segunda-feira, 20 de agosto de 2012

DE RODAPÉS E DE ACHADOS- Dia 19 de Agosto de 2012


AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  
Adylson Machado

                                                                           

 

JK

Na próxima quarta-feira 22 completam-se 36 anos da morte de Juscelino Kubitschek, decorrente de acidente na rodovia Presidente Dutra.
Nosso necrológio não passa por quem tenha sido e o que representou JK. Mas, por insistirmos numa indagação: foi natural o acidente que causou a morte de Juscelino?

Esperança

Na fila do banco nos despertamos para a vida. O futuro dela. Um jovem gastava o tempo da espera lendo Os Irmãos Karamazov, de Dostoiévsky.
Certamente leu ou lerá Recordação da Casa dos Mortos, Crime e Castigo, O Jogador. Como descobrirá Leon Tolstói e Guerra e Paz, Ana Karenina, Os Dezembristas, Ressurreição, Cossacos. Não dispensará o francês/inglês William Somerset Maughan de Um Gosto e Seis Vinténs, de O Fio da Navalha, de Servidão Humana, de Histórias dos Mares do Sul.
Paralelamente estará debruçado sobre a brasileira. E não esquecerá de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, José Lins do Rego, Jorge Amado, José Américo de Almeida, Guimarães Rosa, Jorge Medauar, Machado de Assis... e, quem sabe? um dia lerá Amendoeiras de Outono, para matar de orgulho este escriba.

 

Nióbio em Itambé

Biodiesel de origem mineral, já testado; substância para revelar resquícios de sangue lavado (da cena do crime), mais barato e vantajoso que o luminol americano; prótese de quadril fabricada com liga metálica, inteiramente biocompatível (imune à rejeição) são algumas descobertas da pesquisa brasileira aguardando comercialização.
Todas contendo nióbio, “terra rara” em abundância no Brasil (95% das reservas mundiais), utilizado em larga escala nas indústrias espacial, aeronáutica, nuclear, de petróleo e gás, bélica, equipamentos médicos, construção pesada etc.
Mais um crime de lesa-pátria quase ocorreu no governo de FHC, quando a reserva de São Gabriel da Cachoeira (AM), a maior, estava nos planos de privatização/doação para ser vendida por 600 mil dólares. A reserva é suficiente para abastecer todo o consumo mundial por mais de mil anos.
Dentre as principais reservas do minério no Brasil a de Itambé, na Bahia.

 

Falta pouco

O ministro do STF Gilmar Mendes – por nós nominado “nosso Fanfarrão Minésio”, porque partimos de algumas de suas intervenções não-jurídicas para remetê-lo a personagem de Tomás Antônio Gonzaga nas “Cartas Chilenas – anda anunciado para assumir programa televisivo na TV Senado, que versará em torno da história e bastidores da Assembleia Constituinte, da qual resulta a Carta de 1988. O programa teria sido imaginado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público, do qual Gilmar é sócio (e em defesa do mesmo recentemente indenizou um sócio pela humilde quantia de 8 milhões de reais).
A informação está registrada no Luís Nassif Online deste sábado 18 – “O charme sutil do Supremo” – no www.advivo.com.br originado da coluna de Felipe Patury na Época, sob o título “O Supremo é pop: Gilmar Mendes será apresentador de TV”.
Estranhamos a proposta para a TV Senado, quando existe a TV Justiça. A coluna informa que o contrato ainda não foi assinado (cremos que não o será) e que o programa estrearia ainda este ano.


 A continuar

Naturalmente que sobre bastidores da Constituinte Nelson Jobim se sairia melhor, inclusive relatando como inseriu disposições para beneficiar o sistema financeiro sem conhecimento dos demais pares. Mas, como ainda há tempo, Jobim pode ser um convidado especial.
De nossa parte todo o sucesso ao Ministro, pela carreira que abraça. Mas, com tanta simpatia para dar e na insistência por holofotes não tardará a chegar a João Plenário, aquele deputado do humorístico a Praça é Nossa, do SBT, se levarem a sério aqueles 185 mil reais do valerioduto “mensalão” mineiro.

 

A dieta de Gurgel

Nada a comentar. Dele, além de sua atuação questionada, a informação de que tem ligações afetivas com Itabuna.

Deu no A Região

Na Malha Fina desta semana, sob o título “Balcão Aberto”, acrescendo à malha que se referia à determinação de advogado de Azevedo junto ao TRE de que suas contas fossem levadas ao plenário da Câmara de Vereadores: “Isso bastou para que os vereadores que fazem parte da batucada do prefeito começassem a sonhar com dinheiro alto para suas campanhas. Dizem que a negociação com a batucada fica mais barata que as negociações no TJ.”
Nada a comentar!

 

Reversão I

Já escrevemos que há em doações entre o poder público e particulares, ou vice-versa, uma cláusula condicionante que permite a reversão – o desfazimento do negócio jurídico/doação – em favor do doador caso o donatário não realize no prazo previsto a obra que lhe caiba ali realizar.
Ocorre para assegurar que o donatário realize o prometido, comumente a edificação, no prazo nela contido. Isto constitui uma salvaguarda para os interesses comuns, especialmente quando o doador é o Poder Público, cujos bens pertencem, de fato à sociedade.
Nesse particular, quando a doação é do Poder Público Municipal, acontece somente com autorização da Câmara de Vereadores. E a cláusula de reversão é o meio assecuratório de que o particular beneficiado com a doação não a torne um “negócio da China”: vender por fortunas o que recebeu de graça.

