro com Napoleão, que conhecemos enquanto Secretário na primeira gestão de Geraldo Simões, ao tempo em que exercíamos a Procuradoria-Geral do Município.
Napoleão também exerceu cargos no Governo do Estado e era grande amigo de Waldir Pires.

Acinte

A revista “Bahia – terra de todos nós”, com 134 páginas, editada pela Secretaria de Comunicação do Governo do Estado, com tiragem de 150.000 exemplares, em material de excelente qualidade, está mais para um tapa na cara dos baianos. Material de propaganda do governo Jacques Wagner extrapola os limites da publicidade governamental, oferecendo ao leitor a ideia de um paraíso na Bahia. O Estado parece tomado de imediato por um canteiro de obras a caminho da redenção.
Investimentos privados aparecem insinuados como realidade pública, em verdadeiro estelionato propagandístico. Obras ainda não licenciadas (Porto Sul), definidas apenas em nível de projeto arquitetônico (Ponte Salvador-Itaparica) ou em fase de elaboração de edital (Linha 2 do Metro de Salvador) são vendidas como realizações. Até Universidades Federais e Institutos Federais de Educação aparecem no contexto das “realizações”.
Corta a alma ver a propaganda de combate a seca, fazendo publicidade de cisternas, quando a seca assola o semi-árido e ditas cisternas não suportaram a demanda decorrente da estiagem prolongada. É brincar com a tragédia sertaneja.
E para encerrar, ficamos sabendo que o Governo da Bahia economizou 743 milhões de reais entre 2007 e 2011. Saravá!
Acinte II
No mesmo nível, a publicidade/convocação do Governo, na televisão, sobre a remuneração dos professores e os “ganhos reais” de 22% a 26% para a categoria.

Escândalo

A Bahia já foi o maior produtor de Jumento Pêga e centro de referência para a raça. Hoje, como produtor, perdeu para Minas Gerais; e como centro de referência está às moscas.
Em Feira de Santana estava instalado o maior centro de pesquisa para o Pêga, o cavalo Campolina e o gado Guzerá, na Fazenda Mocó, centenário espaço, reconhecido nacional e internacionalmente.
Há mais ou menos três anos a fazenda Mocó foi invadida e apesar de alertado diretamente – através de assessor, porque se recusou a receber os produtores denunciantes quando informado do que se tratava – o governador Jacques Wagner nada fez e o tradicional centro de pesquisa está inteiramente depredado e seu material de pesquisa perdido.
Não sabemos se a criminosa omissão do Governo da Bahia ocorre em razão da incompetência ou da relação com os “amigos” do movimento social invasor.
Talvez por isso a “Fazenda Mocó” não tenha sido referência nas páginas da revista “Bahia – terra de todos nós”.

A frente

Aproxima-se o instante das definições. A denominada frente partidária que envolve PDT, PCdoB, PRB, PV e PSC vai caminhando para a realidade: cremos que não ultrapassará junho unida.

O que interessa I

Comentam – caso o comando estadual do PSDB intervenha na direção local para afinar uma aliança com o DEM – que o partido iria vazio de integrantes.
Não neguemos a existência de integrantes no PSDB. O que falta é mostrar a densidade eleitoral da turma.
No fundo, mais interessará a Azevedo o tempo do partido do que o “peso” dos notáveis.

O que interessa II

Na mesma esteira o PTdoG com o PSD local. Que nem sabíamos existir.

Ilusão

Ilude-se o candidato que imagina situar-se melhor no imaginário do eleitor diante da circunstância de integrar partido da base do Governo Federal. Alguns elevam aos píncaros a importância de ser do “partido de Lula e de Dilma”.
O eleitor há muito não se deixa embalar nessa “virtude”. Por uma razão elementar: sabe que, cá no andar de baixo – no município –, seja o prefeito adversário ou não da presidente, não deixará de ser alcançado pelas políticas sociais, que são universais, não partidárias

Discurso à deriva

O PTdoG, caso utilize o discurso de que é do “partido da Presidente da República” falará no vazio. Para o eleitor, observando à sua volta, os recursos transferidos pelo Governo Federal afirmarão que qualquer administrador municipal em Itabuna, inclusive Azevedo, do DEM, recebe recursos, desde que tenha projetos.

PT e alianças

Afirmam que o PP negará apoio ao PTdoG. Assim como o PR. Possibilidades quanto ao PCdoB, assim como ao PDT.
Já na reta final, para o PTdoG só há dúvidas. Não sabemos se a campanha eleitoral alterará esse quadro de melancolia, desânimo e velório traduzidos no universo das alianças.

Caindo a máscara? I

É muito grave a denúncia de O Globo repercutida no blogue Políticos do Sul da Bahia (que disponibiliza a matéria e as gravações), de que Geraldo Simões (PT) negocia emendas com o deputado João Bacelar (PR), que teriam o propósito de formar caixa para campanhas políticas, como o denuncia Isabela Suarez. “Eles operavam com o filho dele” (Geraldo), afirma a denunciante.
Talvez aí a fonte de recursos que permitem a amigos comprar emissoras etc.

Caindo a máscara? II

O fato certamente será tema da campanha municipal, atingindo quem não tem nada a ver, em princípio: Juçara, indicação/imposição de Geraldo.
Mas como não só GS é alcançado pela denúncia (também um filho) a coisa vai ficando no universo de uma “dinastia”, onde Juçara recolherá o prêmio.

No cenário nacional

Em Itororó reside o maior produtor de jumento Pêga da Bahia. E o 7º do Brasil. Sálvio Néry de Andrade há mais de trinta anos se dedica à criação do Pêga. E já faz escola; também seu filho, Manoel, avança, além da Medicina, no gosto pela criação muar.

Itororó I

O PT de Itororó realiza neste domingo convenção para homologação de candidaturas. Neste instante é cômoda a situação do prefeito Adroaldo Almeida diante do desafio da reeleição.
Desafio mesmo parece viver os que lhe fazem oposição. À direita e à esquerda.

Itororó II

O governador Jacques Wagner andou pela terra da carne de sol. Inaugurando um Posto Médico.
Era aguardado com vaias pelo magistério da região. Demorou pouco, nem quinze minutos.

É São João

Em tempos de centenário de Luiz Gonzaga, a referência junina muito a ele está ligada. Aqui retomamos um de seus clássicos (já o exibimos nestes DE RODAPÉS... no dia 10 de outubro de 2011, quando tecemos comentários ao trabalho musical e à montagem do vídeo), na primeira gravação com Gonzagão de “Vozes da Seca” (Gonzaga-Zé Dantas), em julho de 1953 para a RCA.
Pelo primor de uma sanfona que lamenta dedicamos a lembrança a todos os sanfoneiros que fazem a alegria do São João.


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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

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