 

Reversão II

Em Itabuna já aconteceu um fato inusitado, lá se vão 48 anos: o Município desapropriou uma área hoje central da cidade e três anos depois a doou para o antigo proprietário, sob a promessa de ali desenvolver um projeto industrial. Veio a se tornar terreno de engorda.
Cabe à sociedade acompanhar tais doações para que não se tornem “presentes”. Nos últimos anos o Município tem doado muitas áreas para particulares e mesmo para o Estado. Algumas até compradas a terceiros, como no caso daquela destinada para o presídio.
Outras esperam a edificação prometida (maioria doada a particulares), que ainda não aconteceu.
Detalhe: como estão em áreas altamente valorizadas despertam a cobiça imobiliária.

 

Fernandismo rateado

A democracia fernandista se apresenta de forma singular nestas eleições. Fernando Gomes decidiu-se por apoiar Azevedo, depois de paparicado por Geraldo Simões. Alguns de seus seguidores, no entanto, optaram por trilhar carreira solo. Uns com Juçara; outros, com Vane.
Dos três beneficiados fica a indagação: quem leva a maioria dos votos de Fernando?

 

O maior adversário

A rejeição à administração é, hoje, o maior adversário de Azevedo em sua busca pela reeleição. Se contornada em parte e reduzida a patamares toleráveis caminhará leve, livre e solto para o segundo mandato.
Àquela (rejeição) está em muito vinculada a “ambições” desmedidas de auxiliares diretos (alguns) e indiretos (muitos) dos que foram “convocados” para trabalhar pelo bem de Itabuna ao lado do Prefeito e se tornaram, uns, em confraria de Ali Babá; outros, em papagaios de pirata na defesa de suas sofríveis imagens. Para fazê-lo esquecem de que suas ações geram rejeição à administração.

 

IDEB

A propaganda oficial realça o resultado do IDEB como conquista do projeto educacional aplicado no município Brasil a fora. Em Itabuna não é diferente. Não entramos em detalhes técnicos sob abordagem estatística. (Ignacy Sacs – polonês naturalizado francês – afirma que a estatística não atende aos reclamos do cientista social).
Falamos do que vemos: conhecemos alunos de sexta série, oriundos da rede municipal em Itabuna, que não sabem ler e escrever. Alguns têm dificuldade para assinar o próprio nome.

 

Termômetro

Um morador da URBIS IV observou um fato interessante durante o “corpo a corpo” de Juçara no bairro, neste sábado 18. Na maioria das casas onde haviam sido coladas propagandas da candidata o “descolamento” se deu imediatamente à saída da candidata.
Como o problema não é de retina, fica nossa sugestão para uma nova forma de amostragem a ser realizada pelos institutos de pesquisa (já que o fato deve ocorrer com todos os candidatos): acompanhar a reação do povo logo depois da passagem do “corpo a corpo”.

 

Naturalidade

Desandaram como grosseira a intervenção de Juçara durante gravação de material de campanha com Lula, em São Paulo. Não vimos nada de mais em pedir para “sair da frente”.
Não se muda a forma de falar das pessoas. E Juçara era e estava Juçara. Naturalmente.

 

Do discurso à confissão

Distante do discurso anterior, que justificava a ausência de um Governador de Estado e de um Deputado Federal de sua propaganda pelo fator gênero, a gravação de Juçara com Lula traz uma confissão: a de que a presença masculina na propaganda da petista é bem vinda, desde que produza dividendos.
Lula não é qualquer um. Diferentemente de Jacques Wagner e Geraldo Simões, que andam com um “carma” daqueles!

 

Conceição Benigno I

Benigna foi a atuação de Dra. Conceição à frente do Hospital Manoel Novaes, tornando-o referência. Seus méritos são muitos, conhecidos por aqueles que conviveram com ela e com seu vigoroso trabalho, pautado na competência e compromisso.
Sabendo-a assim nos trouxe uma profunda tristeza a manchete no Diário Bahia de terça 14: “Morre a esposa de Davidson Magalhães”. Desrespeito a quem tanto fez pela saúde infantil em Itabuna e região ao vinculá-la tão somente ao esposo e companheiro.

 

Conceição Benígno II

Missa de 7º Dia. Em Salvador e em Itabuna. Alguns que estiveram ao seu lado, que a tiraram do lar para torná-la política, não se fizeram presentes.
Talvez, na esteira da manchete, rei morto, rei posto.

 

Leninha

Superando a pressão que a levou à casa de Geraldo Simões às vésperas de definições que antecederam as convenções partidárias, Leninha Alcântara definiu-se por uma candidatura.
Ela, que não encontrou o apoio que esperava no PMDB, leva seu legado político-eleitoral para a campanha de Vane.

 

Onda azul

Não faltará quem diga que o presidente nacional do PT, Ruy Falcão, propaga a onda azul. Afinal, ainda que em evento do Partido dos Trabalhadores, dispensou o cor famosa e “vestiu azul”.
Talvez para reconhecer o que diz a composição de Nonato Buzar (“Vesti Azul”, sucesso de Adriana e Wilson Simonal, nos anos 60): “minha sorte então mudou”! 

 

Homenagem a uma época

A propósito da circunstância em que Ruy “vestiu azul” enquanto estava em Itabuna, uma viagem aos anos 60 com Wilson Simonal e a composição de Nonato Buzar.


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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

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